“A demanda deverá crescer cada vez mais nos próximos cinco anos, ultrapassando bastante a capacidade de oferta mundial”, disse o diretor gerente do Meat and Livestock Australia (MLA), Scott Hansen. O consumo global poderá aumentar 24% até 2020, de 64,5 milhões de toneladas em 2011 para 79,9 milhões, disse o grupo em uma conferência em Canberra.
A Austrália, maior exportador de carne bovina, enfrentará uma forte competição com o Brasil, Índia e Estados Unidos para suprir o aumento esperado na demanda, impulsionado pela maior competição nos mercados emergentes, disse um grupo da indústria.
“A demanda deverá crescer cada vez mais nos próximos cinco anos, ultrapassando bastante a capacidade de oferta mundial”, disse o diretor gerente do Meat and Livestock Australia (MLA), Scott Hansen. O consumo global poderá aumentar 24% até 2020, de 64,5 milhões de toneladas em 2011 para 79,9 milhões, disse o grupo em uma conferência em Canberra.
As maiores rendas e o crescimento das populações em mercados emergentes estão impulsionando a demanda por produtos agrícolas, incluindo proteínas, ajudando a pressionar os custos globais dos alimentos de 1,9% para cima em janeiro, o maior em 11 meses, de acordo com as Nações Unidas. O Índice GSCI de Agricultura do Standard & Poor’s de oito commodities avançou em 1,5% nesse ano.
“Esperamos continuar vendo uma forte competição de locais como Brasil e Índia e dos Estados Unidos e Nova Zelândia em alguns dos nossos mercados mais tradicionais. O Brasil não somente está bem localizado para suprir o crescimento na demanda na América do Sul, mas também, para aumentar sua presença globalmente”.
As exportações do Brasil nesse ano poderão ultrapassar as previsões anteriores, informou uma unidade do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os envios podem ser de 1,394 milhão de toneladas, mais que a estimativa do USDA de 1,375 milhão de toneladas, disse o Serviço Externo de Agricultura.
A Índia deverá ser o terceiro maior exportador de carne bovina e de vitelo nesse ano, depois da Austrália e do Brasil, com envios de cerca de1,275 milhão de toneladas, de acordo com dados do USDA. As ofertas dos Estados Unidos, que ficou em quarto lugar segundo o USDA, poderão aumentar à medida que mais animais são abatidos após a seca, disse Hansen.
A carne de búfalo representou 86% das exportações totais de produtos de origem animal da Índia no ano que terminou em 31 de março de 2011, de acordo com a Autoridade de Desenvolvimento de Exportação de Produtos Alimentícios Processados e Agrícolas. A Índia exporta carne de búfalo principalmente para Vietnã, Malásia, Egito, Arábia Saudita e Filipinas.
A demanda por exportações dos Estados Unidos aumentará em médio prazo por causa do maior consumo em mercados emergentes e do declínio do dólar, disse o diretor executivo da Tyson Foods Inc., Donnie Smith, em 24 de fevereiro. A demanda global por proteínas poderá crescer 1,8% a 2% por pelo menos cinco a sete anos, disse ele.
Os futuros do boi para entrega em abril aumentaram 0,3%, para US$ 1,26175 por libra (0,45 Kg) na bolsa de Chicago. Eles caíram 2% na terça-feira, ficando em US$ 1,25775, o maior declínio desde 5 de dezembro. Os preços aumentaram 11% no ano passado.
A Austrália está buscando expandir as vendas nos mercados emergentes para aumentar as exportações, à medida que o Japão considera reduzir suas restrições impostas à carne bovina dos Estados Unidos após o surgimento de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) nesse país. As importações japonesas de carne bovina dos Estados Unidos caíram para quase zero em 2004, de 298.039 toneladas em 2003, após ter proibido a entrada da carne norte-americana por causa da EEB.
Os envios da Austrália ao Japão podem declinar 2,4% em 2012-13, à medida que o país passe a comprar mais carne dos Estados Unidos, disse a Agência Australiana de Agricultura, Recursos Econômicos e Ciência (Australian Bureau of Agricultural and Resource Economics and Sciences – ABARES). As vendas à Coreia do Sul podem cair 2,1% em meio à maior competição com os fornecedores dos Estados Unidos e do Canadá.
As exportações totais de carne bovina e de vitelo da Austrália poderão ainda aumentar 1,6%, para 970.000 toneladas no ano que começa em 1o de julho, à medida que a produção ganha com maiores pesos das carcaças.
A reportagem é do Bloomberg, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.