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UE e EUA: acordo diminui barreiras para comércio de carne bovina

O acordo permite que a UE mantenha sua barreira às importações de carne oriunda de animais tratados com hormônios, em troca de aumentar sua cota de importação de carne bovina de alta qualidade dos Estados Unidos e do Canadá. O acordo aumentará a cota de importação de carne bovina de qualidade da UE para 48.200 toneladas.

As concessões da União Europeia (UE) para ajudar a colocar um fim na guerra comercial relacionada ao uso de hormônios na produção de carne bovina com os Estados Unidos e o Canadá, que já dura 20 anos, foram aprovadas pelos membros do Parlamento Europeu na quarta-feira (14). O acordo permite que a UE mantenha sua barreira às importações de carne oriunda de animais tratados com hormônios, em troca de aumentar sua cota de importação de carne bovina de alta qualidade dos Estados Unidos e do Canadá. O acordo aumentará a cota de importação de carne bovina de qualidade da UE para 48.200 toneladas.

Os Estados Unidos e o Canadá já suspenderam as tarifas, impostas em retaliação contra a barreira da UE à carne tratada com hormônios, sobre produtos que anteriormente estavam na “lista negra” originados em 26 Estados Membros da UE (todos, exceto o Reino Unido), no valor de mais de US$ 250 milhões a preços atuais.

“Essa longa disputa comercial terminará hoje. Essa é uma resolução vitoriosa para a UE. O Parlamento tomou um passo que capacitará a indústria agrícola da UE a planejar novamente e isso fortalecerá as ligações comerciais transatlânticas”, disse o inspetor, Godelieve Quisthoudt-Rowohl.

O Parlamento não fez emendas reais ao texto proposto pela Comissão Europeia. O acordo, aprovado na primeira leitura com 650 votos a favor, 11 contra e 11 abstenções, já foi informalmente apoiado pelo Conselho. O aumento nas cotas de importação da UE entrará em efeito a partir de agosto desse ano.

A disputa sobre o uso de hormônios na produção de carne bovina afeta as relações comerciais transatlânticas desde 1988, quando a UE, preocupada pela saúde de seus cidadãos, baniu as importações de carne bovina tratada com certos hormônios promotores de crescimento.

Em 1996, Estados Unidos e Canadá, que foram os mais afetados pela proibição, abriram uma disputa através da Organização Mundial de Comércio (OMC) e foram autorizados a impor sanções comerciais aos produtos da UE no valor, respectivamente, de US$ 116,8 milhões e C$ 11,3 milhões (US$ 11,37) por ano.

Essas tarifas prejudicaram as exportações da UE e levaram a uma perda de participação no mercado para seus produtores. Os produtos da UE afetados pelas sanções incluíam produtos de carne bovina e suína, queijo Roquefort, chocolate, sucos, entre outros.

Os principais beneficiários da remoção das sanções dos Estados Unidos e do Canadá são Itália, com produtos no valor de mais de US$ 99 milhões, Polônia (US$ 25 milhões), Grécia e Irlanda (US$ 24 milhões cada), Alemanha e Dinamarca (US$ 19 milhões cada), França (US$ 13 milhões cada) e Espanha (US$ 9 milhões).

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) também publicou propostas para remover as barreiras de importação aos produtos por causa da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), o que abriria os mercados dos Estados Unidos para a UE.

Em 16/03/12 – US$ 1 = 0,993 Dólar Canadense (Fonte: Oanda.com)

A reportagem é do Thebeefsite.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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