Uruguai: marketing da carne precisa “entender os consumidores”, diz especialista

“O marketing é uma estratégia. Às vezes, confunde-se o termo com promoção, que é somente uma parte. Envolve também detectar oportunidades, ameaças, entender o consumidor”, disse a diretora de mercados externos do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), Silvava Bonsignore, no Congresso Mundial Braford.

Ela disse que se pode vender carne ou mais que carne. “Ao vender carne ao consumidor, busca-se o benefício funcional: a proteína; mas quando se vende mais que carne, busca-se outros elementos e entram, por exemplo, o bem-estar dos animais que são produzidos de forma sustentável e sem danos à natureza. Há pessoas que estão dispostas a paga mais. Aí, o país tem uma oportunidade”.

Sobre o rol das carnes vermelhas, ela citou recomendações feitas em um workshop de comunicação e marketing: “Ser proativos, comunicar através de referências, criar valor baseado em evidências e com mensagens focadas no ‘equilíbrio’, sem esquecer de ‘desfrute e alegria’”.

Bonsignore disse que “não se deve levar a discussão em nível de consumidores, mas sim, com referências, porque confiam mais no que é dito pelo médico ou nutricionista do que em um especialista em marketing”. Ela disse, porém, que há ameaças. “No setor de carnes, teríamos que gerar transparência na informação e somar consciência para poder multiplicar os negócios, porque recebemos os ataques sem ter respostas”. Ela disse que os que atacam a carne são muito ativos “e o setor de carnes é muito passivo nas respostas”.

Ela disse que um dos grandes objetivos do INAC é vender confiança. “Por exemplo, a rastreabilidade, tema que é referência em todo o mundo”. Ela disse que o INAC vem trabalhando em: recuperar e aumentar os mercados, crescer em volume e diversificar os mercados. “Depois, pensamos em aumentar o valor.”

Quanto ao futuro, o objetivo é “seguir crescendo, manter os mercados que temos, mas dando a mensagem de responsabilidade social, o planeta precisa. Aí, temos um trabalho a fazer.”

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.