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BRF: lucro cai 60% no 1T12 e prevê investimentos de R$2,5 bi em três anos

A receita líquida da empresa atingiu 6,33 bilhões de reais no período, alta de 5% ante os primeiros três meses de 2011. No primeiro trimestre, a empresa sofreu com excesso de estoque no Japão e Oriente Médio, o que acabou pressionando os preços. No Brasil, os estoques também estavam elevados.

A Brasil Foods registrou lucro líquido de 153 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, queda de 60% ante igual período de 2011, informou a empresa nesta sexta-feira (27). “Os resultados da companhia refletem cenário conjuntural desafiador no mercado externo, como já observado no quarto tri de 2011”, disse a companhia em comunicado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) somou 532 milhões de reais no período, contra 816 milhões de reais do primeiro trimestre do ano passado.

A companhia, líder na exportações globais de carne de frango, registrou receita de 2,42 bilhões de reais com vendas externas no primeiro trimestre, estável ante o mesmo período do ano passado. Já as vendas no mercado interno subiram 9%.

A receita líquida da empresa atingiu 6,33 bilhões de reais no período, alta de 5% ante os primeiros três meses de 2011. No primeiro trimestre, a empresa sofreu com excesso de estoque no Japão e Oriente Médio, o que acabou pressionando os preços. No Brasil, os estoques também estavam elevados.

“Vemos a sobreoferta caindo e os preços começam a reagir”, afirmou o diretor financeiro da BRF, Leopoldo Saboya, citando ainda que a reabertura de Irã e Iraque, que não são mercados de grandes volumes, devem ajudar a normalizar o fluxo de embarques para o mercado externo.

O executivo também vê melhora das vendas para o Extremo Oriente -que inclui China, Hong Kong, Coreia do Sul e Cingapura, com grande crescimento, além do Japão- correspondem a mais de 50% das exportações totais da BRF.

Segundo ele, a expectativa para o mercado interno é de uma recuperação das vendas, olhando fatores como o aumento do salário mínimo, a transferência da queda da Selic para os juros em créditos e financiamentos, cenário que aumenta a confiança da consumidor.

A companhia investiu 598 milhões de reais no primeiro trimestre de 2012, aumento de 128% ante o mesmo período de 2011. A companhia mantém a meta de investir por ano entre 2 e 2,5 bilhões de reais em média nos próximos três anos. Em meio à retomada de investimentos, a BRF informou que fechou nesta sexta-feira (27) uma linha de crédito rotativo de 500 milhões de dólares por três anos com um sindicato de 19 bancos, entre nacionais e estrangeiros.

A empresa informou também que encerrou o trimestre com caixa de 2,3 bilhões de reais. Esses recursos, somados aos 500 milhões de dólares do crédito, geram liquidez de caixa de mais de 3 bilhões de reais, segundo executivos.

Saboya ressaltou que depois de atingir o grau de investment grade por três grandes agências de classificação de risco, a companhia poderá se tornar uma “frequent issuer” (emissora frequente) no mercado de bonds e não descartou nova emissão neste ano.

A dívida líquida da companhia encerrou o primeiro trimestre deste ano em quase 6 bilhões de reais, versus 5,4 bilhões de reais de igual período do ano passado, dos quais 45% com vencimento no curto prazo.

Troca de ativos

Sobre a troca de ativos entre a Brasil Foods e a Marfrig, o vice-presidente de assuntos corporativos, Wilson Mello Neto, que está “tudo em ordem”. Ele explicou que as companhias já haviam registrado a necessidade de ajustes na operação e que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) deve se manifestar sobre a operação ainda em maio.

Mello Neto observou que, de acordo com o cronograma previsto pelas duas companhias, a BRF receberá a Quickfood, marca da Marfrig na Argentina, em 1o de junho. E no mesmo período passará para a Marfrig três unidades: em Lages (SC), Duque de Caixas (RJ) e a de suínos em Carambeí (PR).

Em 1o de julho, a BRF entregará outras marcas e unidades fabris para a Marfrig e até 1o de agosto passa unidades localizadas Brasília e Várzea Grande (MT).

A operação de troca de ativos é parte do TCD (Termo de Compromisso de Desempenho) determinado pelo Cade para aprovar a aquisição da Sadia pela Perdigão em julho do ano passado. A suspensão (retirada do mercado) de alguns itens da marca Perdigão, entre 3-5 anos, e de produtos carneos da Batavo, por 4 anos, também determinada pelo Cade, passa a valer a partir de 1o de julho.

Fonte: Reuters, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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