Temple Grandin, professora de bem-estar animal da Universidade do Estado de Colorado, foi enviado para o jornal The New York Times em resposta ao concurso que perguntou aos leitores por que é ético comer carne.
O texto abaixo é da renomada especialista em bem-estar animal, Temple Grandin, professora de bem-estar animal da Universidade do Estado de Colorado, foi enviado para o jornal The New York Times em resposta ao concurso que perguntou aos leitores por que é ético comer carne. Grandin é autora das diretrizes sobre manejo animal e programa de auditoria da Fundação Instituto Americano de Carnes (AMIF, sigla em inglês).
Por: Temple Grandin
Humanos e animais se desenvolveram juntos. Nossos cérebros são ajustados aos animais. Pesquisa com pacientes com epilepsia que tinham dispositivos de monitoramento implantados em seus cérebros, mostraram que a amígdala responde mais a retratos de animais, comparado a retrados de locais de referência ou pessoas.
Os seres humanos têm uma ligação intrínseca com os animais. Pesquisas científicas indicam que os animais têm emoções e que sentem dor e medo. É nossa obrigação fornecer aos animais que criamos para produção de alimentos uma vida decente. Eu frequentemente sou questionada, “Como você pode se preocupar com animais e estar envolvida no desenvolvimento de projetos de abatedouros que são usados para matá-los?”. Eu respondi essa questão em 1990, após ter completado a instalação de uma nova peça de um equipamento que tinha projetado para manejo de gado nos abatedouros. Eu estava em pé em uma passarela, enquanto centenas de bovinos entravam no meu sistema. Naquele momento percebi que nenhum daqueles animais teria existido se pessoas não os tivessem gerado e criado.
Nossa relação com os bovinos deveria ser simbiótica. Simbiose é um conceito biológico de relação mutuamente benéfica entre duas diferentes espécies. Existem muitos exemplos de simbiose ou mutalismo na natureza. Um exemplo é o das formigas que usam os afídeos para obter sua secreção de açúcar e, em troca, eles são protegidos de seus predadores. Infelizmente, a relação nem sempre é simbiótica e, em alguns casos, a formiga explora os afídeos. Existem problemas similares em sistemas agrícolas mal manejados e muito intensivos. Existem algumas práticas de produção que precisam ser mudadas. Na indústria pecuária, conheço muitas pessoas que são verdadeiros administradores de seus animais e de sua terra. Sua relação com os animais e com sua terra é verdadeiramente simbiótica. Isso é mutuamente benéfico para os animais e para o meio-ambiente. O abate de animais para a produção de alimentos é ético se os animais têm o que o Conselho de Bem-Estar Animal da Inglaterra chama de uma vida que vale ser vivida.
Tenho participado de conferências sobre pastagens e aprendido que quando a pastagem é feita corretamente, pode melhorar o pasto e sequestrar carbono. Amimais ruminantes que comem pasto não são os destruidores ambientais que algumas pessoas dizem que são. O pastejo rotacionado pode estimular mais crescimento de plantas e o crescimento de plantas ajuda a remover carbono da atmosfera. Animais ruminantes como bovinos, bisões, caprinos e ovinos são a única maneira de produzir alimentos em terras que não são adequadas para agricultura. Ronald C. Follett, do USDA-ARS-NPA em Fort Collins, Colorado, diz que as terras de pastagens têm potencial para sequestrar carbono. De acordo com pesquisadores da Universidade Nacional no Panamá, a conversão de campos de pasto da América do Sul em produção de soja reduzirá o armazenamento de carbono. A agricultura orgânica seria impraticável e extremamente difícil sem o esterco animal para fertilização. Outra questão que precisa ser colocada em perspectiva é a emissão de metano. É provável que 80% de todas as emissões de metano venha da queima de carvão de plantas geradoras de energia, produção de arroz e depósitos de lixo.
Tenho uma razão final de porque acho que comer carne é ético. Meu metabolismo requer proteína animal e fico tonta e incapaz de me concentrar se tiver uma dieta vegan. Devem existir diferenças metabólicas na necessidade de proteína animal. Existem práticas que precisam ser mudadas para serem verdadeiramente direcionadas para os animais e o meio-ambiente.
Fonte: amif.org, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
2 Comments
Mas é importante notar que mesmo as pessoas que invocam essa absurda suposta senciência dos vegetais, que não possui o menor respaldo científico, nem lógico (já que a dor é um mecanismo de sobrevivência que um ser vivo possui, a fim de que este opte pela fuga ou ataque em momentos de necessidade, não havendo, assim, sentido na idéia de um vegetal, que não pode fugir nem atacar, sentir dor), em sua esmagadora maioria, nem concordam com a premissa invocada por elas. Trata-se de uma estratégia argumentativo-defensiva. É como se, alegando que vegetarianos causando sofrimento se alimentando de vegetais, elas aplacassem suas consciências, já que, se elas causam morte e sofrimento, vegetarianos também, adotando tal axioma. Isso para que elas possam dormir sem a consciência pesada, crendo – ou fingindo crer – que, embora elas causem o mal com a sua alimentação, os vegans/vegetarianos também o fariam.
Muito bom o artigo da Dra. Temple Grandim, pois na realidade costumamos colocar no banco dos reús os animais ruminantes e nem por isso, analisamos que o alimento de preferência desses animais é a pastagem e isso tem mostrado contribuir para a retirada de carbono da atmosfera.. A produção de gas metano pode ser minizada com o uso de compostagem e mesmo com o uso das fezes secas dos bovinos como combustível para os afazeres domésticos.
Um exemplo disso é a Índia, pois todo hindu tem um biodigestor em casa e utilizava as fezes dos animais para coziimento de seus alimentos. às vezes eu fico indignado com as pessoas querendo utilizar a Agricultura Orgânica, para a produção vegetal, sem contar com o uso do esterco dos animais, pois a matéria vegetal para melhor se decompor precisa passar pelo trato digestivodos animais ruminantes. A maior parte do consumo de alimentos de origem animal e de origem vegetal, dependem da interação entre os mesmos, pois o ser humano necessita tanto de proteínas de origem animal como vegetal, e muitas vezes tentar sufocar isso é mais difícil do que se imagina.
O que precisa ser respeitado e feita uma análise de que produtos de origem anmal, tais como restos que sofreram digestão e também da carcaça que não servem para alimentação humana, sejam utilizados para a realimentação animal. Pensando em termos de energia positiva e negativa, certas partes são carregadas de energia negativa e esta deve ser eliminada na natureza para que possa ser reciclada. Hoje quando se fala em termos de Bem Estar Animal, não é somente com relação a fornecermos conforto para os animais e sim termos uma análise completa de que tipo de alimentos devem ser fornecidos aos mesmos. Muitos resíduos alimentares, não somente por serem fontes mais baratas de proteína e energia, devem ser utilizadas para os animais, pois muitas vezes, em se tratando de necessidade orgânica de nutrientes, são alimentados com coisas que não servem para os humanos.
Acredito que em primeiro lugar, deveriam ser fornecidos aos seres humanos e se avaliar a conseqüência disso no organismo das pessoas, para depois se utilizarem como alimento para os animais. Certas prática de manejo, podem estar interferindo na saúde e potência dos seres humanos, tais práticas de castração mecânica, química, ou mesmo cirúrgica, pois os hormônios masculinos contidos na carne, são benéficos aos humanos. Em certas comunidades rurais é normal as pessoas do sexo masculino e feminino terem um atividade sexual mais longeva dos que os que se recusam a consumir certas partes relacionadas a armazenagem desses hormônios. Não se tratando de homofobia, mas comparando essa citação com os habitantes rurais e urbanos, temos a considerar um maior número de pessoas com desvios ou disturbios sexuais nos segundos do que nos primeiros. Considerando que somos produto do que comemos ou que não comemos, porisso as práticas de manejo animal devem ser encaradas não somente em termos de conforto para os mesmos e seres humanos.