No ano passado, os pecuaristas de Mato Grosso se depararam com a mesma situação de uma década atrás ao presenciar a "morte súbita de pastagens" em suas propriedades - diagnóstico que se dá quando o capim braquiária que tinha boas condições de servir de pasto para o rebanho morre de um ano para o outro.
No ano passado, os pecuaristas de Mato Grosso se depararam com a mesma situação de uma década atrás ao presenciar a “morte súbita de pastagens” em suas propriedades – diagnóstico que se dá quando o capim braquiária que tinha boas condições de servir de pasto para o rebanho morre de um ano para o outro.
As razões são variadas, mas a seca e o ataque de pragas, protagonizado pela cigarrinha e a lagarta, em 2011, atingiram 2,26 milhões de hectares, o equivalente a 8,8% da área de pastagem no Estado, causando prejuízo de R$ 3 bilhões.
Os dados fazem parte de um levantamento inédito do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) feito a pedido da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Dos 380 produtores entrevistados, proprietários de 96,1 mil hectares, 57% relataram que tiveram problemas com a morte de pastagem no ano passado.
Segundo Daniel Latorraca Ferreira, diretor do Imea e coordenador da pesquisa, as pragas foram a principal causadora das perdas no nordeste do Estado ao atingir 671 mil hectares ou quase 10% da área total. Por outro lado, as regiões norte e sudeste padeceram com a seca em 792,2 mil hectares. Nas contas do instituto, o produtor arcará com um custo de R$ 1,5 mil por hectare para formar novos pastos em áreas de destoca, nome dado à retirada mecanizada de raízes de árvores que lá permaneceram, e R$ 851 por hectare sem este procedimento. Os mesmos valores foram contabilizados para a recuperação de áreas de pousio.
O Imea avaliou, também, que a morte súbita das pastagens mudou o destino de 2,71 milhões de cabeças de gado no Estado. Os produtores se viram obrigados a arrendar pastos (para onde foram levados 38% do plantel), confinar os animais (10% das cabeças) ou adotar o regime de semiconfinamento e ração a pasto, que responderam por 3% e 6% do rebanho, respectivamente. A realocação dos animais implicou um custo total de quase R$ 225 milhões para os pecuaristas. O confinamento representa o maior deles. Apesar de ter contemplado apenas 10% dos animais, o sistema respondeu por 58% dos custos.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
1 Comment
Eu considero que a morte súbita de pastagens esteja relacionada não somente com as pragas, mas também com relação a falta de nutrientes no solo. É comum no estado do Mato Grosso termos manejo das pastagens sem orientação técnica alguma ou seja, na maioria das vezes não se permite que as sementes que ajudarão a perpetuar a espéice forrageira na área, germinem, e com isso a planta sem nutritnetes para poder criar o seu sistema de defesa próprio a fim de se proteger do ataque de pragas e doenças e também auxiliar o seu desenvolvimento forrageiro, tem por fim a sua propria morte. O mais comum é termos solos que devido ao manejo feito de maneira errônea bem como não termos uma boa inflitração de água no solo e também a própria planta nçao reciclar nutrientes isto faz com que a morte das pastagens ocorra e isto força termos que preparar tudo novamente para que haja novo plantio de pastos. Temos que considerar que os pastos não duram eternamente e periodicamente precisam ser renovados. Infelizmente, considero que os pecuaristas nem sempre procuram orientação técnica ou se dispõe em investir nisso e somente pensam em auferir lucros e todo o gado que é vendido nada retorna para ser investido nas pastagens. De cada 100 bois que o pecuarista vende, o valor de 16 animais deveria ser guardado para se investir na reforma das pastagens, se considerar que a cada quatro anos, devemos ter toda a pastagem reformada. Pergunto se algum agricultor deixa de ter suas reservas para investir na sua produção de grãos. Mas o pecuarista pensa que o capim vem de graça e se por acaso se diz em adubar pastos ou mesmo reformar as pastagens ele diz que irá ter descapitalização, mas se esqueçe de que cada boi que vai para o abate, leva consigo em torno de 80 Kg de Cálcio, 40 Kg de Fósforo, 15 Kg de Magnésio, etc e isso vem de onde? O solo precise de nutrientes para poder ter as microflora e microfauna e de modo que as plantas forrageiras possam se nutrir, mas sem nada disso, o que se pode esperar? Que as plantas se alimentem somente de CO2 e água? Este é um grande desafio que temos a considerar se pretendemos ter produtividade na nossa pecuária e não podemos nos esauecer que somente os animais ruminantes tem a capacidade de transformar o alimento volumoso ou seja com maior valor de fibra e menor de proteína e energia em carne e leite de qualidade. As melhores produções tem sido obtidas com pastos de qualidade, em que são feitas análises do solo, as correções de acides e adubação das pastagens. Dessa maneira poderemos ter um grande retorno em nossos investimentos pecuários e também termos auxiliando nossa exploração escrituração zootécnica, de modo a termos uma maior eficiência reprodutiva de um bezerro a cada 12-14 meses e um vida reprodutiva iniciando aos 30 meses e terminando aos 120-126 meses na propriedade, isto deixaria um saldo de 8-9 bezerros por matriz. Acredito que isto faria a diferença em termos de investimento e custearia os inestimentos feitos na propriedade. Pense!!!