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17 de maio de 2012
Encontro de Agronegócio do Vale do Araguaia
18 de maio de 2012

O “segredo” australiano

Por Mario Garcia, Exagro

Em recente viagem junto com o pessoal do BeefPoint à Austrália, eu com a minha experiência na consultoria e atuação há mais de vinte anos no setor pecuário brasileiro, agucei o olhar como uma lupa nos detalhes técnicos e estruturais atrás dos “segredos” que tornam aquele país a referência que é quando falamos em pecuária de corte.

Nosso grupo era composto por pessoas que não se conheciam na sua maioria, com habilidades e perfis diversos mas favorecidos pela oportunidade de uma viagem de interesse comum e pela excelente organização. Tivemos uma convivência harmoniosa, pautada na descontração e respeito mútuos. Este ambiente facilitou o compartilhamento dos pontos de vista e a interação enriqueceu a visão sobre tudo o que estávamos conhecendo.

Iniciando nossa investigação na busca incessante do o que podemos aplicar em nossas fazendas, comecemos por fazer comparações para que tenhamos referenciais que nos auxiliem nesta análise. Nestes diferenciais vou procurar traçar um paralelo entre Brasil e Austrália e os meus comentários, que são filtrados pelos meus paradigmas e assim sendo não retratam a realidade nem tampouco a visão dos amigos de viagem.

O clima australiano varia de tropical ao norte a temperado ao sul, mais ou menos o equivalente a ocupar um espaço entre a Bahia até o a parte central da Argentina. Assim como a temperatura, os índices pluviométricos variam bastante mas na média bem mais sêco que no Brasil. Nossa visita se concentrou nas fazendas do estado de Queensland na região nordeste que, segundo várias pessoas estávamos nas melhores regiões de pecuária do país, com terras de boa fertilidade e índices pluviométricos entre os 600 e 700 mm em média, o que é muito bom quando comparado com longas extensões desérticas e semi-desérticas onde eles colocam uma cabeça para 20 ha ou mais. Ou seja, o clima brasileiro e índices pluviométricos são muito mais favoráveis à condução da atividade pecuária.

Com relação aos solos, não tive acesso à análises, mas com uma vivência de mais de 10 anos na região de Janaúba, no norte de Minas Gerais, me senti em casa. Solos férteis, profundos em algumas partes e a pluviometria, já citada, é muito similar à algumas regiões do semi-árido que em sua maioria se concentram no nordeste brasileiro. Com muita similaridade também no que é plantado, algodão e sorgo foi o que mais vimos. Apesar de alguns australianos se referirem a estes solos como sendo solos pobres, creio que estavam comparando com solos neo-zelandeses de origem vulcânica e fertilidade muito superior. Mas a qualidade dos solos é evidenciada pela ausência de suplementação mineral em várias fazendas. Várias delas suplementam proteína devido a queda na qualidade forrageira ocasionada pela senescência da planta.

As espécies forrageiras que vimos na maioria foram capim Buffel, grama Rhodes, Green Panic, Gatton Panic, capim Jaraguá, Urochroa, citando os que conhecemos e mais algumas espécies nativas deles mas que não representam a média e nem tampouco são utilizadas nas reformas de pastagens. Para as pessoas que têm familiaridade com as espécies acima citadas, espero que concordem comigo, não estamos falando de nada especial, diferente ou inacessível para os nossos sistemas de produção brasileiros. O Buffel, com o qual trabalho de forma intensa nestes anos de norte de MG, é a espécie mais desenvolvida. Os cultivares que trabalhamos no Brasil, em sua maioria foram selecionados na Austrália e algumas variedades que temos e eles não, pelo menos naquela região, são fruto do pioneirismo e visão do Dr. Gabriel Andrade da Fazenda Colonial na disseminação de um material genético que tivesse longevidade em clima mais sêco apoiado por centros de pesquisa da região nordeste brasileira. Os “panicuns” citados são variedades de porte menor e também mais resistentes às adversidades do clima, ainda presentes em algumas fazendas brasileiras mas gradativamente estão sendo substituídos por outras variedades mais recentes, não cabendo aqui questionar a acertividade ou não na escolha destes cultivares. O Jaraguá, ou capim provisório como é chamado por várias pessoas, entrou em declínio no Brasil porque apesar de produzir bem, é um material de boa qualidade nutricional quando pastejado no momento correto mas tem um período de pastejo muito curto, dentro de poucos dias já está maduro e se transforma em um material fibroso de baixa qualidade nutricional e difícil de ser pastejado, ficando com uma cor avermelhada, o que levou a ser conhecido também por capim vermelho. Com chuvas mais regulares e em maior quantidade na maior parte do Brasil, a Embrapa cuidou de selecionar variedades de braquiárias e panicuns que revolucionaram a pecuária brasileira alavancada pelo desenvolvimento de suplementações minerais e ou protéicas em momentos estratégicos, viabilizando a atividade em solos de fertilidade mais baixa.

A presença de leguminosas consorciadas com pastagens, esta sim uma grande evolução quando pensamos em pecuária tropical. Vimos muitos consórcios de leucena com gramíneas e nos relataram vários trabalhos com Lab Lab e Stylosantes também. Vejo este trabalho como grande evolução, de acordo com a necessidade da humanidade em buscar soluções sustentáveis, ou seja, que consigam se perpetuar como tecnologia usada nas próximas gerações. A síntese de nitrogênio na forma de uréia ou outra tem apresentado uma evolução nos preços de forma a limitar o seu uso, e tampouco poderemos nos dar a esse luxo em escala no futuro. Devido ao aumento populacional e escassez de recursos, esse insumo poderá ter uso mais nobre se soubermos utilizar as espécies especializadas de forma eficaz. Alguns podem estar se perguntando porque não temos essa tecnologia desenvolvida também em solos brasileiros, mas ela foi abafada pelo recurso sintético nos anos 70 e 80 e hoje vários pesquisadores brasileiros têm dado atenção especial a este tema. Não adianta simplesmente querermos plantar leucena nas nossas fazendas porque a maioria de nossos solos têm acidez e presença de alumínio incompatíveis com os cultivares mais utilizados. Até onde estudei, existem mais de 20 cultivares selecionados de leucena, cada uma com sua especificidade. No estado de Queensland existem resultados de ganhos de pesos de mais de 300 kg (10@) por cabeça por ano somente utilizando estes pastos consorciados. Ainda temos muito a caminhar neste sentido.

As raças utlizadas pelos australianos são em sua maioria animais europeus ou cruzamentos destes com o zebu Brahman. O que os permite produzir carne de maior valor no mercado internacional devido à maciez, marmoreio e abate de animais jovens. Apesar de terem uma linha geográfica divisória onde teoricamente há presença ou não de carrapatos, isso não se confirma na prática, pois os cangurus auxiliam na disseminação. Sob um olhar mais atento e corroborado pelo Prof. José Bento Ferraz (Pirassununga) nada deixamos a desejar com a nossa base nelore forte, estruturada e melhorada, visto que esta nos dá a flexibilidade e rapidez de alternativas através do cruzamento industrial. Vários questionamentos surgiram no sentido de entender porque eles não têm Nelore na Austrália e são várias as razões. Primeiro porque eles usam Brahman e veem este como zebu que é mais “evoluído” que o Nelore. Não sabemos se consideraram o peso da matriz, a necessidade de mantença e a capacidade de suporte nesta análise. Vários veem o Nelore como uma raça de temperamento bravo quando comparado ao Brahman (muito dócil) mas hoje já temos várias propriedades utilizando o manejo racional de forma rotineira e desmistificando essa crença. E eu não poderia deixar de citar a proibição naquele país de importação de material genético brasileiro, sob a alegação de barreiras sanitárias, mas permitindo a importação de outros países europeus e EUA, com riscos muito maiores com relação a enfermidades, inclusive “vaca louca”.

Merece destaque a insegurança que a pecuária brasileira causa na Austrália. Com nossas 200 milhões de cabeças, causamos um enorme desconforto em um país que tem 27 milhões de cabeças, com problemas sérios de água, não só devido a precipitação. No aquário de Sydney tem uma placa informando que somados os volumes de todos os rios australianos, o resultado é inferior ao rio Mississipi. No Workshop promovido pelo BeefPoint durante a Beef Australian no município de Rockhampton, um dos maiores produtores australianos relatou que era necessário manter os custos sob controle devido ao risco de perda de competitividade para outros exportadores como EUA e Brasil. Outros fazendeiros também demonstraram preocupação com o potencial de produção brasileiro e a possibilidade de entrarmos em mercados tão importantes para eles, principalmente Ásia e EUA.

A Austrália tem mercados diferenciados de exportação para países como EUA, Japão e outros asiáticos, o que leva a terem um sistema de classificação de carcaças complexo e os próprios australianos chegaram a sugerir ao JBS, em sua planta australiana, que o sistema de pagamento fosse o mesmo adotado no Brasil. É isso minha gente, nós achando que estamos na “pré-história” e quem evoluiu querendo “voltar”… No geral o que vimos foi um preço de compra de bezerro já convertido em reais em torno de R$ 110,00/@ e o valor do boi gordo em torno de R$ 105,00/@. Apesar de alguns australianos reclamarem de não estarem ganhando dinheiro, esta informação é contestada por outros, ou seja, igual ao Brasil, o resultado da atividade não está relacionado ao negócio e sim à gestão. Lição esta já aprendida pelos pecuaristas brasileiros que pautam suas decisões em informações sólidas.

Bom, se os pontos levantados anteriormente por si só não determinam tecnologias ou processos que causariam uma mudança de patamar na pecuária brasileira, somente ganhos incrementais, creio que o grande diferencial está nas pessoas. Contrário ao que alguns possam pensar não vou relatar aqui que nós brasileiros é que somos o problema. Muito antes pelo contrário, somos um povo trabalhador, criativo e que se destaca no cenário mundial quando se trata de adaptação às mudanças. Não incluindo nesta visão positiva os políticos anti-patriotas que, na busca de acúmulo desonesto e irracional continuam matando o nosso Brasil. Quando digo matando, não me refiro ao sentido figurado e sim na crença que estes deveriam ser julgados em tribunal internacional por crimes contra a humanidade, que é o que fazem quando roubam das crianças uma perspectiva de vida melhor com o ensino comprometido e continuam matando ao surrupiarem as verbas da saúde, da infraestrutura e da segurança da população brasileira. Desculpem pela citação negativa mas não poderia deixar de citar este entrave porque sem essa contextualização fica difícil de entender porque não somos líderes mundiais na agropecuária em todos os aspectos.

A Austrália tem o MLA (Meat & Livestock Australia) órgão NÃO POLÍTICO, NÃO GOVERNAMENTAL, coordenado por um conselho composto por 10 experts em áreas correlatas e que nesta composição tem 2 representantes de gado bovino, 1 representante de ovinos e 1 representante dos frigoríficos. O conselho é eleito pelo voto dos 45.000 associados e os próprios associados se candidatam aos cargos. A função do MLA é tratar do marketing e pesquisas da carne australiana com o objetivo de aumentar a produção e vendas, aumentar a lucratividade e a demanda por carne australiana. A entidade conta com 250 pessoas a seu serviço e tem escritórios nos EUA, Japão, Oriente Médio, Coréia, Europa e Ásia, entre outros. Com um recolhimento de $ 5,00 (cinco dólares australianos, equivalente a mais ou menos R$ 10,00) por cabeça comercializada, e quantia equivalente vinda do governo, pelo que eu entendi do recolhimento de impostos dos frigoríficos, a entidade conta com uma verba anual em torno de US$ 100 milhões de dólares americanos. Alicerçada em quatro pilares: Aumento de produtividade; Integridade, sustentabilidade e meio ambiente; Garantia de acesso a mercados e Aumento da demanda interna, o MLA faz pesquisas de novos mercados, faz pesquisas e divulgação do valor nutricional da carne como alimento importante numa dieta saudável, pesquisa possibilidades de robotização da indústria frigorífica, prospecta e fomenta a exportação de gado em pé, faz pesquisas quanto ao manejo, alternativas forrageiras e nutricionais e ainda faz pequenos dias de campo para divulgar tudo aos associados através do Meat Profitable Day (Dia da Carne Lucrativa). E ainda ensina os açougueiros a fazer os cortes e comercializar a carne que tem 30% da venda realizada por estes no mercado interno. Esse é um canal de vendas em expansão, tomando espaço dos supermercados que detêm os 70% restantes. Enfim, não precisa mais falar o que um “MLA equivalente BRASILEIRO” poderia alavancar com um rebanho de 200 milhões de cabeças. Esta sim uma grande lição a ser aprendida.

Além do MLA, os produtores são um grande diferencial, devido a uma escassez absoluta de trabalhadores, com uma população de somente 23 milhões de pessoas e um valor muito alto do custo do dia de serviço. São US$ 200,00 por dia trabalhado e após 70% do tempo anual dedicado para uma empresa ainda incide 20% de encargos (Superanuation) que o trabalhador escolhe como quer que seja aplicado o seu recurso. Com isso as famílias australianas gerenciam elas mesmas suas fazendas e trabalham duro no dia-a-dia do manejo. Tomando como exemplo um dos fazendeiros com os quais conversamos, com 28.000 cabeças ele trabalha com 16 a 20 pessoas. Se por um lado vimos estas pessoas com as mãos calejadas e marcas de sol no rosto, por outro eles têm muita eficiência operacional, por estarem presentes o tempo todo e muito, muito orgulho do que fazem.

E por falar em orgulho, este foi outro ponto que chamou a atenção, no show de abertura da feira de Rockhampton, que ocorre a cada três anos. Houve uma apresentação teatral ao ar livre com a partcipação de crianças e jovens, em torno de 100 pessoas. Naquele momento eu comecei a entender um pouco mais como é que eles fazem para superar tantos desafios como sêcas, escassez de mão-de-obra, etc. Sob um olhar crítico da performance dos jovens e crianças, percebia-se nitidamente o pouco tempo destinado aos treinos e só depois fui entender que a acertividade dos movimentos era secundário naquele momento. O mais importante era a participação destas crianças, jovens, adultos e todos os envolvidos. Eles estavam criando nas novas gerações o orgulho de representarem as suas famílias e o seu país em uma atividade de grande importância econômica para a sociedade como um todo. Em um pequeno palco paralelo tinha um espaço para uma apresentação musical sem importância alguma. Com todo o respeito aos grandes artistas brasileiros com a nossa música que também atravessa fronteiras, estas apresentações nas feiras agropecuárias não me parecem HOJE a melhor alternativa de entretenimento para os jovens que precisamos que almejem as profissões ligadas a terra com o orgulho e dedicação que o setor precisa dada a importância sócio-econômica que representa para o Brasil.

Enfim, das lições aprendidas neste país exemplar, o que trago comigo agora é uma vontade ainda maior de trabalhar em prol da pecuária que estamos trasformando em atividade de repercussão mundial e a cada dia mais profissional e um orgulho imenso de ser Agro.

Termino agradecendo ao BeefPoint através do Miguel Cavalcanti pela iniciativa ousada de promover o primeiro Workshop Internacional bem longe de casa, à CAEP, através do Flávio Salvadego e da Cecília Vieira pelo profissionalismo na organização e condução, Mr. Bryan Johnston (Guia técnico e operacional, na Austrália) e aos amigos da Exagro que tanto contribuem para a formação da minha visão de uma pecuária produtiva, lucrativa e profissional e aos novos amigos que fizemos nesta viagem. Muito obrigado pelos bons momentos e as boas lembranças que levarei por toda a minha vida.

Um forte abraço..

________________

Mario Garcia é consultor sócio e diretor executivo da Exagro

41 Comments

  1. Fernando Furtado Velloso disse:

    Prezado Mário, parabéns pelo artigo.

    O texto nos faz conhecer um pouco mais sobre a Austrália e mostra claramente que o diferencial deste país não é o solo, as chuvas, o preço do boi, etc.
    O segredo segue sendo as pessoas, a organização setorial e muito trabalho.

    Fernando Furtado Velloso

  2. Marco Antonio Bensimon Gomes disse:

    Parabéns pela matéria, foi extremamente esclarecedora.

  3. Délvio Berriel disse:

    Mario.
    Parabéns pelo exelente relato. com essa explanação conseguiste mostrar claramente o “segredo” Australiano.
    Produtor esse que faz da atividade rural seu único meio de vida, com sustentabilidade e eficácia e acima de tudo com muito orgulho de ser “rural”, e fazendo com que as gerações futuras continuem tendo gosto e amor e por consequência dando segmento a esse trabalho.
    Parabéns.

  4. Rogerio G. Zart disse:

    Parabéns, Mário. Excelente avaliação e comentários!!

  5. Sérgio Marchió disse:

    Bela exposição pra quem não foi. Obrigado

  6. vicente b. gamborgi disse:

    Parabens pelo belo comentario,principalmente no tocante a nossa corrupta e gananciosa classe politica,e aos inserviveis shows musicais nas nossas exposiçoes agropecuarias.A Australia è exemplo de um povo que sabe o que quer.

  7. Marcos Simões disse:

    Mário,
    simplesmente,obrigado!
    Parabéns
    Marcos Simões

  8. breno barros disse:

    Parabéns Mário. Obrigado

  9. Henrique Galbiati disse:

    Muito feliz sua colocação: “o resultado da atividade não está relacionado ao negócio e sim à gestão”. Isso resume a essência deste artigo, ressaltando não só a importância da gestão particular, no âmbito da própria fazenda, mas também a gestão de um órgão maior como a MLA, que deve surgir no Brasil desvinculada ao nosso sujo sistema político que permite, junto com o BNDES, a concentração de frigoríficos e outros desmanzelos, que cada vez mais, atua contra os interesses da pecuária nacional.

  10. Daniel Antonio Gorski Pereira disse:

    Mário, meus parabéns pelo grande testo. Acho que colocaste um ponto importante e que acrescento. Somos trabalhadores e queremos vencer na vida, na sua grande maioria. O grande problema é a burocracia e a corrupção que não deixam que o Brasil cresça mais. Recursos temos de sobra.
    Viva a carne vermelha, pilar mestre da nutrição mundial.
    Abraço Daniel Antonio Gorski Pereira

  11. Gustavo Rezende Siqueira disse:

    Mario,
    Parabéns pela ótima matéria.
    Além de mostrar os detalhes técnicos da produção Australiana você foi muito eficiente em tecer comentários sobre a forma de agir e pensar dos australianos, e fez um ótimo paralelo com a produção brasileira.
    Mais uma vez parabéns.

  12. luis henrique mestriner amaral disse:

    Muito boa sua avaliação e exposição sobre pecuária de corte Australiana, e que fique de exemplo para nos pecuaristas brasileiros buscarmos com urgência nossa MLA.

  13. Murillo Martins disse:

    Primeiramente, gostaria de parabenizar a equipe do BeefPoint e seus parceiros pela alta qualidade na reportagem. Esta por sua vez mostra que o aumento da produção e da qualidade da carne produzida no Brasil não está assim tão longe quanto se pensa e até cogita-se. Bastam alguns simples detalhes e logo o Brasil terá o posto de melhor carne produzida no mundo, porém, nessa corrida, a ignorância, a falta de informação e a corrupção política são alguns dos nossos piores inimigos. Um forte abraço a todos.

  14. francisco elias abrao disse:

    Mario! Gostaria de saber a quantidade de grupos frigorificos existentes por lá, também esta reduzido como aqui? Abraco

  15. Cícero Pithan reis disse:

    Linda a matéria, parabéns.

  16. Antonio João de Almeida disse:

    Parabéns Mário!!Excelente comentários!!!

  17. Cristiano José Just de Andrade disse:

    Muito bom. Ótimo. Direto ao que nos interessa mesmo. Parabéns pela sua ótica.

  18. Diego de Souza Lourenço Gil disse:

    Bela postagem Mário,

    E podemos sim mudar o cenário negativo em torno da nossa Agropecuária. Como você, infelizmente, acredito que o que “emperra” toda a história de nosso RICO país são nossos Governantes e afins, que influenciam diretamente a cultura do nosso povo.
    Mas vamos fazer a diferença juntos e trabalhar para um futuro melhor.

    Abraço

    Diego Gil

  19. Washington Jorge Neto disse:

    Parabéns pela matéria, Vcs tiveram acesso pela renda média por hectare ano, ou assuntos correlatos? obrigado.

  20. João Paulo Ortiz disse:

    Excelente matéria Mário! Inclusive em agosto estou me dirigindo a uma fazenda especializada em ovinos nas Ilhas Falklands que assim como a Austrália pertecem a mãe inglaterra, apenas nas trocas de e-mails que fiz com os proprietários que estarão me dando a oportunidade de trabalhar e conhecer a administração da fazenda por dois meses, já pude perceber o comprometimento e forte organização desse povo que enxerga o agronegócio com paixão e empreendedorismo! Fico a disposição para troca de experiências!

    Abraço a todos!

  21. Adilson Antonio Tomazinho Júnior disse:

    Mário, Excepcional sua visão crítica(construtiva) e comparativa entre ambos os países. Na Austrália enquanto um grande produtor está envolvido diretamente com sua família no gerenciamento(tentando conter custos) e executando suas atividades,infelismente confrontamos aqui com diversos produtores, que moram na cidade e deixam sua atividade nas mãos de funcionários, nem sempre qualificados. A qual ponto somos eficazes da porteira para dentro? Se poucos conseguem efetivamente falar quanto custa sua @ produzida. Quanto ao cenário “politiqueiro” concordo plenamente,e acho que a Corte Marcial, seria pouco para os políticos desonestos( temos exeções).Porém as mudanças maiores têm de partir de nós, com maior empenho do fortalecimento das entidades,comprometimento social,moral e financeiro(pois R$ 10,00 em 16,5@ equivale a R$0,60/@ animal abatido, o qto poderiamos agregar a isso???),temos que preparar as crianças e voltar a aplicar os valores morais e cívicos para uma geração mais comprometida. Parabéns e que outros compartilhem e apliquem seus pensamentos, abraços.

  22. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Pelo visto a viagem foi bastante produtiva. E seu relato Mário bastante enriquecedor. O tamanho do setor pecuário brasileiro é sem dúvida um diferencial competitivo importante, mas também é um complicador impar. A união da cadeia é muito mais dificil de ser costurada. Vejam que não precisamos ir tão longe para encontrar exemplos de cadeias menores melhor organizadas. O Uruguai é um ótimo exemplo disto. Mas a par desta união confesso que fiquei impressionado com a informação de que um produtor australiano com 28.000 animais toca seu negócio com apenas de 16 à 20 pessoas. Queria entender melhor estes numeros (se são só machos, se existe mão-de-obra esporádica adicional, etc), mas aparentemente são muito melhores que os meus.

  23. Renata Corrêa disse:

    Parabens, fica claro que o diferencial em qualquer atividade são as pessoas, o que falta no nosso país é educação e cultura, qdo conseguirmos superar esse obstáculo, seremos vencedores, e o pessoal do campo tem que ter consciencia e orgulho, pois nos produzimos o essencial a alimentação e geramos muitas divisas para o país com as exportaçoes.

  24. Mário Garcia disse:

    Pessoal, que bom que vocês gostaram do texto, muito obrigado pelos comentários.
    Li todos e vou procurar responder dentro das possibilidades.
    Francisco, pedi informações sobre a rede de frigoríficos por e-mail, solicitei também as fatias de mercado que cada um tem, assim que chegar encaminho.
    Washington, não tivemos acesso a dados relativos a renda.
    José Ricardo, os números impressionam mesmo mas os sistemas são muito diferentes, em alguns locais o gado vê gente na desmama e no embarque. Tivemos a explanação de um fazendeiro que tem 8,5 milhões de acres (algo em torno de 3,4 milhões de ha), nestes ele tem 170.000 cabeças em pastos de 80.000 ha. São quatro helicópteros para o trabalho, o que é comum para este tipo de serviço e eles também usam cachorros no manejo.

  25. Evie Souza disse:

    Perfeitas as colocações! O melhor é perceber que todo o movimento se faz porque existem pessoas envolvidas. O SEGREDO aqui compartilhado, me parece que é a sociedade, como sempre pensei, ou seja, as pessoas envolvidas em todo o processo… Chama a atenção, desde o comportamento, metas e objetivos de pessoas que formam grupos (associações) até a importância que se dá à formação de crianças e jovens no meio agro! O Brasil se perde neste contexto, para minha grande tristeza, mas vou continuar na jornada escolhida profissionalmente também, Mário, pois não se faz um país sem cidadãos!! Parabéns, ótima redação!

  26. assis marcos fernandes disse:

    Parabéns Mário pela riqueza de informações, relacionadas à pecuária de corte na Autrália, principalmente no comparativo dessa atividade entre o Brasil e o país visitado. Como pode um país como Austrália, inobstante possuir menos de 1/6 do total do rebanho bovino brasileiro, ser tão forte exportador de carne para mercados importantes como Ásia, Oriente, Europa, dentre outros e, o Brasil com a excelente qualidade de carne produzida, ter que implorar ao mercado externo que compre a mercadoria brasileira. Um absurdo!

    O setor brasileiro necessita, urgentemente, de um “MLA brasileiro”, independente, composto também por membros associados, pessoas capacitadas que possam focar o mercado externo. Com isso deixará de depender da pouca vontade de políticos corruptos (grande maioria) e de servidores públicos incompetentes (grande maioria), que nem de longe compreendem as necessidades, o custo benefício do setor pecuário, um dos fatos que entrava o crescimento das nossas exportações de carne. É certo que os produtores internos necessitam com urgência especializarem no manejo do gado, na organização da produção e das propriedades para alcançarem os australianos. Para isso, dependem também do apoio governamental, tanto na aquisição de empréstimos a custo acessível, quanto na capacitação fornecida pelas empresas públicas ligadas ao setor.

  27. Raimundo Luiz Vaz disse:

    Prezado Mário
    Através do site, fui informado da ocorrência desta maravilhosa viagem a Austrália e gostaria imensamente de dela ter participado. Não quis a oportunidade que lograsse viajar com vocês. Vou agendar com carinho uma próxima. Contudo, o sentimento de perda é imenso, sobretudo após a leitura do seu relato, a propriedade e riqueza com que você abordou os temas relacionados a realidade da pecuária Australiana e a bordagem do gargalo da garrafa, “nós”. Parabéns pela clarividência e objetividade do conteúdo.

  28. Luiz Fragomeni disse:

    Mário, Temos que ser muito cuidadosos com um MLA brasileiro. Não se esqueça nunca do IBC, IAA, IBF (o baiano do fumo) e outros, sustentados com os recursos dos produtores e açambarcado pelo Estado. Será um prato cheio para os políticos e, certamente, cairá em mãos governamentais.

  29. Lincoln Chaves disse:

    Excelente texto, Mário! A sua “citação negativa” é muito relevante para que as pessoas vejam que grande parte do atraso econômico e social do Brasil existe devido à política corrupta que esse país possui. É lamentável.
    No mais, parabéns pelo trabalho e que sua nova experiência tenha boa influência no seu sucesso profissional.

  30. Hermenegildo A.Villaça Hermenegildo A.Villaça disse:

    São estas colocações a êste ótimo relato , que nos faz acreditar no futuro

    do Brasil. parabens a todos.

  31. António Luiz Gomes disse:

    Magnífica panorâmica. Destaca o principal. É estimulante e inspirador.

  32. Danilo Grandini disse:

    Oi Mario,
    Gostei MUITO do seu relato, você como um bom mineiro sabe contar historia como ninguem. A parte da tipificação creio ser mais um desabafo deles, é com certeza pontual. A parte que sempre me toca faz referencia a PESSOAS, é incrivel como a educação é a celula primaria do desenvolvimento, e…a mais abandonada. O Francisco Vila sempre nos pergunta se tomaremos nosso espaço no mundo em desenvolvimento, pois bem, acho que no mínimo morreremos tentando. Transformar o potencial do Brasil em realidade, uma obrigação de cada um de nós.

  33. Lauro Alves Garcia disse:

    Mário. Onde estiverem, os espíritos de seus avós, Cármen e Mário devem se orgulhar muito de sua gestão e sucesso profissional e mais ainda de suas qualidades como cidadão e pessoa dedicada ao bem estar de seus semelhantes. Como profissional da palavra que sou, o cumprimento pela correção do português e pela clareza do estilo.
    Deus abençoe a você e à sua família. Seu tio Lauro Garcia.

  34. Virginia Maria de Lima disse:

    Bom dia, Sr. Mário. Quando leio artigos como o seu fico extremamente feliz e confiante para seguir em minha futura profissão. Gostaria de ressaltar que falta ao povo brasileiro se livrar desses “escroques” que surrupiam nossas riquezas, mas também, incutir em nosso povo o desejo de superação. Não depender mais de ajudas paternalistas do governo e procurar de forma criativa solucionar as deficiências gerenciais e organizacionais de suas propriedades, só assim poderemos concorrer com países com a Austrália. Utilizar o potencial que temos em mãos contitui nosso maior desafio. Virgínia Lima- estudante de Zootecnia/UFC.

  35. Geraldo Soares Barreto disse:

    Mário,fantastico seu artigo.Temos ótimas condições para produzir,excelentes técnicos e o que mais falta é profissionalismo na gestão de nossas fazendas que ainda não são encaradas como empresas.Honesto,realista e corajoso o seu comentario sobre êstes politicos corruptos que matam principalmente crianças e idosos ao roubarem dinheiro da saude.Obrigado e parabens.

  36. Leonardo Barros Corso disse:

    Parabéns pela matéria, muito esclarecedora.Tive a oportunidade de morar e trabalhar por um ano em fazendas de corte da australia nos estados de Queensland e Western, gostaria de colaborar com alguns comentários. O que mais me marcou nas propriedades de pecuária são a organização dos pecuaristas, que junto com suas família, gerenciam e trabalham no dia a dia no negócio da família. Trabalhei em uma fazenda de 40mil hectares junto com uma família de 6 pessoas que sem nenhum funcionário mantinham um rebanho de 8.000 bovinos.
    Para isso, precisavam planejar o dia, formar equipes para cada atividade, utilizar rádios para cominicação, veículos 4×4, motos, tratores, cães etc…para agilizar e facilitar o serviço. Nas épocas de juntar o gado (2 vezes por ano), alugavam 2 helicópteros que eram pagos por hora. Existem muitas empresas que tem helicópteros bem pequenos especializadas nesse serviço.
    Custava a metade do preço e do tempo se fossem juntar com pessoas a cavalo ou de moto. Nas fazendas de cria o rebanho passa duas vezes por ano na mangueira. Não existe a necessidade de vacinas contra aftosa nem brucelose. Os animais são abatidos em média 2,5 a 3 anos sendo terminados grande parte em confinamento.
    O JBS tem 7 plantas frigoríficas e 15 confinamentos com média de 15 mil cabeças. Comparando com a pecuária brasileira a inseminação artificial ainda é pouco utilizada e a TE e FIV estão apenas começando, em 2010 só existia um laboratório de FIV comercial operando por lá (com tecnologia brasileira). Não exite gado de elite com este “glamour” como nós costumamos ver por aqui, lá gado é pra produzir carne, e ponto final.
    Sinto saudade de lá, Mas muito feliz de estar de volta, vejo aqui no nosso país um potencial enorme, que mesmo com a ineficiência de muitos, a corrupção, a falta de união e comprometimento de vários setores, a pecuária vem avançando.
    Um grande abraço

    • Marcelo Alcantara Whately disse:

      Leonardo,
      Muito obrigado pelos comentários.

      Qual o motivo de seu tempo morando por lá?
      Com certeza foi bem interessante.

      Um abraço,
      Marcelo Whately

  37. Seneri Paludo disse:

    Gostaria de parabenizar o Mario Garcia, pelo excepcional relato sobre Austrália. Tive a oportunidade de participar da mesma feira, inclusive nosso grupo da FAMATO “trombou” com o grupo do BeefPoint por lá. Da Austrália seguimos p/ NZ aonde tivemos um nova aula que serviu para expandir a mente.
    Agora interessante notar que apesar de não estarmos no mesmo grupo voltei com as mesmas impressões tão bem relatadas pelo Mário sobre o “Segredo Australiano”.

    Excelente trabalho e parabéns mais uma vez pelo relato e tb pelos comentários aqui postados.

  38. Oswaldo Ribeiro disse:

    Fica claro no depoimento do Mário Garcia que a cadeia bovina de corte no nosso país, mesmo sem o devido apoio de órgãos governamentais, está evoluindo. Ainda há muito a evoluir, mas se desenvolvermos esse respeito que o australiano tem ao que fazem, teremos cada vez mais condições de colocar nosso produto na mesa do mundo, com muita qualidade e preço competitivo. Temos sim muito a aprender com a Austrália, eles com pouco mais de 10% da nossa população bovina, exportam mais que a gente, consegue preços no mercado mundial superiores aos por nós conseguidos. Nosso desafio é facilitado pelas condições climáticas do nosso país e pela extensão territorial, temos que colocar produtividade na gestão do nosso negócio, tanto operacional quanto administrativamente. Parabenizo o Mário Garcia pelo depoimento isento sobre suas experiências, com certeza trouxe muito conhecimento e respeito ao que fazemos, temos como em qualquer outro negócio, fazer cada vez mais e melhor, respeitando a concorrência, copiando as coisas boas que eles aplicam nos seus negócios.

  39. Nathalia Bidone disse:

    Gostaria de parabenizar a equipe do beef point pelas matérias sempre interessantes. Esta me chamou atenção em particular pois pude participar do BEEF AUSTRALIA e de palestras que aconteceram em Rockhampton naquela mesma data. Ficou evidente o respeito que o mundo está aprendendo a ter não só pela pecuária brasileira, mas como pelo potencial do país como um todo. Confesso que não imaginava que ouviria tanto a palavra BRASIL nas palestras que ouvi.. falada por pessoas do mundo inteiro. Aquilo foi motivo de muito orgulho e estímulo. O texto do Mário Garcia foi muito bem feito, parabéns. Colocaste muito bem o funcionamento do MLA e como isto faz falta para o Brasil… a união e a confiança da classe. Com certeza isto é o principal ponto a aprender com os amigos australianos.

  40. Lisa - SEO disse:

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