Os entraves provocados pela greve de fiscais agropecuários podem levar indústrias de carnes a parar as linhas de produção em dois ou três dias, ameaçando o abastecimento, além de atrasar embarques de grãos do Brasil, disseram representantes do setor nesta quarta-feira (08).
Os entraves provocados pela greve de fiscais agropecuários podem levar indústrias de carnes a parar as linhas de produção em dois ou três dias, ameaçando o abastecimento, além de atrasar embarques de grãos do Brasil, disseram representantes do setor nesta quarta-feira (08).
As indústrias de aves e suínos dizem que, com a paralisação, não conseguem realizar os abates e o escoamento da produção até os portos de exportação, por exemplo. Além disso, há risco de faltar produto nos supermercados. Há ainda a possibilidade de haver cancelamento de abates, o que provocaria acúmulo de animais nas granjas.
O Brasil é maior exportador de carne de frango do mundo e líder na exportação de carne bovina. Além disso, disputa com os Estados Unidos a liderança na exportação de soja, e está entre os principais exportadores de milho. A associação dos exportadores de suínos ainda tem esperanças numa solução rápida para o problema.
A associação que representa exportadores de soja e milho do Brasil vai entrar com ação na Justiça contra a greve dos fiscais, pedindo que sejam garantidos os embarques de grãos. O mandado de segurança será solicitado até sexta-feira (10) na Justiça Federal em Brasília pelos advogados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). A associação informou que, por ora, ainda não há notícias de embarques afetados, mas destacou que a ação na Justiça é preventiva.
O presidente da Anec ressaltou ainda que, se houver atrasos prolongados, pode ser reduzida a expectativa de embarcar um grande volume de milho no segundo semestre, atravancando também os corredores de exportação para a soja da safra nova que começa a chegar aos portos no início do próximo ano.
O Ministério da Agricultura não fala em negociar com os grevistas e se limitou a informar, em nota, que recorreu à Advocacia-Geral da União para tentar limitar a greve dos fiscais federais agropecuários e assegurar o trabalho de pelo menos 70 por cento dos servidores. O sindicato nacional dos fiscais avaliou que nos portos há cerca de 30 por cento do efetivo trabalhando.
O ministério anunciou também que está temporariamente autorizando Estados e municípios a realizarem ações de defesa e fiscalização agropecuária, baseado num decreto presidencial assinado em julho, em meio a outras greves de fiscais.
A categoria pede um concurso público para contratação de mais fiscais, devido a uma defasagem no número de servidores. Também pede restruturação nas carreiras e aumento de salários.
Fonte: Reuters, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.