O Ministério da Agricultura do Japão começou a examinar várias fábricas de ração na tentativa de tranqüilizar a preocupação pública gerada pela primeira suspeita da doença da ‘vaca louca’ surgida no continente asiático, enquanto que as autoridades locais estão inspecionando as fazendas japonesas.
O caso suspeito da encefalopatia espongiforme bovina (EEB) no Japão foi divulgado na segunda-feira, depois que uma vaca holandesa de uma fazenda de Chiba, região próxima de Tóquio, apresentou resultado positivo ao teste.
O ministério iniciou a investigação de cerca de 30 fábricas que produzem compostos usados na alimentação dos animais, para avaliar se estão sendo usadas farinhas de carne e ossos como ingrediente. Acredita-se que a EEB é transmitida aos animais que consomem ração, contendo estes ingredientes contaminados.
Concomitantemente, o governo de Tóquio iniciou a investigação em cerca de 200 propriedades rurais localizadas nesta área, enquanto que a região de Hokkaido – principal área de criação animal do Japão – começou a ter seus 1,27 milhões de bovinos avaliados. O governo está tomando medidas similares em outras regiões.
“Nós começamos inspecionando cerca de 4,8 mil bovinos na região de Tóquio, para ver se eles apresentam sintomas anormais, e se estão sendo alimentados com farinha de carne e de ossos”, disse Ken Suzuki, oficial da divisão de animais domésticos do governo de Tóquio. O Japão importou 184 mil toneladas de farinha de carne e ossos em 2000.
Casos de EEB foram descobertos na Europa, principalmente na Inglaterra – país mais afetado pela enfermidade. No início do ano, o Japão proibiu todos os produtos de origem animal vindos da União Européia (UE), embora tenha importado, antes disso, vários alimentos para animais – incluindo farinha de carne e ossos – de várias nações da UE.
No ano passado, o Japão importou cerca de 55 mil toneladas de farinha de carne e ossos da Dinamarca e Itália, países que também apresentaram casos da doença, embora o governo japonês tenha dito que os produtos importados foram tratados termicamente antes de serem usados.
Considerando que a doença tem um período de incubação de 2 a 8 anos, a vaca – de 5 anos de idade – pode ter sido infectada há algum tempo, possivelmente devido ao consumo de farinha de carne e ossos importada da Inglaterra, que o Japão somente proibiu em 1996. Segundo o ministério, a vaca infectada nasceu na ilha de Hokkaido, tendo sido levada anos depois para a região de Chiba. Segundo o ministro, a carcaça do animal, após o sacrifício, será enviada à Inglaterra, para que sejam feitos testes que confirmem a presença da doença.
Fonte: Reuters, adaptado por Equipe BeefPoint