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25 de abril de 2013
Confinar 2013, dias 9 e 10 de maio, em Campo Grande – MS
25 de abril de 2013

O que aprendi depois de assistir 200 palestras com quem faz a melhor pecuária do Brasil

Prezado amigo,

Esse texto é uma reflexão sobre o que aprendi em 2012 e o que espero para 2013. A cada dia que passo tenho mais certeza que podemos fazer mais pela nossa pecuária. Fica aqui meu convite e estímulo. Vamos em frente!

Todos fazemos planos e temos as melhores expectativas de que vamos melhorar. Esse também é o meu desejo, para mim e para você, leitor desse texto. Mas o melhor não se espera, o melhor se faz. O futuro não é construído amanhã. Ele é feito com base no que realizamos hoje. Sua melhor contribuição para o futuro é se entregar totalmente hoje, dar seu máximo, ir atrás do que realmente acredita.

Minha principal conclusão de 2012 é que existe muita gente boa na pecuária do Brasil, fazendo hoje, a pecuária do futuro.

Eu tive essa conclusão com base em muita coisa. Ano passado eu fiz uma série de viagens internacionais: EUA, Europa e Austrália. Aprendi muito sobre mercado, sobre tendências e principalmente sobre organização setorial. Ao mesmo tempo, o BeefPoint fez uma série de 10 workshops, onde reunimos mais de 200 palestras, com o que o Brasil tem de melhor.

Juntando tudo isso: o que vi no exterior e ao assistir essas 200 palestras com o melhor da pecuária brasileira, percebi que o melhor do mundo está no Brasil.

Quando você visita o melhor confinamento da Austrália, você vê que o melhor confinamento do Brasil é muito similar, ou até melhor. O Brasil tem excelentes exemplos. Tem muita fazenda, muita gente de primeira fazendo um trabalho que é modelo, que é exemplo e que é invejado por muitos fora do Brasil.

O que o Brasil ainda deixa a desejar é em relação a organização setorial, da pecuária como um todo e dos pecuaristas em específico. Fazemos muita coisa, mas podemos melhorar em planejamento e ações de longo prazo. Por exemplo, um ponto que só será feito pelo setor como um todo é a questão de representatividade e comunicação com a sociedade. Nisso ainda estamos bem atrás dos americanos e australianos. Na parte técnica, na produção dentro das fazendas, não deixamos nada a desejar.

Mas o que é a pecuária do futuro? Eu tive o privilégio de assistir mais de 200 excelentes palestras em 2012. Abaixo, um resumo do que aprendi com os principais técnicos e pecuaristas brasileiros, que estão fazendo o futuro hoje.

Tecnologia com inteligência. Mais do que usar tecnologia, é preciso usar com eficiência, com competência e com inteligência. A medida do sucesso não é usar novas tecnologias. É usar bem. Qual técnicas você usa? Quais resultados você obtém? A resposta a segunda pergunta é o mais importante. Quem tem sucesso hoje é quem está usando o que existe de moderno e usando bem.

Métricas. Você só pode melhorar o que mede. As melhores fazendas e os melhores pecuaristas estão ficando cada vez mais profissionais em medir o resultado. Mais do que isso, estão medindo, comparando com vizinhos e estudando o que eles fazem de diferente. O problema que você não consegue resolver hoje, pode ser o problema que alguém já resolveu ontem e sabe a resposta. Sistemas de benchmarking, como o Compare Sua Fazenda que estamos lançando junto com a Exagro, vão ajudar a andarmos mais rápido rumo a eficiência e resultado.

Gestão de pessoas. Em média, numa fazenda de produção a pasto, um em cada quatro reais do desembolso vai para mão de obra. Ou seja, cerca de 25% do seu custo direto é com equipe. Os melhores pecuaristas estão dedicando mais tempo a equipe, até porque isso representa 1/4 da sua despesa. Se custa muito, é preciso usar bem e pensar em como melhorar. Os melhores estão pensando em como atrair, selecionar, manter e treinar excelentes pessoas. É impossível ter excelentes resultados sem uma excelente equipe.

Sustentabilidade. Uma palavra que quase virou palavrão. Mas podemos aprender muita coisa. Sustentabilidade na minha visão é pensar de forma ampla (holística) e pensar no longo prazo. Uma fazenda que está na atividade pecuária há mais de 50 anos tem que ser sustentável. Não me lembro de ter visto uma fazenda que fosse motivo de orgulho para o Brasil, que fosse um exemplo em produtividade e eficiência que não estivesse preocupada em se adequar a legislação e a fazer a coisa certa. A relação pode não ser causal, mas com certeza há uma relação muito forte.

Integração lavoura-pecuária. Numa fazenda de gado a pasto, o principal ingrediente da dieta do gado é a pastagem. Logo, para ser eficiente é preciso produzir muito pasto, com um custo competitivo. É exatamente isso que a integração ajuda a fazer: produzir mais pasto, com alta eficiência. Vi resultados de fazendas de pecuaristas, que começaram a fazer ILP e aumentaram muito seu resultado operacional. A produção de capim (e de gado e de carne) aumentaram muito mais do que o custo total. Essa é uma tendência que devemos ficar de olho e que vai crescer muito mais em 2013. Além disso, com ILP fica muito mais fácil ser sustentável pensando no tripé: econômico, social e ambiental.

Qualidade, garantia e segurança. Carne bovina é um alimento nobre, um alimento mais caro do que a maioria das proteínas, como frango e suíno. Logo, a forma de ganhar mercado não é tentar ser mais barato (vai ser difícil ficar mais barato que um frango criado em 40 dias). A saída é ficar melhor. A saída é garantir qualidade, sabor, experiência. Temos um grande desafio que é resolver o problema da carne com gosto de fígado. E temos uma enorme oportunidade, que é crescer e desenvolver o mercado de carnes especiais, de carnes com marca, de carnes premium. O brasileiro está sedento para comer um churrasco especial, mas ainda não estamos oferecendo a contento. Essa é outra tendência que vi muito forte em 2012 e que vai continuar decolando em 2013. Avalie se essa é sua vocação e vá em frente.

Excelente comercialização. Outro ponto essencial para ganhar na pecuária é uma eficiente comercialização do gado para abate. Conheci muita gente, por todo o Brasil, que é muito bom em vender seu gado, mesmo para grandes frigoríficos. Invariavelmente, são muito bons em 3 coisas: tem gado de qualidade, são bons negociantes (e gostam disso) e desenvolveram um excelente relacionamento com o comprador. Pode parecer impossível, mas já conheci os exemplos mais diversos e esses três pontos sempre estão juntos. Ainda na questão de comercialização, está cada vez mais claro que é preciso dominar o mercado futuro e de opções. É preciso entender, acompanhar e operar. Em confinamento, hoje esse é o fator mais importante para o resultado financeiro.

A pecuária do futuro está no Brasil. E há muita gente fazendo hoje a pecuária do futuro. Nosso trabalho é o de encontrar, reunir, conversar e aprender com essas pessoas que estão fazendo o futuro hoje. Esse é meu trabalho no BeefPoint, e posso te afirmar, eu estou vendo o futuro e estou gostando do que temos para o Brasil pela frente.

Se você conhece alguma fazenda, algum produtor, algum profissional que está fazendo hoje a pecuária do futuro, comente aqui embaixo. Queremos conhecer e divulgar o trabalho dessas pessoas.

Vamos em frente, pois o mais importante é fazer!

16 Comments

  1. SERGIO RAPOSO DE MEDEIROS disse:

    Miguel, excelente texto. Fiquei feliz por Identificar vários pontos em que a Embrapa Gado de Corte tem intensificado sua atuação. É reconfortante ter essa reafirmação que estamos no caminho certo, isto é fazer diferença viabilizando soluções para a pecuária de corte. Apesar disso, estamos sempre repensando a atuação e seu texto é interessante, também, para refletirmos sobre futuras ações! Com relação a uma fazenda em que se está fazendo o futuro hoje, a Fazenda Sapé, em Maracaju-MS, é um dos melhores exemplos que conheço.

  2. Marcelo de Souza Lima disse:

    Bom dia Miguel,
    excelente texto, resumidamente, o dever de casa.
    Acredito nas suas palavras e na sua visão de futuro. Mas onde está o problema para que possamos decolar de vez?
    Está na equipe, como salientou. Não temos como fazer a pecuária do futuro sem pessoas do futuro, quer sejam elas da base ou do cume da pirâmede.
    Precisamos multiplicar pessoas futuristas. Precisamos multiplicar os multiplicadores, como você, para entusiasmar mais pessoas, mostrar para elas que elas não só podem como têm tudo para fazer melhor.
    Digo sempre aos meus filhos e as pessoas que são próximas de mim, que ao fazerem algo, façam de uma vez só, com amor, carinho, com desejo, com vontade, por que ficará bem feito e com isso evitaremos o retrabalho.
    Parabéns pela clareza com que passou a mensagem e vamos a diante por que a hora é agora.

  3. Edison Monge disse:

    Essa frase resume tudo:

    “…Qualidade, garantia e segurança. Carne bovina é um alimento nobre, um alimento mais caro do que a maioria das proteínas, como frango e suíno”

    Obrigado Miguel, por compartilhar suas experiências e expectativas.

  4. Edilson Pereira da Silva disse:

    O Agronegócio Brasileiro foi construído por Heróis como De Salvo, Torres Homem, Amaury Dimárzio, Toninho Oliveira, Jonas Pinheiro e alguns outros. Quase tudo que temos hoje resulta da sua abnegação, amor pelo Campo e o ideal de transformar o Brasil no Celeiro do Mundo.
    Nosso rebanho está como nossa Seleção: um grande potencial produtivo, mas sem rumo nem direção.
    Oxalá, os expoentes de hoje, consigam colocar-nos no lugar de direito.
    Parabéns pelo seu trabalho e conquistas!

  5. Hilton de Oliveira Rodrigues disse:

    Caro sr.Miguel

    Assim como voce, tambem acho que hoje estamos fazendo a pecuaria do futuro. Gostaria de parabenizar e relatar o belíssimo trabalho realizado pela dona Marleine e sua equipe da Ampar agropecuaria ltda, localizada no municipio de Conceiçao do Tocantins – TO. Hoje a fazenda conta com 2000 matrizes nelore que estão sendo inseminadas via IATF, com touro Angus, para produção de carne de alta qualidade. Esperamos ter na proxima temporada de nascimentos em torno de 1000 produtos cruzados. Da forma como estão fazendo, trabalhando com tecnologia de forma eficiente, pensando em sustentabilidade, capacitação e valorização dos seus funcionarios, tenho certeza que esta fazenda será um grande diferencial para o Estado do TO na produção de proteina de alta qualidade.

    Atenciosamente

    Dr Hilton de Oliveira Rodrigues
    Medico Veterinario
    AMPAR AGROPECUARIA LTDA

  6. Leandro Arcas disse:

    Miguel, muito obrigado por compartilhar conosco suas experiências e poder compartilhar conosco este rico aprendizado e tão positivas observações.

    Você mencionou sete pilares como sendo os mais importantes identificados por ti neste último ano, em meio a suas viagens, visitas e palestras, e de fato, concordo contigo, pois isso só demonstra o grande salto de performance que nossos pecuaristas têm dado, deixando de produzir a ermo, deixando as antigas práticas de lado, e se utilizando de novas metodologias, transformando suas Fazendas em “Empresas Produtoras de Carne”.
    Sim, dei esta nomenclatura, por conta do paralelo que irei traçar entre duas distintas atividades.
    As grandes corporações, se utilizam a décadas destes pilares, tomemos por base a Indústria Automobilística.

    Quando você mencionou as atividades tecnológicas logo me veio na cabeça, uma autopeças que se não souber fazer uso correto das tecnologias do mercado, não produzirá com qualidade e nem em quantidade satisfatória para aumentar sua margem de lucro. Já no que diz respeito as métricas, do mesmo modo, a indústria precisa controlar a quantidade de peças produzidas, o volume de matéria prima empregado, seus custos e uma série de outras métricas, enquanto o pecuarista controla a quantidade de @ produzida, o volume de silagem produzido e consumido, entre diversas outras métricas, assim acontece em diversas áreas do negócio, e em todos os pilares mencionados.
    Quero só chamar a atenção para o ILP que não há na indústria, porém, comparemos a outras atividades, como a Otimização da linha de produção, a redução do espaço empregado, bem como a diversificação da carteira de produtos, e todos eles assim como a ILP, devem chegar sempre no mesmo resultado: Aumento de produtividade, redução dos custos fixos, nova alternativa de renda, entre outros.
    Entretanto, as comparações param por ai, e porque? Porque uma vez, todas estas atividades sendo bem feitas, é necessário que isto chegue aos olhos, ouvidos e paladar do consumidor final, para que então, estas medidas surtam o efeito esperado e neste ponto, a Cadeia Pecuária ainda “engatinha” se comparada a outras áreas de negócio, além disto, o suporte do “Estado” é pequeno se comparado a Cadeia Automotiva, por exemplo. Embora, a Pecuária empregue mais, exporte mais e traga maiores receitas ao Governo.
    Portanto, e concluindo meu raciocínio, se faz necessária a estruturação de uma Câmara Setorial Pecuária que discuta em conjunto com Governo, Pecuaristas, Beneficiadores, a sociedade e os veículos de comunicação, quais as ações efetivas que devem acontecer para que os produtos “Premium” de qualidade superior, ocupem de vez o espaço na mesa do brasileiro.

  7. Eduardo Fornari disse:

    Grande Miguel, que baita texto!

    São atitudes assim que faz com que nós da cadeia da carne nos abastecemos de forças para continuar fazendo a pecuária do futuro. O Vermelho Grill sempre teve fornecedores/parceiros que fazem pecuária de ponta como: Ribeirão Agropecuária, Conexão Delta G, Agropecuária Café no Bule e a Fazenda Paquetá, essa última com certificação ISO 9001. Em Porto Alegre estamos em parceria com a Associação de Hereford e Braford que culminou com o prêmio da Veja do Melhor Restaurante de Carne da cidade.

    Forte Abraço,

    Eduardo Fornari
    Vermelho Grill

    • Miguel da Rocha Cavalcanti disse:

      Olá Eduardo, muito obrigado pelo comentário e indicações. Vamos atrás de conhecer mais o trabalho desse pessoal (alguns já conhecemos e admiramos).
      Parabéns a vocês pela excelente carne (comi muito bem no jantar pré-Beef Summit Sul) e pelo prêmio recém-recebido.
      Abraços, Miguel

  8. Jose Brígido Pereira Pedras Junior disse:

    Miguel, pelo que depreendo, você tem feito um excelente trabalho em prol do desenvolvimento da pecuária brasileira. De quando em quando, vejo escritos seus abordando assuntos importantes para o pecuarista.
    Mas, por motivos de outras ocupações, não tivemos oportunidade de participar dos cursos, orientações, etc, a que você se refere. Porém, esse artigo seu, intitulado “O que aprendi depois de assistir 200 palestras com quem faz a melhor pecuária do Brasil”, me intiga, profundamente, a procurar conhecer um pouco do assunto.
    Assim, se possível, onde vou obter o material esclarecer e formador a que você se refere?
    Parabéns pelo eficiente desenvolvimento do tema.
    Espero, se possível, receber diretrizes como adentrar o assunto.
    Grato. José Brígido Pereira Pedras Júnior

  9. Poliana Alves de Paula disse:

    A área de gestão de pessoas é uma parte muito importante para o desenvolvimento de qualquer negócio, inclusive a pecuária brasileira. O agronegocio brasileiro deve dar a devida importância a esta área pois qualquer empresa depende de funcionários competentes e bem treinados, que formando uma equipe, só levam a empresa para frente. E um outro motivo importante que foi citado acima é o gasto que essa área gera, que é alto e nem sempre se vê retorno. muito bom o texto!! parabéns!!

  10. Vitor Teixeira disse:

    Miguel….o que vc aprendeu…são as diretrizes da pecuária moderna que muitos fazem…e muitos mais poderiam fazer….toda a tecnologia que precisamos para tornar a pecuária produtiva e competitiva, já está disponivel…mas a maioria dos pecuaristas ainda não a utilizam…não utilizam nem o básico…manejo de pastagens. É uma pena que a maioria dos pecuaristas ainda nao tenham acesso as informações que vc compartilhou conosco, ou ainda são resistentes a utililizar o mais básico da tecnologia disponivel…os gargalos da pecuária ainda são pastagens e gestão…Apesar de tudo, serei sempre uma pessoa otimista e tenho fé que este quadro dure poucos anos para se reverter…e iniciativas como esta do beef point, será sempre a mola propulsora desta mudança…

  11. Ocimar de Camargo Villela disse:

    Valeu Miguel, lindo texto, um resumo essencial para melhorarmos nossa média!

  12. Marcos da Rosa disse:

    Isto ai Miguel! Parabens. Concordo em numero, genero e grau.

  13. Claudio J. Ravanini disse:

    Olá Miguel, satisfação em conversar com você novamente. Num consiso artigo você resume toda a questão vocacional e de profissionalismo que o Brasil tanto possui quanto aquilo que todavia necessitamos melhorar, e há sem dúvida muito trabalho a realizar. Vários aspectos abordados em seu artigo de forma certeira, contribuem para criar parâmetros e um norte naquilo que se resume em índices de rentabilidade e crescimento dentro da atividade em que cada produtor se dedica. O “front” desta luta diária, onde no mínimo um leão por dia tem de ser desafiado e morto esbarra em obstáculos que não se resumem somente nos problemas associados ao campo e a produção… O foco, mais amplo, ainda necessita ser aberto por nós produtores, naquilo que eu diria estar associado a um dos quesitos citados por você: A integração entre produtores para fortalecimento da cadeia. Todos os setores desta, são tremendamente organizados e não reagem frente a estímulos e variações de mercado de forma mecânica, ou em outros termos como o efeito manada, com exceção do setor produtivo. Nós produtores, embora tenhamos avançado muito nos últimos 20 anos no Brasil, ainda estamos tremendamente individualizados, e “queixada fora do bando é comida de onça”, e mais: a onça sabe disto. Não adianta reclamarmos dos demais componentes da cadeia, sejam estes comerciais, ambientais, trabalhistas, governamentais ou os que sejam, se nós produtores não estamos abertos e preparados à mudanças para produzirmos mais, em um intervalo de tempo menor, com foco em produtos que o mercado demanda, produzidos dentro de normas internacionais de qualidade a preços globalizados e mantendo boas margens de lucratividade a ponto de crescermos no mínimo, a taxas anuais duas vezes maiores que a de juros de poupança. Somente se organizando, podemos ter “agilidade de manobra”, frente a um enorme mercado que cada vez mais estabelece as regras para aqueles que estejam de ouvidos abertos para ouví-las. Como exemplo, cito o Grupo Guará de Rondonópolis no qual participo, onde um grupo de 9 propriedades rurais se organizaram a mais de 15 anos, culminando com as análises de gestão de resultados de cada um frente ao grupo no chamado benchmarking. O Grupo evoluiu para um grupo de compras na área agrícola e hoje algumas destas fazendas já fazem parceirias na produção de gado em sistemas semi-intensivo e intensivo. O mais interessante é que fazendas exclusivamente agrícolas, abriram as portas para que a tecnologia e experiência de parceiros do mesmo grupo que dominam a pecuária transfiram tecnologia e métodos para que os agricultores possam tornar-se profissionais também na pecuária, reduzindo riscos da própria atividade agrícola, diversificando a produção, ampliando linhas de crédito para captação de recursos e multiplicando a rentabilidade de suas fazendas. Somos competitivos, e podemos ser ainda mais, se nos esforçarmos para isto.
    Obrigado Miguel por ter descrito tão bem o tema, abraços,
    Claudio Ravanini

  14. LUCIANO EMILIO WEASCHECK disse:

    Miguel, parabéns pela perfeita capacidade em elaborar as principais abordagens a que devem ser focadas para uma pecuária de sucesso.
    Entre elas, tenho uma, que é a de um projeto já realizado a mais de uma ano, precisamente de início de 2012 pra cá com a total eliminação do uso de touros na monta, com eficiência de 80% de prenhes na Inseminação, incluindo novilhas Precoce, Primíparas e multíparas, em estação definida de 110 dias, sem visualização de Cio, somente com o uso da IATF em Ressincronização e algumas Trissincronização, tudo 100% Europeu e Sintético e o mais importante: 100% dos machos, sem utilização de recria, onde todos do grupo contemporâneo, vão direto do peito da vaca para a adaptação do confinamento com a dieta de milho grão, onde são abatidos em período médio de 150 dias, com média de 280 kg de carcaça e 56,5% médio de rendimento. As fêmeas jovens de descarte estão sendo remuneradas na @ do Boi com acréscimo médio de 7%, pesando em média 17@ e os machos, em média 6%. Isso, por serem inteiros, tem sido padrão não conseguir índices de carcaças de cobertura uniforme, onde são as mais premiadas (10%), do as mais comum que são as Medianas (7%). Isso para animais ANGUS E HEREFORD, que são os que tem sido feitos nas Inseminações.
    Estou a disposição para lhes mostrar ao vivo, ou em planilhas de resultado ponderal, de custos e até mesmo fotos dos animais.
    parabéns. Obg. Abraços.