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Ruralistas organizam paralisação nacional dia 14 de junho

Segundo Leitão, integrante da FPA e líder da minoria, hoje 0,4% da população é formada por índios, que ocupam 13% de área e pretende chegar a 25%. Também diz que em seu estado, cada família de índio possui cerca de 25 mil hectares, enquanto cada assentado rural tem 50 hectares.

Os ruralistas no Congresso Nacional articulam um movimento nacional de paralisação para o próximo dia 14/junho. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) encaminhou uma solicitação nesse sentido a todas as federações de agricultura de estados em que há conflitos com indígenas.

Os ruralistas alertam para a possibilidade de uma guerra civil envolvendo produtores rurais e indígenas no país e afirmam que há interesses econômicos por trás das demarcações de áreas indígenas, em especial relacionados à mineração. De acordo com Nilson Leitão (PSDB-MT), integrante da FPA e líder da minoria, o que tem na parte de cima dessas terras não é nada perto do que tem embaixo. Tem muitos interesses por trás disso, muito ouro, muita região de garimpo.

Ex-prefeito de Sinop (MT), o tucano lidera com outros ruralistas a pressão sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para que seja instalada a comissão especial da proposta de emenda constitucional (PEC) 215, que retira poderes da Funai, e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai.

Leitão afirmou que a PEC é um instrumento do bem, não do mal. É a forma de pacificar isso, se não o setor produtivo vai se armar. O governo teme uma invasão indígena em Brasília; se vierem 100 mil produtores, vira uma guerra civil.

Segundo ele, praticamente nenhum indígena hoje vive da pesca e da caça. O governo dá passagem para eles fazerem manifestação. É culpa do secretário-geral da Presidência Gilberto Carvalho, de tentar formar uma opinião no Brasil baseado em sua opinião dele.

O deputado cita o caso da ampliação das reservas indígenas. Segundo Leitão, hoje 0,4% da população é formada por índios, que ocupam 13% de área e pretende chegar a 25%. Também diz que em seu estado, cada família de índio possui cerca de 25 mil hectares, enquanto cada assentado rural tem 50 hectares. O governo não tem o direito de transformar o Brasil em uma nação indígena, principalmente em uma área que é um cinturão agrícola. Não dá para ser uma grande reserva indígena e ao mesmo tempo uma potência agrícola.

O principal alvo de críticas dos ruralistas é a Funai. A fundação, acusada de ter uma gestão problemática, tem orçamento de R$ 609 milhões previstos para este ano. É mais do que o dobro do que a Funai recebeu nos últimos cinco anos. Apesar do volume de recursos, a Funai dispõe de apenas 17 funcionários para cuidar de assuntos relacionados a licenciamento ambiental de empreendimentos de infraestrutura que atinjam, de alguma forma, terras indígenas. Ao todo, a fundação tem 2.958 processos de licenciamento ambiental em trâmite na coordenação-geral.

A Funai possui 2.529 pessoas ocupando cargos efetivos. Outros 408 são comissionados (sem vínculo) e 37 são temporários. Há ainda 264 profissionais terceirizados. Ao todo, a fundação conta com mais de 3,3 mil empregados distribuídos em 37 coordenações regionais, que são administradas a partir de Brasília. Para ele, muitas ONGs recebem recursos da Funai e não prestam contas.

Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

2 Comments

  1. Timberlay Pencas disse:

    Sou contra a demarcação de novas áreas para os índios. Eles já possuem muita terra sem produzir nada e nao vivem mais da terra todo mundo sabe disso quem paga essa conta somos nos brasileiros

  2. Juliano Campos Vale disse:

    É impressionante as contradições desta potência agrícola chamada Brasil. Parece que todos, inclusive quem depende diretamente dos dividendos do setor agropecuário, é o primeiro a atirar as pedras. Não é governo federal ? Deveria existir uma greve de 100 dias do setor agropecuário. Aí a Sra. Dilma e seus apaziguados sentiriam o drama. Quem sabe assim se a popularidade dela não cairia mais10 pontos.