As duas maiores confederações empresariais do país pressionam o governo brasileiro a se desvincular dos sócios no Mercosul e apresentar uma proposta de liberalização comercial diretamente à União Europeia. Lideranças da indústria e do agronegócio temem que o protecionismo da Argentina impeça os sul-americanos de apresentar até o último trimestre deste ano uma oferta conjunta de redução das tarifas de importação, conforme combinado com os europeus.
As duas maiores confederações empresariais do país pressionam o governo brasileiro a se desvincular dos sócios no Mercosul e apresentar uma proposta de liberalização comercial diretamente à União Europeia. Os dois blocos econômicos retomaram, em 2010, as negociações para um acordo de livre comércio.
Lideranças da indústria e do agronegócio temem que o protecionismo da Argentina impeça os sul-americanos de apresentar até o último trimestre deste ano uma oferta conjunta de redução das tarifas de importação, conforme combinado com os europeus.
Para evitar que a paralisia argentina dificulte avanços nas discussões, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sugerem ao governo uma nova estratégia comercial: um “acordo guarda-chuva” do Mercosul com a UE.
Regras gerais poderão ser definidas em conjunto, o que constituiria um “guarda-chuva” mais amplo, na proposta feita pelas entidades ao Ministério do Desenvolvimento e ao Itamaraty. Já os setores e o ritmo de abertura ficariam a cargo de cada país, caso não haja consenso entre os sócios do Mercosul. Um modelo semelhante foi usado em negociações com o México e com a Comunidade Andina, mas o governo ainda resiste em aplicar a mesma lógica no acordo comercial com a UE.
Segundo a presidente da CNA, seria ótimo um acordo via Mercosul, o que não pode acontecer é perder essa oportunidade por causa da resistência argentina. De acordo com Kátia Abreu, o empresariado brasileiro nunca esteve tão afinado como agora para fazer uma oferta aos europeus.
A lista do setor privado prevê a queda das tarifas aplicadas pelo Brasil a cerca de 80% das importações provenientes do bloco europeu. Na parte agrícola, há apenas três categorias de “sensibilidades” – grupos de produtos que devem ser protegidos e ficariam de fora do livre comércio. Só vinhos, laticínios e cacau foram enquadrados como “sensíveis”.
Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.