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Mateus Arantes: papel da pesquisa tem sido fundamental na integração lavoura-pecuária

No próximo dia 18 de julho, o BeefPoint promove o Workshop Integração Lavoura-Pecuária e ILPF, com 8 palestras sobre esse tema. Um dos palestrantes será Mateus Arantes.

Mateus Arantes é engenheiro agrônomo (Esalq/USP) e CEO da Fazenda São Mateus, em Três Lagoas – MS, onde conduz projeto de Integração Lavoura & Pecuária em áreas de risco climático e solos pobres, com plantio direto de soja, milho safrinha e pastagens.

Confira abaixo a entrevista com Mateus Arantes e algumas fotos da Fazenda São Mateus.

BeefPoint: Fale um pouco sobre o trabalho que você vem desenvolvendo.

Mateus Arantes: A Fazenda São Mateus, propriedade de minha família, que administro, vem desenvolvendo ILP desde 2000. Este trabalho ganhou força a partir de 2008 com a parceria da Embrapa. Esta parceria rendeu um comunicado técnico denominado “Sistema São Mateus” (Clique aqui para ver o comunicado). Este sistema permitiu viabilizar lavouras em áreas de 9% de argila em regiões com presença de fortes veranicos (20 dias normal).

Além disso, estamos engajados no melhoramento genético do gado Nelore (PO e Comercial), sendo o grande diferencial a avaliação pela Delta Gen, a única do Brasil com Dep Genomica, sem tirar contudo a qualidade da carne, onde avaliamos o grau de marmoreio na raça e já temos touros nelore PO com marmoreio acima de 2,5 o que não deixa nada a desejar a raça Angus F1 brasileiro. Inclusive, estamos vendendo um desses tourinhos no dia de campo da Fazenda União em Três Lagoas no próximo dia 20/07.

BeefPoint: O que você considera mais importante em uma fazenda de ILP (ou ILPF)?

Mateus Arantes: Gestão. São muitas atividades ao mesmo tempo e isso faz com que o risco aumente muito. As coisas precisam acontecer na hora certa.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuária do futuro na ILP (ou ILPF) no Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Mateus Arantes: A pessoa que me inspirou chama-se Ake Van de Vinne, um holandês que reside hoje em Maracajú-MS. Ele foi o primeiro a plantar soja em plantio direto na Braquiária. Ele realmente está à frente do seu tempo e tem muito para ensinar. Excelente pessoa e amigo.

BeefPoint: Qual o maior desafio da ILP (ou ILPF) no Brasil hoje?

Mateus Arantes: Quebra de paradigma, acreditar que é possível e que pode ser feito com sucesso.

BeefPoint: Em relação a ILP (ou ILPF), qual inovação na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos?

Mateus Arantes: O papel da pesquisa tem sido fundamental, pois além das Fundações, a Embrapa abraçou a causa. Outro ponto importante são as linhas de crédito direcionadas para o Sistema ILPF.

BeefPoint: O que você implementou de diferente na sua ILP (ou ILPF) em 2012? O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Mateus Arantes: Na lavoura, silagem de grão úmido. Na pecuária, avaliação genética para marmoreio e terminação a pasto de animais inteiros.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013, em ILP (ou ILPF)? E porquê?

Mateus Arantes: Estou tentando viabilizar a adubação orgânica. Redução de custo. Vamos ver!

BeefPoint: O que o setor deveria fazer para aumentar a competitividade da ILP (ou ILPF) no Brasil?

Mateus Arantes: Gerar mais informação. O potencial da ILP no Brasil é enorme.

BeefPoint: Qual seu recado para produtores de gado de corte, em especial os interessados em ILP (ou ILPF)?

Mateus Arantes: Para quem gosta de risco e maior retorno sobre o capital, este é o sistema! A pecuária intensiva ou semi-intensiva também são boas opções e de menor risco.

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2 Comments

  1. nelson joao bertipaglia junior disse:

    muito legal, parabens dr mateus

  2. Maurício Carvalho de Oliveira disse:

    É isso aí Mateus, parabéns pela sua iniciativa. Mas nós, aqui, no Mapa, vemos os sistemas integrado de produção como uma alternativa para diluir riscos. Você vê muitos riscos no sistema. Seu solo, como você disse, 9% de argila, precisa de um manejo bastante refinado e com a “santa braquiária”, que recicla nutrientes em profundidade de mais de 4 metros. Daí é matéria orgânica, é estrutura de solo, é outra biologia. Agora tem também uma turma de colegas, em Rio Verde – GO, trabalhando com uma tal de rochagem. Isso me parece um enfoque novo para esses solos frágeis. Quem sabe isso terá futuro. É um olhar para os fatores pedogeneticos do solo, que os agrônomos geralmente ignoraram. Vamos ver!!! E sucessos.