O Prêmio BeefPoint – Edição Confinamento vai homenagear quem faz a diferença nos confinamentos do Brasil. Essa é uma iniciativa do BeefPoint, e tem a Assocon como parceira. A premiação será feita durante o Interconf 2013, evento da Assocon que acontecerá nos dias 9 a 12 de setembro de 2013, em Goiânia/GO e que o BeefPoint está fazendo a curadoria de conteúdo.
Para conhecer melhor os finalistas, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas que mostram o que eles têm feito para se destacar na pecuária de corte.
Confira abaixo a entrevista com Fernando Nemi Costa, um dos finalistas na categoria Gestão em Confinamento.
Fernando Nemi Costa é formado em Agronomia pela UniPinhal e Mba em Agronegócios pela Faculdade Santa Rita. Confinador desde 1986. Diretor da Empresa Costa Assessoria Pecuária e trabalhando por 22 anos na área de Gestão, nutrição, projetos em confinamento e compra de insumos em um sistema de pool de compras que viabiliza desde o pequeno ao grande confinador.
BeefPoint: O que você considera mais importante em um confinamento de gado de corte?
Fernando Costa: O mais importante é um sistema de gestão muito afinado, com muita atenção em todos os pontos do processo produtivo. Adicionalmente, a coleta de dados juntamente com um bom operacional é essencial para podermos tomar decisões acertadas. Além do mais, o confinamento deve ser administrado como uma empresa, pois os investimentos são altos e a atividade é de risco.
Vale lembrar que o processo de engorda é muito rápido e não nos admite errar , diferente da engorda a pasto onde os custos são baixos e o período mais longo.
BeefPoint: Qual o maior desafio dos Confinamentos no Brasil hoje?
Fernando Costa: Como desafio podemos considerar a baixa rentabilidade que vem atingindo a maioria dos confinamentos no Brasil. Estamos passando por uma crise no setor que vem desde 2012 e, nos momentos de crise temos que buscar alternativas de produção, como nichos de mercado com produtos diferenciados de qualidade superior e que agregam um melhor valor.
Um dos maiores desafios que podemos considerar são as barreiras sanitárias, imposta por países que compram nossa carne e que a nossa classe representativa nos impõe leis que proíbem o uso de um modelo mais produtivo em que os países concorrentes no mercado de carne bovina o fazem.
Portanto vale lembrar que: hormônios , beta-agonistas e alguns outros aditivos para melhorar desempenho dos nossos animais não são autorizados no mercado Brasileiro, tornando-se assim o processo produtivo menos eficiente, mais caro e com desvantagem em relação aos nossos concorrentes internacionais.
BeefPoint: Qual projeto de confinamento você teve contato ou implementou nestes últimos anos, que considera um case de sucesso? Por quê?
Fernando Costa: Considero dois confinamentos, sendo eles:
BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?
Fernando Costa: Em 2012, o ano começou com boas previsões de preços, mas ao decorrer do ano com o abate de fêmeas, os preços permaneceram em baixa. Outro ponto forte foi a alta dos insumos, principalmente o milho e o farelo de soja que constituem a base na dieta, tendo o milho uma alta de aproximadamente 40% e o farelo de soja de 67%.
O motivo desta grande alta foi a seca americana que pela quebra de produção ocasionou todo o processo de subida dos grãos.
Entretanto, conseguimos antecipar as compras dos insumos antes da alta e travamos o preço do boi na hora certa proporcionando assim a segurança de nossa rentabilidade.
BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E por quê?
Fernando Costa: No ano de 2013, estamos usando a mesma estratégia , comprando insumos na fase de melhores preços e travando o boi na melhor hora. Com preços mais altos o boi magro torna-se o vilão da atividade. No mês de julho os preços do boi gordo estiveram na melhor fase do ano ocasionando alta também no boi magro.
A situação do confinador no momento é delicada e na minha opinião a única coisa que poderia fazer os preços se recuperar é a diminuição de bois na entre safra.
Havendo falta o boi sobe, do contrário acho que o pico de preço ficou para trás.
BeefPoint: Qual mensagem gostaria de deixar para os confinadores no Brasil?
Fernando Costa: Na minha opinião o confinador precisa estar com um sistema de gestão muito organizado e muito atento com as mudanças do mercado para assim poder tomar decisões acertadas. A alta dos insumos e o baixo preço do boi gordo faz com que a atividade passe por situações difíceis. O momento é de muito cautela nos investimentos.
A fidelização com um bom frigorífico e com bom relacionamento entre as partes torna-se a atividade mais segura.
E para finalizar o que mais chama a atenção é a desunião da classe produtora (pecuaristas confinadores). Precisamos de união para podermos nos fortalecer e buscar dias melhores para nossa atividade.
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Confira a Programação do Interconf 2013
Lembramos que todos os finalistas do prêmio são convidados vip cortesia do Interconf 2013.