Relatórios oficiais mostram que não há sinais de uma finalização na disseminação da febre aftosa na Rússia, visto que o número de casos detectados continua aumentando.
A Organização Mundial para Saúde Animal (OIE) reportou três novos casos em bovinos desde 22 de setembro. Todos os casos foram em províncias rurais próximas as fronteiras com a China e Mongólia, incluindo 110 casos em Priargrunsky no começo dessa semana. Isso se soma a mais de 40 casos detectados em Priargrunsky no final do mês passado e totaliza 84 casos no distrito de Krasnokamensky.
Os relatos na Índia mostram uma história similar. Assim como na Rússia, foram reportados casos na casa dos milhares em algumas propriedades, mas a situação está sendo reportada próxima a centros urbanos.
A doença está bem estabelecida em Karnataka, província de Bangalore e Tumkur, com a maioria dos sinais sendo mostrados em animais não naturais do país.
Não houve relatórios da OIE sobre os casos na Índia até agora. Os veterinários suspeitam que isso é devido à falta de notificação pelo Ministério.
A taxa de avanço da doença na Rússia e na Índia poderia formar exemplos de estudos de casos para equipes de controle da doença no futuro, ou seja, um aprendizado e treinamento para lidar com a próxima epidemia.
O diretor de Saúde Animal da Organização Mundial de Alimentos e Agricultura, Eoin Ryan, está envolvido em avaliar e treinar profissionais para responder a todos os sete sorotipos do vírus globalmente. Sua mensagem é que a natureza “extremamente contagiosa” do vírus significa que rigorosos protocolos de biossegurança são requeridos uma vez que a doença é detectada e que a equipe tem que estar preparada para lidar com a coisa real.
O diretor completa: “Cursos de treinamento são fornecidos pela Comissão Europeia para o controle da febre aftosa (EUFMD) e são feitos em países onde a doença é endêmica. Os cursos foram feitos na Turquia, no Quênia e em Nepal. Os cursos ensinam sobre manejo “em tempo real” para os ambientes das fazendas, bem como a realização de um exame rigoroso de avaliação.”
Ao resumir os pontos principais do controle da febre aftosa, Ryan disse: “Tomar uma amostra de diagnóstico corretamente e saber o que procurar nos animais é primordial. Ser capaz de integrar descobertas clínicas, como idade da lesão, com a investigação epidemiológica é importante também”.
Vale complementar, informando que a EUFMD é uma das comissões mais antigas da União Europeia (UE) e, hoje, trabalha de perto com a Comissão Europeia e com a OIE para coordenar o controle da febre aftosa na Europa.
E o Brasil?
O Brasil, sob a coordenação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e com a participação dos serviços veterinários estaduais e do setor agroprodutivo, segue na luta contra a febre aftosa em busca de um país livre da doença.
O Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) tem como estratégia principal a implantação progressiva e manutenção de zonas livres da doença, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela OIE.
Prevenção – “vacine e continue produzindo com qualidade e saúde”
A prevenção dessa doença é feita por meio de vacina obrigatória aplicada de 6 em 6 meses, a partir do terceiro mês de vida do animal. A vacinação é obrigatória a todos os criadores de animais, de forma que as recomendações do fabricante com relação à dosagem, prazo de validade, modos de conservação, entre outros, sejam obedecidas.
Vale ressaltar que a febre aftosa é uma doença infecciosa causada por vírus. Ela atinge animais de cascos bipartidos, como bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. É uma doença altamente contagiosa que possui sete soros imunologicamente distintos, são eles: A, O, C, SAT1, SAT2, SAT3 e Asia 1, sendo que no Brasil encontramos apenas os tipos A, O e C.
Sintomas
Os primeiros sintomas envolvem febre e diminuição do apetite. O vírus provoca lesões na boca, língua, estômago, intestino, narinas, na pele e ao redor de casco. No início surgem vesículas que se rompem, formando aftas. Com isso o animal baba muito e não consegue se alimentar e se locomover, ficando fraco.
Quando as vesículas se rompem, as partículas virais são liberadas no ambiente. A salivação também libera vírus. Assim sendo, o crescimento, engorda e produção de leite são prejudicados.
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Fonte: thedairysite.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.