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Agricultura: com forte seca, Califórnia (EUA) terá de reduzir uso de água

Os californianos estão sendo aconselhados a reduzir em um quinto seu consumo de água, no momento em que o mais populoso Estado americano enfrenta sua pior seca em um século. Temperaturas abrasadoras e o inverno mais seco, jamais registrado, exacerbaram os problemas para os agricultores na região do Vale Central do Estado, de onde provém grande parte da safra agrícola do país.

Os californianos estão sendo aconselhados a reduzir em um quinto seu consumo de água, no momento em que o mais populoso estado americano enfrenta sua pior seca em um século. Temperaturas abrasadoras e o inverno mais seco, jamais registrado, exacerbaram os problemas para os agricultores na região do Vale Central do Estado, de onde provém grande parte da safra agrícola do país.

“Estamos numa situação sem precedentes e extremamente grave”, disse Jerry Brown, governador da Califórnia. “É importante alertar todos os californianos para a séria questão da seca e da falta de chuvas”.

O solicitado corte de 20% no consumo de água tem caráter voluntário, mas Brown disse estar considerando a imposição de limites obrigatórios.

A alocação de água aos agricultores californianos tem caído, nos últimos anos, por causa do clima seco e de restrições ambientais ao bombeamento, postas em vigor para proteger o “smelt”, um pequeno peixe encontrado apenas no delta dos rios Sacramento e San Joaquin. A água ficará ainda mais escassa por causa da seca deste ano.

“O Estado poderá ter que proibir o cultivo em terras agrícolas no Vale Central”, disse Ross DeVol, diretor de pesquisa do Instituto Milken, um “think tank” apartidário. “Isso terá impacto sobre a produção agrícola, as rendas e o desemprego”.

Os trabalhadores agrícolas tendem a ser pagos por hora. “O efeito de contágio dos salários perdidos no Vale Central é potencialmente muito grande”, acrescentou.

A declaração de Brown sobre a seca veio após protestos, nesta semana, em Sacramento, de agricultores do Vale Central, que estavam pressionando o governador para que este fizesse um pronunciamento oficial liberando o acesso à água e suspendendo algumas restrições ao consumo.

A seca atingiu o norte da Califórnia com particular vigor. Folsom Lake, perto de Sacramento, secou a tal ponto que uma cidade da época da corrida do ouro submersa em 1955, quando foi construída uma barragem local, tornou-se novamente visível.

A quantidade de neve nas montanhas da Califórnia, que supre água aos reservatórios do Estado, está em aproximadamente 20% da média normal para esta época do ano, disseram autoridades estaduais.

Os maiores rios da Califórnia, entre eles o Sacramento e o San Joaquin, apresentam menores fluxos de água na superfície. Os níveis de água subterrânea, que os agricultores obtêm cavando poços, também diminuíram.

“Não choveu neste inverno. Essas poderão ser as piores condições que já vimos em nossa área, em termos de águas subterrâneas”, disse Chris Kapheim, gerente-geral do Distrito de Irrigação de Alta, que distribui água aos agricultores dos condados de Tulare, Fresno e Kings.

A área é rica em pêssegos, ameixas e outras frutas, mas os agricultores estão em dificuldades para obter a quantidade adequada de água para irrigar seus pomares. “A quantidade de água disponível é limitada”, disse Kapheim. “Quanto mais fundo você cava, menos aparece”. A economia local, acrescentou ele, é “totalmente dependente da agricultura”.

A seca afetou a maioria do oeste americano. Nesta semana, o governo declarou regiões de vários Estados do oeste como “área primária de desastre natural”, por causa dos riscos com que se defrontam os agricultores. Colorado, Novo México, Nevada e Kansas estão entre os Estados afetados.

A seca exercerá pressão sobre o emprego agrícola, especialmente se os agricultores tiverem de deixar os campos em repouso por causa da falta de água. Até 10 mil pessoas perderam seus empregos na última grande seca na Califórnia, em 2009.

“A seca acentua e evidencia ainda mais os conflitos entre o norte e o sul e entre áreas urbanas e rurais do Estado “, disse Brown. “Eu vou fazer a minha parte para unir as pessoas e atravessarmos essa crise”.

A seca também elevou o risco de incêndios florestais. Um incêndio queimou 1,7 mil hectares de terra em Glendora, um subúrbio no nordeste de Los Angeles, nesta semana, e continuou ardendo na sexta-feira. O Serviço Meteorológico Nacional informa que o risco de incêndios mantém-se elevado em todo o sul da Califórnia, até a fronteira com o México, por conta do clima seco.

Fonte: Jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. José Geraldo da Silva Braga disse:

    A notícia é ótima para o Brasil (e outros países produtores); mas às custas do sofrimento de outras pessoas. Fazer o quê, não é? É a “lei da compensação”.