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Confira as previsões do USDA para o mercado pecuário dos EUA

Abates de bovinos deverão afetar rebanhos em 2014

O clima frio em grande parte das áreas de produção pecuária dos Estados Unidos prejudicou o processamento de carnes, o movimento de animais para o abate e teve um impacto negativo na manutenção da condição corporal, e o ganho de peso, de acordo com o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado em 16 de janeiro.

Apesar da probabilidade de um declínio de quase 3% em relação ao ano anterior, nos abates comerciais totais de bovinos em 2013, a taxa de abates totais de bovinos, ou seja a razão dos abates com relação ao rebanho total em 1 de janeiro, parece ter continuado em 2013, correspondendo às altas taxas de 2010, 2011 e 2012. As altas taxas de abates de bovinos levaram a declínios no rebanho e à expectativa de contínua redução do rebanho bovino em 1 de janeiro de 2014.

Conforme discutido no mês passado, as dinâmicas são diferentes para bovinos de corte e de leite. Os abates de bovinos de corte de rebanhos comerciais em 2013 excederam pelo sexto ano consecutivo os 10% do rebanho de corte em 1 de janeiro. Os abates de bovinos leiteiros deverão alcançar sua maior taxa com relação ao rebanho leiteiro de 1 de janeiro desde 1980.

Junto com os preços para outras categorias de bovinos, os preços das vacas se recuperaram bastante durante as últimas semanas. Entretanto, com abates de bovinos menos previsíveis do que o usual para a estação de feriados do final do ano por causa das tempestades de inverno e do fato do Natal e o Ano Novo terem caído no meio da semana, prejudicando programações de abates e mercado, é difícil determinar se uma tendência de alta está realmente se desenvolvendo. Ao mesmo tempo, os preços das vacas deverão ser maiores em 2014 devido à redução antecipada dos abates como resultado do esforço esperado para reconstruir o rebanho bovino.

Preços do boi gordo e da carne aumentaram

Os preços do boi gordo aumentaram de forma significativa durante semanas após o Natal. O aumento nos preços foi atribuído à possibilidade dos frigoríficos não terem tido animais suficientes antes dos feriados que fossem capazes de suprir a demanda. Outras razões incluíram problemas relacionados ao clima no transporte de bovinos entre confinamentos e frigoríficos. Os preços breakeven (sem ganhos nem perdas) nas Planícies do Sul deverão cair para menos de US$ 286,60 a cada 100 quilos, pelo menos até abril, sendo que depois disso os mercados provavelmente terão algumas incertezas. Enquanto os preços do boi gordo permanecem altos, as margens dos bovinos para engorda continuam positivas.

Por várias razões os pesos das carcaças para todos os bovinos poderão ficar em média maiores em 2014 do que ficaram em 2013. Os menores preços do milho fornecerão incentivos para manter os bovinos em engorda por mais tempo, aumentando os pesos das carcaças. Mais novilhos e menos vacas e novilhas no grupo de animais abatidos poderão também resultar em uma tendência para pesos de carcaças maiores. Entretanto, a colocação de animais precoces em confinamento e mais leves poderão mitigar os efeitos de ganho de peso, dos menores preços dos alimentos animais e de mais novilhos no grupo de animais abatidos.

As margens dos frigoríficos poderão aumentar, caso os aumentos nos valores dos cortes ultrapassarem de forma suficiente os aumentos nos preços do boi gordo. Isso poderia ocorrer se os valores dos cortes continuassem aumentando de forma significativa além da adição de aproximadamente US$ 4,41 por 100 quilos, que o Serviço de Comercialização Agrícola do USDA introduziu no começo do mês mudando a forma como os cortes primários são categorizados para seus valores. Atualmente, os valores semanais médios dos cortes continuam aumentando, o que deverá dar suporte a todo o complexo de engorda-frigorífico.

Os preços varejistas da carne bovina deverão ficar em média maiores, em 2014, do que ficaram em 2013. Entretanto, a aceitação dos consumidores por preços maiores será influenciada em certo grau pelo aumento antecipado nas ofertas de carne suína e de aves.

Comércio: importações de bovinos em contínuo crescimento

Até novembro, as importações de bovinos dos Estados Unidos foram 16% menores do que os níveis do ano anterior à medida que os menores envios do México (-37%) ultrapassaram as maiores importações do Canadá (+22%). As importações do México foram lentas no começo do ano, após vários anos em que a seca levou à liquidação do rebanho. Durante a primeira metade de 2013, as importações do México caíram em 45%. As importações se fortaleceram no quarto trimestre à medida que os envios tipicamente aumentam nessa época do ano devido à menor disponibilidade de forragem no México.

Devido às importações mais fortes do México e às importações sustentadas do Canadá, a estimativa de 2013 de importações de bovinos aumentou em 25.000 cabeças com relação à estimativa do mês anterior, para 1,99 milhão. Embora quase todos os bovinos do México sejam para engorda, essa categoria de animais representou somente 21% das importações do Canadá em 2012. Esse número aumentou para 31% em 2013 até novembro devido à forte demanda dos Estados Unidos e aos preços comparativamente menores para bovinos destinados para a engorda no Canadá.

As importações de bovinos em 2014 deverão ser de 1,95 milhão de cabeças, 2% a menos do que em 2013. As importações do México deverão declinar pelo segundo ano consecutivo à medida que os estoques permanecem estreitos. O fortalecimento nas importações de bovinos para engorda do Canadá deverá continuar, mas pode ser compensado pelas menores importações de bovinos para abate.

Importações de carne bovina deverão aumentar em 2014

As importações de carne bovina até novembro aumentaram em 1% com relação ao ano anterior e deverão ficar em 1,02 bilhão de quilos para o ano. As importações da Nova Zelândia aumentaram (+7%)  nesse ano, onde a seca no começo da estação levou a maiores abates de bovinos e produção de carne bovina. A produção aumentou pela mesma razão na Austrália, mas as importações caíram em 6% devido ao aumento da demanda da China. Embora a China tenha representado 3% das exportações de carne bovina australiana em 2012, a participação desse mercado aumentou para 13% até novembro devido à demanda mais forte dos consumidores chineses por carne bovina.

As importações do Canadá também caíram (-2%), outro importante fornecedor de carne aos Estados Unidos. A previsão para importações de carne bovina pelos Estados Unidos em 2014 aumentou para 1,04 bilhão de quilos devido ao recente fortalecimento nas importações. A previsão para 2014 representa somente um pequeno aumento nos envios com relação a 2013, à medida que a oferta estará limitada em muitos mercados que exportam aos Estados Unidos. A produção deverá declinar levemente no próximo ano na Austrália, principal fornecedor de carne aos Estados Unidos em 2012 e 2013. A competição por carne bovina australiana deverá permanecer à medida que a demanda continua aumentando na Ásia.

Exportações de carne bovina se manterão fortes para a Ásia

As exportações de carne bovina dos Estados Unidos até novembro aumentaram em 4%, principalmente devido ao forte crescimento nas exportações à Ásia. O volume de exportações aumentou principalmente ao Japão (+48%) à medida que as restrições às importações foram relaxadas em 2013 para permitir importações de carne bovina americana de animais de menos de 30 meses de idade.

Embora o consumo de carne bovina esteja estável no Japão, o relaxamento das restrições permitiu que os Estados Unidos tomasse alguma participação de mercado da Austrália. As exportações também aumentaram até novembro para Hong Kong (+71%), Taiwan (+82%) e México (+9%). As exportações ao México aumentaram nesse ano à medida que a produção de carne bovina mexicana caiu.

Devido à demanda mais forte da Ásia e do México, a estimativa para 2013 foi de aumento nas exportações para 1,15 bilhão de quilos. A previsão para 2014 aumentou para 1,06 bilhão de quilos, mas as exportações gerais deverão cair em 8% no próximo ano, à medida que a produção declina devido ao menor número de bovinos.

Fonte: USDA, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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