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Programa desenvolvido pela Embrapa pode ajudar na rastreabilidade da carne bovina

Munido do contrato de parceria para a produção do chip eletrônico em escala comercial e da proposta de um programa de computador para o gerenciamento de rebanho bovino identificado eletronicamente, o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Pedro Paulo Pires, viaja pelos Estados Unidos até o dia 23 de novembro. Na pauta destas visitas, a várias empresas americanas, está o desenvolvimento de uma idéia que vem sendo definida como “teclado do peão”.

O “teclado do peão” é um painel com diferentes dispositivos eletrônicos, confeccionado para facilitar a captação das informações do rastreamento de bovinos na propriedade. O painel executará as mudanças de função, quando, no mangueiro, o gado estiver sendo submetido a várias atividades ao mesmo tempo, como vacinação, pesagem, entre outras, e houver a necessidade de identificar separadamente os lotes por manejo ou tratamento. O computador não precisa necessariamente ser levado ao campo, mas apenas os aparelhos que fazem a leitura e o armazenamento dos dados de identificação do animal.

O software faz também o gerenciamento completo de nutrição, saúde, reprodução, análise de custo-benefício em cada etapa, análise de resultados em si da produção, entre outras ações. Quando o funcionário da fazenda aponta uma função programada no painel, esse dado fica armazenado na estação portátil. No escritório, o software, ao receber as informações, é imediatamente preparado para executar determinada tarefa e, no monitor do computador, abre uma tela apropriada para processar as informações.

“A diferença entre o que já existe no mercado internacional para executar o gerenciamento do rebanho e este material, que obedece às recomendações da Embrapa, é basicamente a adequação à realidade brasileira e seus sistemas produtivos tropicais”, informa o pesquisador Pedro Paulo Pires. O software será modelado com as características ditadas pelos profissionais da Embrapa.

O contrato que está em fase de fechamento entre a Embrapa e a parceira norte-americana prevê o pagamento de royalties ao Brasil na comercialização dos chips. O governo uruguaio também está interessado na tecnologia e já fez levantamento de custos junto a empresas para a possibilidade de aquisição de 2,8 milhões de chips eletrônicos.

Não só o Brasil, mas todos os fornecedores de carne para a Europa estão correndo para pôr em prática uma política eficaz de rastreabilidade dos seus rebanhos, uma vez que essa é uma exigência da União Européia aos países do bloco e aos seus demais fornecedores de carne.

O investimento para implantação do sistema de identificação da Embrapa e gerenciamento eletrônico de bovinos de corte está orçado, hoje, em torno de R$ 5 mil para aquisição de equipamentos e mais o valor dos chips – entre US$ 2.5 e US$ 3.0 a unidade. “É um investimento com retorno garantido, se considerarmos o incremento nas exportações pela produção de um alimento seguramente saudável, o salto na qualidade e a agregação de valor ao produto”, diz o chefe adjunto de Comunicação e Negócios da Embrapa Gado de Corte, Tênisson Waldow de Souza.

“Com o chip, o couro não é prejudicado pelas marcas de ferro quente e a tecnologia em si evita fraudes: nos animais adultos, para tirar-lhe o chip, será necessário abrir o estômago do bovino; nos bezerros, cujo transponder é inserido na prega umbilical, qualquer forma de fraude causaria uma cicatriz, o que evidenciaria o possível delito”, afirma Pires.

A equipe técnica da Embrapa Gado de Corte lembra que qualquer software para gerenciamento de rebanho poderá ser utilizado junto com o chip eletrônico, ou seja, a partir dessa identificação. O que a empresa está negociando é poder fazer todo o manejo do rebanho – com todos seus registros, cálculos e análises – em um só programa.

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Fonte: Embrapa Gado de Corte (por Thea Tavares), adaptado por Equipe BeefPoint

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