O preço da terra adquirida para pecuária tem subido fortemente no Brasil. Entre as regiões acompanhadas pelo Cepea, em parceria com a CNA, constatam-se aumentos reais (deflacionados pelo IGP-DI) de até 714% em Santana do Araguaia (PA) e de 540% em Paragominas (PA) entre 2003 e 2012 (último ano disponível para este estado). Em Minas Gerais, de 2005 (quando se iniciou o levantamento neste estado) a 2012, também em termos reais, a elevação foi de 46% em Uberlândia e Uberaba e de 62% em Montes Claros.
No Paraná, de 2003 a 2013, a valorização real da terra na região de Paranavaí chegou a 255%. No estado de São Paulo, de 2007 a 2013, a variação foi de expressivos 260% em Andradina e de 460% em Tupã. Em termos absolutos, os valores no Paraná e em São Paulo são os mais elevados do Brasil. O período analisado varia de acordo com os anos de levantamento realizado pelo Cepea em cada estado – normalmente, a pesquisa é atualizada a cada dois ou três anos.
Face a valorização da terra, agentes do setor pecuário têm buscado aumentar a produtividade, tanto em relação ao uso da pastagem – com maior lotação por hectare – como de indicadores zootécnicos, de mão de obra, entre outros fatores. Outra alternativa atrativa economicamente tem sido a integração lavoura-pecuária.
Movimentos da semana – No mercado de boi gordo, o ritmo de negócios segue lento neste início de junho, com compradores e vendedores recuados. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) fechou a R$ 120,29 nessa terça-feira, 3, praticamente estável em relação ao valor da terça anterior (R$ 120,32). De modo geral, agentes vêm se mostrando mais ativos apenas quando têm maior urgência na negociação.
No balanço das 24 regiões divulgadas pelo Cepea, os preços da arroba de boi acumulam alta em quase todas entre 27 de maio e 3 de junho. Os maiores acréscimos (acima de 2%) ocorreram nas regiões sul-mato-grossenses de Campo Grande, Três Lagoas e Dourados. Já em São José do Rio Preto (SP), houve baixa de 1,04%.
As atenções de operadores se voltam especialmente ao desempenho das vendas de carne. Grande parte dos agentes acredita em melhora nesse mercado para os próximos dias. Nessa terça, a carcaça casada bovina foi cotada na média de R$ 7,62/kg, no atacado da Grande São Paulo, aumento de 1,2% em relação à terça anterior. Os cortes traseiro e dianteiro tiveram valorizações de 0,88% e de 1,93%, respectivamente, no mesmo período, negociados a R$ 9,13/kg e a R$ 6,35/kg. A carcaça casada de vaca foi o destaque das altas, de 3,94% em sete dias, na terça, com o quilo cotado na média de R$ 7,39.
Para as concorrentes, os preços continuam em queda. No intervalo de 27 de maio a 3 de junho, o frango resfriado acumulou desvalorização de 2,3%, com a média passando para R$ 3,04/kg na terça. No mesmo período, o quilo da carcaça comum suína se desvalorizou 0,6%, para R$ 4,98/kg.
Quanto ao bezerro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (animal nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) fechou a R$ 1.058,00 nessa terça-feira, alta de 3% em sete dias. Já a média do bezerro São Paulo (à vista) caiu 4% entre 27 de maio e 3 de junho, fechando a R$ 1.016,23 na terça.
Fonte: CEPEA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.