Governo dos EUA cria plano nacional para conter resistência a antibióticos

No dia 18 de setembro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ordenou que o governo do país criasse um plano nacional para combater microrganismos resistentes a antibióticos até o começo de 2015, sinalizando a seriedade da ameaça representada por eles.

“Essa é uma ameaça urgente à saúde e uma ameaça a nossa estabilidade econômica também”, disse o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Tom Frieden, à medida que se uniu a outros dois conselheiros científicos de Obama ao anunciar esses passos.

A ordem executiva de Obama formará uma força-tarefa do governo e um conselho presidencial conselheiro para focar na questão. O presidente pediu novas regulamentações para garantir que haja supervisão adequada do uso de antibióticos em hospitais, Um rastreamento melhor do uso de antibióticos e o desenvolvimento de novos antibióticos e testes estão sendo estimulados.

Os críticos, entretanto, querem que a Casa Branca vá além, particularmente no que se refere ao uso de antibióticos em animais processados para produção de carne. A Administração para Alimentos e Drogas (FDA) já encorajou de forma bem sucedida que muitas companhias farmacêuticas reduzissem o uso de antibióticos usados na promoção do crescimento animal, mas alguns grupos demandam que eles limitem outros usos de antibióticos animais, como para prevenção de doenças quando se mantêm os animais em condições de alta densidade.

“O uso excessivo de antibióticos na produção animal claramente afeta a saúde humana e mudanças substanciais no uso de antibióticos na agricultura são necessárias para se preservar esse recurso precioso para a medicina humana”, disse a democrática republicana, Louise Slaughter, de Nova York, que há muito tempo defende o limite do uso de antibióticos.

O FDA está sendo direcionado por essa ordem executiva a “continuar tomando passos para eliminar o uso agrícola de antibióticos importantes na medicina para propostas de promoção de crescimento”.

“Apreciamos o cuidado da Casa Branca em avaliar o complexo assunto de resistência a antibióticos e compartilhamos a visão de que os antibióticos são bens para medicina humana e veterinária que devem ser usados cuidadosamente a apropriadamente”, respondeu a vice-presidente de assuntos científicos do Instituto Americano de Carnes (AMI), Betsy Booren. “As recomendações que foram compartilhadas estão de acordo com o que o CDC veiculou no ano passado – que você não pode atacar um problema complexo de uma maneira simples e que precisamos empregar uma solução multifacetada. Nossa indústria certamente tem um papel nessa solução, junto com a comunidade médica e outros. Assim como notam a Casa Branca e o CDC, a maior ameaça à saúde pública é o uso excessivo de antibióticos em humanos, embora a indústria agrícola precise garantir o uso criterioso de antibióticos também”.

“Apoiamos os passos que foram tomados pelo FDA para buscar reduzir o uso de antibióticos para promoção do crescimento e para aumentar a supervisão veterinária, mudanças que são consistentes com a proteção da saúde pública e animal. É animador que todas as 26 companhias que produzem produtos para saúde animal tenham se comprometido a cumprir com essa política do FDA”.

Fonte: meatpoultry.com., traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.