A portaria que regulamentará o programa de rastreabilidade bovina deverá ser publicada na próxima semana.
Ontem, em Brasília, o ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, esteve reunido com a equipe da Secretaria de Defesa Agropecuária analisando o texto final. “O sistema que será implantado objetiva assegurar aos consumidores informações sobre a carne, desde a produção até o abate e distribuição”, comentou o ministro.
Pratini ressalta que o Brasil já tem informações sobre a origem da carne desde a década de 50. Mas, agora, a rastreabilidade será estendida à produção, com a disponibilidade do histórico dos animais abatidos. O presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Antenor Nogueira de Barros, acredita que as determinações finais estão de acordo com o que os produtores solicitaram. A preocupação é com o custo desse processo. “Os produtores que aderirem ao programa deverão negociar com os frigoríficos para conseguirem o pagamento de um prêmio”, adianta.
Nogueira, que já participou de reuniões preparatórias sobre a elaboração das normas, afirma que, até em função dos custos, uma das principais reivindicações da CNA é que o programa seja voluntário e que o cadastramento seja da propriedade, e não do produtor. “Isso permite que o pecuarista com mais de uma propriedade possa optar por cadastrar apenas uma delas e entrar no programa se quiser”, observa Nogueira, ao apostar que esses dois itens serão atendidos na portaria.
O presidente do Fórum de Pecuária de Corte ainda acredita que a parte que trata do registro da alimentação dos animais será simplificada, de tal forma que caberá ao produtor informar o tipo de manejo. Informações detalhadas sobre a origem dos animais a serem abatidos são uma exigência da União Européia, mercado que compra do Brasil cerca de US$ 500 milhões em carne bovina.
O processo, em tramitação no Ministério da Agricultura, pretende criar um sistema capaz de garantir informações sobre a criação, com detalhes do manejo. Nogueira lembra, porém, que a implantação do programa demanda tempo.
Fonte: Zero Hora (por Carolina Bahia), adaptado por Equipe BeefPoint
0 Comments
Juntamente com a necessidade que está havendo do uso da rastreabildade, exigida pelos consumidores europeus no caso de exportações, este tipo de prática provavelmente irá encarecer o custo de produção. Minha dúvida é a seguinte, quem aderir ao programa vai ter algum tipo de “prêmio” no momento do abate dos animais, vindo dos frigorifícos, ou nada ainda sobre isto foi discutido.
Comentário BeefPoint: o presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira de Barros, mencionou, nesta notícia (clique aqui para ler a notícia), a preocupação do órgão com o custo do processo, dizendo que os produtores que aderirem ao programa deverão negociar com os frigoríficos para conseguirem o pagamento de um prêmio.
Acredito que a maior dificuldade nesse momento está relacionada com o famoso “jeitinho brasileiro”. Já faz muito tempo que a rastreabilidade está sendo comentanda no meio pecuarista, e as entidades envolvidas não fizeram muita coisa para se preparar para o momento atual. O que seria o momento perfeito para o setor tomar as rédeas da situação, está sendo mais uma vez manipulado com os frigoríficos. Talvez fosse a hora dos produtores iniciarem a busca de soluções nas questões “porteira para fora”, solucionando muitos de nossos problemas atuais. Para se trabalhar com a rastreabilidade é necessário um sistema/ programa que será avaliado e aprovado pelo Ministério, podendo ser realizado pelo setor privado. Nesse caso, acredito que agora terei muito trabalho, pois durante um ano realizei um sistema/ programa para implantação da rastreabilidade. Agora, só nos resta torcer pelo melhor!