Por três anos, os abatedouros australianos trabalharam com números recordes de animais para abate para suprir o mercado mundial, parando apenas alguns dias durante o Natal. Agora, algumas das maiores plantas estão ociosas com o rebanho nacional alcançando seu menor tamanho em décadas, anunciando um forte corte nas vendas. Isso deverá afetar os preços globais da carne bovina, à medida que os Estados Unidos reconstroem seu rebanho, mas também, oferecerá oportunidade a exportadores, como Brasil e Argentina.
“Esse é um declínio em uma geração, mas infelizmente, podemos esperar que os números dos rebanhos permaneçam significativamente baixos por pelo menos os próximos dois anos, à medida que os produtores reconstroem seus rebanhos”, disse o gerente geral do exportador de carnes, Teys Australia, Tom Maguire.
O Teys, que é co-propriedade da Cargill e a unidade australiana do JBS SA, temporariamente reduziram o processamento em suas plantas e cortaram horas de trabalho – uma evidência de que a oferta está escassa.
Os produtores australianos foram forçados a abater a um ritmo alucinante nos últimos anos à medida que uma seca severa afetou os pastos. A seca cobrou uma área maior do que o tamanho da África do Sul em todo o cinturão pecuário da Austrália no leste. Quase 30 milhões de animais foram abatidos nos últimos três anos e a estimativa do Meat and Livestock Australia (MLA) mostra que o rebanho nacional está em seu menor tamanho em 20 anos. Os números de abates caíram em 16% com relação ao ano anterior em novembro. Essa escassez piorará se a atual seca relacionada ao El Niño diminuir, revivendo as pastagens e permitindo que os produtores foquem na reconstrução dos rebanhos.
A Austrália já cortou sua estimativa para exportações de carne bovina para 1,19 milhão de toneladas para o ano até julho de 2016, com relação à estimativa anterior, de 1,225 milhão de toneladas. No ano passado, o país exportou 1,35 milhão de toneladas.
Fonte: Reuters, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.