Por Troy Marshall, para a BEEF Magazine.
Aqui está o relatório de mercado dessa semana: preço da carne bovina Choice menor, futuros caindo, demanda fraca e decepcionante. Soa familiar? Isso tem quebrado o recorde em 2016. O boom da estação de grelhar carnes na primavera [dos Estados Unidos] após a Páscoa que leva a um aumento na demanda por carne bovina tem demorado a se desenvolver.
Por outro lado, o lado da oferta tem visto um aumento na produção em aproximadamente 2,5% em 2016, mas os números de abates vêm aumentando em apenas 0,6%. As economia e a genética vêm mudando o lado da oferta da equação. Maiores pesos de carcaças e mais volume de números similares é uma tendência que não está desaparecendo.
A realidade é que se vamos ter melhores preços, temos a opção de construir a demanda por carne bovina. De uma perspectiva de negócios, isso não é diferente da maioria dos negócios; eles planejam o crescimento de seus lucros pelo crescimento na demanda, e não limitando a oferta.
No entanto, diferentemente da maioria dos negócios, nós sempre lutamos com como aumentar a demanda. As entidades que têm um contato mais direto com nossos consumidores não somente vendem produtos concorrentes, mas são a própria definição de operadores de margem. A demanda ou o preço não importa para eles, é simplesmente sobre a diferença entre a compra e a venda – a margem.
Dessa forma, ficou óbvio que se nós não fizermos algo, sempre estaremos em desvantagem competitiva com outras proteínas que são integradas e estruturadas de forma muito diferente do negócio de bovinos. O segmento de cria de nossa indústria, sendo o único com custo fixo ao produtor no sistema, foi o segmento que beneficiou-se mais diretamente ou se prejudicou mais pelas mudanças na demanda.
Como resultado, surgiu o programa Beef Checkoff – controlado e regulamentado pelo governo. Ainda, com todas as limitações, essa foi a forma de engajar os consumidores e o sucesso do Checkoff foi significativo e tangível.
Alguns podem argumentar que o sucesso do Checkoff, ironicamente, também foi a falha no sentido de que nos forneceu uma ilusão de que estávamos resolvendo nossa desvantagem competitiva em longo prazo com relação à construção da demanda por carne bovina. Essa é a realidade: o Checkoff não preencheu a lacuna e estruturalmente garantiu que o impacto do programa deverá na verdade cair com o tempo. Ele também levou certo tempo, mas além disso, forçou as indústrias de carne suína e de aves, junto com os oponentes de nossa indústria, a melhorarem seus jogos.
No final das contas, é responsabilidade da indústria e de seus líderes resolver nossas falhas com relação à construção da demanda por carne bovina e essa deveria ser a meta primária de toda indústria. Ainda, se a história nos contou algo, é que embora essa estrutura da indústria tenha evoluído para melhorar a eficiência e esteja atualmente mudando para também melhorar a qualidade, ela não é capaz de suportar e construir a demanda com relação a nossa competição. Quantos produtores vêm construindo a demanda por carne bovina como parte de seu plano estratégico? É isso que nos diferencia da maioria dos outros negócios.
Até que a indústria surja com uma estrutura que nos permita construir a demanda, isso cai nas costas de todos nós como produtores individuais. No admirável mundo novo das mídias sociais, o que aconteceria se mais de 700.000 produtores estivessem postando e falando sobre acender suas churrasqueiras e comer carne bovina? O que significaria se eles estivessem todos falando sobre nossos valores e nossos impactos sobre o meio-ambiente, economia e produção sustentável?
Todos nós acordamos com o objetivo de fazer nossa operação um pouco melhor do que era ontem. Quantos de nós estão verdadeiramente trabalhando para afetar a única coisa que tem muito impacto direto em nossa lucratividade – a demanda por carne bovina? Talvez a conclusão que estamos evitando é a mais óbvia – a construção da demanda é trabalho de todos na nossa indústria.
O artigo é de Troy Marshall, que é produtor e formado em Ciência Animal pela Universidade do Colorado, para a BEEF Magazine.