O futuro da cota 481 no Uruguai está cheio de incertezas após vários comentários que garantem que os Estados Unidos poderiam eliminar ou pegar todo o contingente da cota que permite exportar carne de qualidade para a União Europeia (UE), a partir de julho de 2017.
Esta cota surgiu com base em um acordo entre Estados Unidos e UE como recompensa pela proibição europeia à entrada de carne norte-americana tratada com hormônios. Posteriormente, permitiu-se a entrada de outros fornecedores, entre eles, Uruguai e, atualmente, os empresários norte-americanos entendem que não estão tendo uma posição de benefício.
Por esse motivo, o representante da indústria frigorífica do Instituto Nacional de Carnes (INAC) do Uruguai, Eduardo Urgal, reuniu-se com a Associação de Confinadores de Gado (ACG), para se informar sobre a situação da cota “porque cremos que é um tema muito importante”, de acordo com o presidente da Associação, Carlos De Freitas.
De Freitas disse que “tem falado com indústrias” e que o futuro da cota 481 “está complicado, mas não totalmente definido”. Ele disse que não é preciso fazer drama, mas afirmou que “há chances de que no ano que vem o Uruguai não conte com esse volume de produção de carne”.
“Creio que tem sido muito interessante (a cota 481), não somente para os confinamentos, mas também, para toda a cadeia, mas, atualmente, os confinadores não têm interesse em confinar mais gados”, disse De Freitas. Nessa mesma linha, explicou que nas últimas semanas, os compradores de gado que produzem a cota começaram a baixar os valores, argumentando que “a situação não estava muito clara. Isso acabou com as ofertas de gado de cota que não tinham preços no mercado”.
Ele disse que os negócios de gados com destino ao confinamento “paralisaram ou semiparalisaram”, agregando que não tem visto complicações para entregar o gado confinado; “o problema acontece antes do curral”.
Por fim, De Freitas citou o interesse em colocar a produção em outros mercados e convidou a olhar para os mercados asiáticos que “estão ávidos por esse tipo de carne”. “Não tenho dúvidas de que se estão trabalhando por outras alternativas, mas são processos e não há que se apressar”.
Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.