Nos últimos dois meses, 120 bovinos morreram em Minas Gerais por causa da raiva animal. Os focos da doença foram identificados em Uberlândia, Araguari, Indianópolis e Ituiutaba. Além dos casos confirmados pelo escritório regional do Instituto Mineiro de Agropecuária de Uberlândia (IMA), que atende outros 17 municípios, a regional de Uberaba confirmou a existência de mais cinco focos da doença na área atendida por seus agentes.
A confirmação dos casos da doença no Triângulo reforça a preocupação dos agentes do IMA, que há dois anos vêm alertando os pecuaristas para a possibilidade de aumento dos casos da doença no rebanho da região. No início de 2000, foram confirmados os primeiros focos, nos municípios de Perdizes e Araxá.
Estudos do IMA mostram que a doença vem avançando em média de 50 quilômetros a cada ano no sentido leste/oeste do Estado. No ano passado, surgiram os primeiros casos em Araguari, Uberaba e Tapuirama, distrito de Uberlândia. O delegado regional do IMA de Uberaba, Roni Adolfo Hein, acredita que os novos focos de raiva confirmam o avanço da doença no Triângulo Mineiro. No ano passado, foram identificados 65 pontos de contaminação apenas na região do Vale do Rio Grande.
O aumento do número de casos preocupa ainda mais porque, segundo um levantamento feito pelo instituto, o índice de imunização do rebanho na região não ultrapassa 20%, nos municípios cobertos pela regional do IMA de Uberlândia. Na área de atuação do IMA de Uberaba, o percentual de imunização é superior ao registrado no restante do Triângulo, mas ainda é inferior ao ideal. Segundo o delegado regional do instituto, Roni Adolfo Hein, apenas 40% do rebanho foi vacinado.
Ele acredita que a mortalidade de gado nas áreas afetadas pode crescer ainda mais. “A morte dos animais ocorre entre 15 e 30 dias depois da infestação. Isso significa que o pecuarista só percebe a presença da doença no rebanho depois que já houve a contaminação. Como a raiva não tem cura a única alternativa de controle da doença é a vacinação”, esclarece.
O delegado regional do Ima em Uberlândia, Nivaldo Freitas Silva, pede aos pecuaristas que, além de vacinar o rebanho, comuniquem ao IMA e ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) para que seja feita a captura dos morcegos transmissores da raiva.
Fonte: Correio de Uberlândia, adaptado por Equipe BeefPoint