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Continua polêmica sobre distribuição de cota Hilton na Argentina

Os pequenos e médios frigoríficos argentinos pertencentes a entidades, associações de criadores ou outras organizações que não pertencem ao consórcio Argentine Beef Consortium (ABC), respaldaram a decisão oficial de modificar os parâmetros de distribuição dos cortes de carnes Hilton, de alta qualidade e alto valor, que o governo se propõe a aplicar durante três períodos consecutivos. A decisão do governo levou a uma sensível queda no volume alocado aos frigoríficos maiores.

A repartição da cota Hilton – cota especial de exportação de carnes com destino à União Européia (UE) que consta de 28 mil toneladas de cortes de alta qualidade e preço – ficou complicada porque cerca de 13 mil toneladas foram reclamadas judicialmente e ficaram nas mãos de juízes. Dessa forma, a Secretaria da Agricultura da Argentina tem para repartir hoje somente 15 mil toneladas entre as várias empresas que participam do negócio.

Neste contexto, os frigoríficos pertencentes ao ABC, que representam 95% das exportações de carne bovina realizadas pela Argentina, tinham reclamado ao secretário da Agricultura, Miguel Campos, que “revisasse” esta medida polêmica, porque as empresas pedem que, para a alocação da cota, seja aplicado o critério de past-performance ou trajetória exportadora.

Esta queixa considera que a decisão tomada pelo governo argentino beneficiaria os empresários menos fortes no mercado mundial, medida que foi aprovada também por um grupo de empresários pertencentes à entidade União Industrial Argentina, que deram respaldo às entidades ruralistas de Córdoba, Santa Fé e Buenos Aires.

Estas entidades fixaram uma posição mediante nota remetida a Campos, referente à forma de distribuição da cota Hilton. Neste sentido, disseram que esta cota é uma compensação outorgada ao país por parte da Europa de forma que os parâmetros de sua distribuição devem permitir que seus benefícios cheguem a uma maior quantidade de participantes da cadeia de bovinos de forma o mais eqüitativa e justa possível.

As entidades destacaram também que esta posição surgiu claramente na mesa de trabalho da cadeia de valor de carnes, que se desenvolveu no Segundo Encontro Federal de Indústrias da Região Central, no mês passado, em Rosário.

Para os pequenos e médios produtores e indústrias, deve-se fazer uma divisão igualitária da cota, adotar regionalização por estoque pecuário e por plantas industriais nas províncias, assim como premiar a performance exportadora.

Eles também reclamaram que o governo deve evitar, sobretudo, a concentração da cota em poucas empresas, para que a cota não constitua um negócio em si mesmo, já que esta situação não beneficia o conjunto.

Finalmente, eles disseram que devem ser concluídas as medidas judiciais existentes, sendo dada uma solução ou garantia às reclamações do setor, sem que isso signifique a validação de situações irregulares, nem procedimentos que possam ir contra a transparência e a legalidade que deve ocorrer na distribuição.

Fonte: La Capital/E-campo, adaptado por Equipe BeefPoint

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