Futuro turvo: Nos últimos boletins do Imea foram abordados os dados do Indea-MT referentes ao rebanho bovino mato-grossense, que atingiu 30,2 milhões de cabeças em 2016, sendo o maior da história. Em relação aos machos, a categoria que obteve o maior incremento foram os animais entre 0 e 12 meses, com 198,27 mil animais a mais na comparação com 2015. Tal incremento na oferta desses animais já está impactando os preços na reposição, o que, por outro lado, é favorável ao produtor responsável pela engorda. Porém, ressalta- se que, devido às dificuldades dos frigoríficos em escoar a proteína, a arroba do boi gordo está se desvalorizando gradativamente. Assim, fica o alerta para os pecuaristas de todos os sistemas de produção, pois os animais novos “hoje” (2017) estarão aptos para o abate “amanhã” (próximos anos) e, com essa oferta chegando, será que a demanda será capaz de absorver toda essa produção?
* Pela segunda semana consecutiva, a arroba do boi gordo manteve-se estável; já a vaca gorda, por causa de uma maior oferta, retraiu 0,49%, ficando cotada a R$ 120,76/@.
* O preço do bezerro de ano voltou a cair no comparativo semanal, ficando cotado a R$ 1.107,50/cab.
* O comparativo da escala de abate recuou 0,14 dia nesta semana. Há relatos de frigoríficos “pulando” dias de abate, e também diversas reclamações devido às condições ruins das estradas por causa das chuvas.
* Ao contrário da semana passada, todos os equivalentes registraram aumento nesta semana, puxado por uma pequena valorização no dianteiro com osso e ponta de agulha. O equivalente físico (EF) exibiu um avanço de 0,58%.
RARIDADE: O equivalente físico (EF) é um indicador que demonstra a receita gerada com a venda da carne com osso de um bovino. Fazendo um apanhado do ano de 2016, o EF se mostrou menor que o preço pago pelo boi gordo durante todo o ano, com exceção para o mês de dezembro, quando o equivalente físico ficou 1,63% acima da arroba do boi. Tal acontecimento é raro e, de acordo com a série histórica mensal, o último relato dessa inversão ocorreu em 2009. Durante janeiro/17, este panorama se repetiu, mostrando a realidade do cenário atual, com o preço do boi gordo passando por fortes desvalorizações, e o EF conseguido se sobrepor. Diante disto, o quadro que se formou nos dois últimos meses favoreceu mais os frigoríficos, visto que estes conseguiram uma margem positiva, já com a venda da carne com osso (o que não é comum), o momento para o pecuarista que detém um bom suporte nos pastos é de negociar melhores preços.
Observações:
8 – Considera-se para o cálculo do equivalente físico do boi gordo um animal de 17 arrobas ou 255 quilogramas de carcaça; 49% do peso advém do traseiro com osso, 39% do dianteiro com osso e 12% da ponta de agulha, todos os cortes com osso no atacado.
9 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo os pesos dos cortes cárneos com osso e o peso do couro e sebo obtido no abate de um bovino.
10 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos com osso no atacado, o peso do couro e sebo e os pesos dos subprodutos da indústria.
11 – Consideram-se para o cálculo equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos desossados no atacado, o peso do couro e sebo e o peso dos subprodutos da indústria.
12 – Para o cálculo da relação de troca entre o boi gordo e o bezerro de 12 meses considera-se um boi gordo de 17 arrobas.
Fonte: Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
1 Comment
Mais um ciclo pecuário que se fecha, e, como CICLO, se abre! Se abre com preços de reposição melhores pra quem compra, piores pra quem vende, e, por consequência óbvia, mais oferta de bois gordos num futuro cada vez mais próximo que chega com a intensificação da atividade. Ou seja: o amadorismo hereditário crônico, finalmente, está com os dias contados!