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Japão busca mais importações de carne bovina da Austrália e da Nova Zelândia

Oficiais do Ministério da Agricultura do Japão estão em Queensland/Austrália nesta semana para investigar as possibilidades de importações de carne bovina australiana para repor a carne dos Estados Unidos. A visita é resultado da proibição japonesa às importações de seu maior fornecedor, EUA, que identificou um caso de EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), a doença da “vaca louca”, em seu rebanho.

Os oficiais inspecionarão os estabelecimentos de engorda e processamento de carnes, e conversarão com membros da entidade representante da indústria de carnes na Austrália, MLA (Meat and Livestock Australia).

O representante da MLA, Peter Barnard, disse que está confiante de que a Austrália pode preencher esta lacuna. “Acho que a Austrália certamente pode fornecer uma quantidade extra ao mercado e não tenho dúvidas de que isso ocorrerá através de forças comerciais. Nós fornecemos volumes extras ao Japão no passado, exportamos 340 mil toneladas do produto ao Japão em 2003 e talvez tenhamos potencial para fazer até mais que isso”.

Os Estados Unidos forneceram 370 mil toneladas de carne bovina ao Japão no ano passado.

Nova Zelândia

Uma delegação de oficiais japoneses também chegou à Nova Zelândia na segunda-feira para discutir o aumento das exportações de carne bovina neozelandesa para o Japão.

Uma porta-voz da Meat New Zealand disse que a delegação inclui três oficiais japoneses do Ministério da Agricultura. “Eles estão conversando sobre fornecimento, porque o Japão disse que não compra mais carne dos EUA agora. O problema é que nós temos carne bovina oriunda de animais criados a pasto e os japoneses gostam de carne de animais alimentados com grãos. A diferença é principalmente de sabor. A carne bovina oriunda de animais alimentados com grãos tem um sabor mais suave. Atualmente, o Japão tem uma tarifa (especial) que determina que, se os volumes de importação ultrapassarem certo nível em um trimestre particular, então as tarifas aumentam. Então, acho que eles discutirão isso”.

O Japão é um dos principais importadores de carne bovina dos EUA, sendo responsável por 31% das importações dos EUA no ano passado.

Atualmente, cerca de dois terços da carne bovina de animais criados a pasto da Nova Zelândia, bem como miúdos, são vendidos aos EUA. A Nova Zelândia ganhou NZ$ 868 milhões (US$ 582,18 milhões, na cotação de 8 de janeiro) no ano fiscal passado, até setembro de 2003, vendendo um pouco mais de 220 mil toneladas.

O Japão comprou 11 mil toneladas de carne bovina e de vitelo da Nova Zelândia no ano passado. O país é o quarto fornecedor de carne bovina ao Japão, atrás da Austrália e dos EUA, além do Canadá, que passou a Nova Zelândia como fornecedor japonês até seu caso de EEB.

A Nova Zelândia exportou mais de 46 mil toneladas de carne bovina e de vitelo aos países do norte da Ásia no ano passado. Apesar de o aumento no mercado asiático ser positivo para os produtores de carne bovina neozelandeses, pode ocorrer a perda do mercado dos EUA.

A porta-voz do Meat New Zealand disse que ainda não está claro qual o impacto que o caso de EEB terá no comportamento dos consumidores dos EUA. Ela espera que os padrões de compra retornem ao normal nesta semana, após o retorno dos feriados.

“Duas questões estão diante da Nova Zelândia agora: vai ocorrer uma queda nos preços nos EUA se os consumidores deixarem de comer carne bovina? E se a Nova Zelândia voltar sua atenção a estes mercados, como Japão e Coréia, que direção os outros exportadores de carne bovina tomarão para suprir suas necessidades?”

Fonte: Abc.net.au e Stuff.co.nz, adaptado por Equipe BeefPoint

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