O Itaú Unibanco ameaça deixar as negociações com a JBS e cobrar antecipadamente cerca de R$ 1 bilhão que tem a receber da empresa. A intenção foi manifestada ao grupo de bancos que discute a renovação de empréstimos feitos às empresas da família Batista, segundo executivos do alto escalão de duas instituições envolvidas nas conversas.
Procurado, o Itaú negou que esteja endurecendo nas negociações. Em nota, afirmou que “não há nenhum movimento nesse sentido”.
Participam do grupo de credores os maiores bancos do país: Banco do Brasil, Caixa, Bradesco e Santander, além do próprio Itaú. A avaliação da cúpula dessas instituições é que, como há muito dinheiro em jogo, a negociação é o melhor caminho a ser seguido nesse momento.
Juntos, os cinco têm quase R$ 25 bilhões a receber das empresas da família Batista. Entre eles, o Itaú é o que tem exposição menor. A conta dos bancos públicos —BB e Caixa— beira os R$ 15 bilhões.
Com a delação de Joesley e Wesley Batista e a profunda crise que se abateu sobre a JBS, os bancões foram chamados a renegociar financiamentos. A empresa não pede dinheiro novo por ora, mas quer um prazo maior para honrar seus compromissos.
O movimento pode levar a um perigoso efeito cascata e, por isso, a posição do Itaú tem causado grande desconforto entre os demais bancos.
Em nota, a JBS afirmou que não comenta negociações específicas com os bancos e que “tem mantido discussões construtivas e produtivas com os parceiros financeiros”.
Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.