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Alguém ainda agüenta ouvir falar em “transgênicos”?

Em seqüência a outro artigo meu, veiculado ainda neste mês de janeiro de 2004 no BeefPoint, hoje abordo um tema que vai completando o quadro de dificuldades e obstáculos que nós, e outros países emergentes e competitivos, estamos e vamos enfrentar, no mercado internacional de “commodities”. Como o outro artigo tratava de laranja, e o tema deste são os “transgênicos”, pode parecer ao leitor que o autor enlouqueceu. É possível, mas não no que exponho a seguir.

Eu acho muito estranho que muito se discuta (e pouco se resolva) sobre OGM (organismos geneticamente modificados), quanto a aspectos de eventuais danos à saúde humana e ao meio ambiente. Contudo, pouco ou nada se fala sobre quem detém o conhecimento do ciclo completo da tecnologia de bioengenharia. Com a inexorável expansão de “produtos” transgênicos, turbinada pela economia operacional que promovem, o mundo poderá ficar refém destas poucas empresas, não mais que seis. Não seria, pois, o caso de incluir na discussão do tema, o direito, custo (“royalties”), duração e extensão das patentes de OGM?

O perigo de cartelização é real e altamente provável. As empresas norte-americanas Monsanto e Pioneer (DuPont) estão passando por investigação do Departamento de Justiça dos EUA, que pode levá-las a serem processadas pelo Sherman Act (lei anti-truste). Segundo o jornal New York Times de 06/01/04, aparentemente estas duas empresas, que somam 60% das sementes de milho e soja vendidas nos EUA (US$ 5 bilhões/ano), mantiveram reuniões de alto escalão – entre 1995 e 1999 – para fixar preços de sementes transgênicas.

Se estas empresas agem desta forma nos EUA, o que não farão aqui em termos de cartelização, cobrança de “royalties”, e afins?

O direito à propriedade intelectual dos OGM é tema tão ou mais importante, que a até o momento estéril e não conclusiva discussão sobre eventuais danos à saúde humana e/ou meio ambiente. Lamentavelmente, a questão está sendo tratada de forma ideológica e pouco objetiva, o que decididamente não serve aos nossos interesses.

Coerente ao título deste artigo, de que ninguém agüenta mais discutir este assunto, ao menos da forma que tem sido feito, faço breve meu texto, e termino-o aqui.

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