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Análise Semanal – 04/02/04

Ao longo da última semana o mercado do boi gordo trabalhou, de maneira geral, em ambiente equilibrado, com preços estáveis.

Foram registradas poucas oscilações, tanto para cima, quanto para baixo. Reflexo de situações particulares de oferta e demanda em algumas praças, nada que aponte uma tendência.

Em média, as programações de abate atendem 5 dias. Variam de 3 a 10 dias, sendo que os compradores mais adiantados se encontram no Mato Grosso e na região de Goiânia (GO).

A oferta de boi gordo segue ajustada. Não falta boi, mas também não tem em excesso. Em contrapartida, a fêmea segue bem ofertada, tanto que os compradores podem se dar ao luxo de escolher. Vaca meio “escorrida” está muito difícil de encaixar para abate.

Assim, a defasagem da arroba da vaca em relação ao boi gordo se mantém elevada. No Sul de Goiás, por exemplo, se aproxima de 16%. Na região de Três Lagoas (MS) supera os 17%, a mais alta encontrada em pesquisa diária realizada pela Scot Consultoria. Em São Paulo oscila entre 12 e 13%.

Os frigoríficos exportadores estão bastante atuantes, realmente forçando nas compras. Buscam boi aonde tiver. Tem paulista, por exemplo, “andando” mais de mil quilômetros, trazendo gado do Mato Grosso. Os mineiros batem pesado no Sul de Goiás.

Apesar dos números oficiais ainda não terem sido divulgados, tudo indica que os embarques de janeiro foram novamente recordes, principalmente em faturamento. A carne brasileira está em alta no mercado internacional desde o início do ano passado, fruto da profissionalização do setor e dos eficientes trabalhos que vêm sendo desenvolvidos nas áreas de promoção e marketing.

No acumulado de 2003 o preço da tonelada da carne brasileira in natura acumulou alta superior a 30%. Não bastasse, o câmbio voltou para patamares superiores a R$2,90 por US$1,00, contribuindo ainda mais com as vendas dos exportadores.


É preciso destacar, porém que, apesar da demanda crescente dos grandes frigoríficos (exportadores) por matéria-prima, às vezes o produtor consegue fechar negócios melhores com frigoríficos menores, que vêm trabalhando mais pressionados.

Em São Paulo, por exemplo, na negociação com compradores de mercado interno, é possível conseguir R$58,00/@, a vista, livre de Funrural pelo boi gordo não rastreado. Isso equivale a quase R$61,50/@, a prazo, para descontar o Funrural, R$1,50/@ a R$2,50/@ a mais do que ofertam os exportadores pelo boi rastreado.

O atacado, relativamente enxuto, também trabalhou estável. Contudo, o volume de mercadoria disponível, principalmente de dianteiro, já começa a preocupar. Se as vendas não melhorarem ao longo dos próximos dias, é possível que algumas cotações recuem.

Por enquanto, a oferta ajustada, o bom desempenho das exportações e a estabilidade do atacado vêm sustentando os preços do boi. Para o curto prazo, portanto, são esperadas poucas alterações. Porém, é safra do boi e, tão logo algum desses fatores “saia dos eixos”, o mercado deve voltar a trabalhar em baixa.

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