A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) teme que o descontrole na região de Japorã possa ter facilitado a entrada de bovinos do Paraguai, que é proibida devido à constatação de febre aftosa naquele país no ano passado.
Na região de Japorã 14 fazendas foram invadidas por índios em dezembro de 2003 e várias permanecem ocupadas. Até mesmo os técnicos do Iagro estão impedidos de entrar no local e, diante do pedido de uma perícia pelos produtores para avaliar os prejuízos, a vacinação contra febre aftosa, que ocorreria amanhã com suporte da Polícia Federal, corre risco de ser suspensa, segundo o Gestor de Defesa Sanitária Animal do Iagro, Afonso Dutra de Oliveira.
Caso a justiça determine a perícia, afirmou, o Iagro deve pegar uma carona para promover a vacinação e conferir a procedência dos animais, verificando se houve ou não o contrabando desde que as áreas foram tomadas por caiuás-guaranis. O rebanho local é de aproximadamente nove mil bovinos. “Se os produtores realmente quiserem a perícia teremos que esperar. Poderíamos entrar à força para vacinar, mas isso criaria um novo foco de conflito”, considerou Afonso.
Segundo ele, não há casos recentes de febre aftosas no Paraguai confirmados oficialmente, nem informações de bastidores sobre o assunto, mas ainda assim o descontrole na região de fronteira preocupa. A região invadida, segundo ele, fica a menos de dez quilômetros do país vizinho. “A vacinação de novembro foi bem-feita, mas a vigilância tem temores”.
O presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul), Leôncio de Souza Brito, está orientando o produtor da região de Japorã a promover a vacinação integral do rebanho bovino e não somente os de 0 a 12 meses, que são os englobados pela campanha deflagrada no último dia 1o de fevereiro.
Fonte: Campo Grande News (por Fernanda Mathias), adaptado por Equipe BeefPoint