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Austrália não satisfeita com acordo de livre comércio com EUA

A ronda final de negociações do Acordo de Livre Comércio (Free Trade Agreement – FTA) entre a Austrália e os Estados Unidos foi concluída na última sexta-feira, dia oito de fevereiro, com resultados que não cumprem com as expectativas da indústria de carne bovina da Austrália.

Após a ratificação, o FTA resultará no aumento gradual da atual cota de 378.214 toneladas de carne bovina para 448.214 toneladas durante o período de 18 anos (até o ano de 2022) de implementação do acordo.

A tarifa de importação imposta à carne bovina vendida fora da cota será planejada em fases dos anos nove ao 18 do acordo. A atual tarifa determinada à carne dentro da cota de 4,4 centavos de dólar por quilo será imediatamente eliminada após a implementação. Após o período de 18 anos de implementação, serão aplicadas salvaguardas de preços permanentes.

O Meat and Livestock Austrália (MLA) expressou seu desapontamento com o FTA. O presidente do MLA, David Crombie, disse que o acordou falhou em cumprir com as expectativas da indústria de carne bovina australiana. “Em curto prazo, a indústria de carne bovina australiana esperava garantir importantes aumentos em nossa cota de carne bovina com os EUA. Pelo acordo, o aumento da cota de carne bovina da Austrália acontecerá somente em 2007. Além disso, durante o período de 18 anos, a cota somente aumentará em 70 mil toneladas. Como não haverá aumento de acesso para ajudar, este aumento de cota, com relação ao tamanho do mercado dos EUA é muito pequeno, equivalente a menos de dois dias de produção de carne bovina dos EUA”.

Crombie disse que, em longo prazo, a indústria de carne bovina australiana espera que o FTA Austrália/EUA cumpra com seu título e realmente forneça “livre comércio” para a carne bovina australiana nos EUA.

“Após o período de transição, nós esperávamos que todas as tarifas de carne bovina e as cotas desaparecessem. Em contraste, pelo acordo, as cotas de carne bovina permanecerão perpetuamente. E, ainda que todas as tarifas sejam eliminadas, as medidas de salvaguardas ainda estão em funcionamento. Isso resultará em tarifas sendo impostas novamente caso haja um pequeno movimento de baixa nos preços da carne bovina nos EUA – uma queda de 6,5%”.

Crombie disse que estes resultados refletem o impressionante sentimento protecionista da Agricultura norte-americana, bem como do Governo do país. “Embora os EUA sejam o maior exportador do mundo de carne bovina em valor, e a indústria do país se oponha às barreiras de acesso na Ásia e na Europa, eles se recusam a garantir livre acesso em seu próprio mercado. A recusa dos EUA de apoiar o livre comércio na agricultura neste acordo mostra pobres sinais para a agricultura na Ronda de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC)”.

Fonte: Meat and Livestock Australia (MLA), adaptado por Equipe BeefPoint

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