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Rastreabilidade ainda gera muitas dúvidas

A exigência para os exportadores brasileiros de carne bovina adotarem a rastreabilidade dos rebanhos a partir do segundo semestre ainda está muito confusa no País. A opinião é da pesquisadora Irenilza de Alencar Naas, professora da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp. “O maior desafio é entender que a rastreabilidade é só uma ferramenta para o processo de certificação do produto, com objetivo de atender uma demanda de mercado”, declarou ontem em Curitiba, onde proferiu palestra no Encontro Agrobrasil 2002.

“É difícil prever quando a situação vai se estabilizar, porque o conhecimento sobre o assunto ainda é muito esparso. Muita gente confunde rastreabilidade com identificação eletrônica”, observa. “O animal rastreado da porteira para dentro só permite o gerenciamento de um terço do processo”, comenta. Se a vida do animal puder ser acompanhada na íntegra, o comprador de filé mignon na Alemanha terá condições de saber se o boi só se alimentava de capim, exemplifica.

Segundo a pesquisadora, o agronegócio brasileiro foi o que salvou a pauta de exportações do ano passado, somando 900 milhões de toneladas de carnes, “exportar produto bruto é coisa de Colônia. Temos que agregar valor para ganhar dinheiro”, diz Irenilza.

Segundo ela, existem três pontos importantes a serem considerados para a questão sanitária e de segurança alimentar se resolver no Brasil. “A Defesa Sanitária não está preparada, nem tem pessoal suficiente para fiscalizar e certificar o processo da carne. Além disso, a maioria dos chips implantados nos animais são importados, por isso é preciso um prazo para comprá-los. E alguém tem que gerenciar a informação e garantir que ela é verdadeira, já que o fundamento da rastreabilidade é a isenção de fraudes”, conclui.

clique aqui para ver a instrução normativa na íntegra

Fonte: Paraná On Line (por Olavo Pesch), adaptado por Equipe BeefPoint

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