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5 de março de 2002
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7 de março de 2002

Fischler propõe elevar cota Hilton da Argentina

País pode ganhar mais 10 mil toneladas em exportação à Europa.

A Argentina poderá ser autorizada a exportar mais carne bovina de alta qualidade com tarifa reduzida para a Europa. O comissário para Agricultura da União Européia, Franz Fischler, disse que vai propor à Comissão Européia que autorize importações de um volume extra de 10 mil toneladas de cortes nobres de carne bovina argentina, além das 28 mil toneladas que o País tem direito dentro da cota Hilton.

Pela proposta de Fischler, que precisa ser aprovada pela Comissão e pelo Conselho de Ministros da UE para entrar em vigor, a Argentina ficaria autorizada a exportar esse volume extra de carne bovina no período entre julho de 2002 e junho de 2003.

“Situações extraordinárias requerem respostas extraordinárias. A Argentina está sofrendo uma crise econômica e social de grandes proporções e a Europa prometeu ajudar “, disse Fischler. Segundo ele, com essa medida, a UE está dando uma demonstração de amizade e de que é um bom cliente da Argentina. “A UE foi a primeira a reabrir seus mercados para as carnes argentinas depois do surto de febre aftosa. Somos os primeiros a tomar medidas de expansão comercial para ajudar na recuperação da economia argentina. Espero que outros países se juntem à UE”.

Pelas regras em vigor, a chamada cota Hilton permite a entrada de 58.100 toneladas de cortes bovinos nobres na UE com uma tarifa de 20% ad valorem. Além dessas 10 mil toneladas adicionais, a Argentina já detém uma cota de 28 mil toneladas. O Brasil é autorizado a vender cinco mil toneladas, os Estados Unidos e Canadá, 11.500 toneladas, a Austrália, sete mil, o Uruguai, 6.300 e a Nova Zelândia, 300 toneladas. A Comissão já propôs ao Conselho de Ministros que aprove a criação de uma cota de mil toneladas para o Paraguai.

O comissário observou que a União Européia é o principal parceiro comercial da Argentina e a balança entre os dois tem um déficit de 2,8 bilhões de euros em favor dos argentinos. Ele lembrou que nas negociações com o Mercosul para a criação de uma área de livre comércio, a proposta da UE já prevê uma revogação de tarifas para um volume de comércio equivalente a 2,2 bilhões de euros a mais. Pela proposta, segundo ele, chegaria a oito bilhões de euros o movimento de comércio de produtos agrícolas com o bloco a ficar isento de tarifas.

A aprovação da cota adicional de 10 mil toneladas para a Argentina não deve afetar o mercado, na visão do consultor José Vicente Ferraz, da FNP. Segundo ele, se a UE propõe um volume adicional de cortes nobres é porque vê demanda para o produto. “Não há interferência sobre os outros mercados porque cada país tem sua cota”, explica.

Fonte: Valor On Line (por Maria Luiza Abbott), adaptado por Equipe BeefPoint

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