Por Leonardo Galvão Netto1
Nós brasileiros estamos pagando caro pela perseguição de algumas classes, a começar pelos ambientalistas, que comodamente culpam os agricultores e pecuaristas pelo desmatamento da Amazônia. O que a revista Veja de 25 de fevereiro de 2004 diz a respeito da Amazônia não condiz com a realidade da região, principalmente em Mato Grosso, já que muitos pecuaristas também são agricultores ou estão se tornando.
Isto significa então, que o capital da soja não está impulsionando os pecuaristas a desmatarem a floresta, como diz a revista. O que acontece na realidade é uma modernização da região, onde terras degradadas, desmatadas nas décadas de 70 e 80, estão sendo recuperadas com agricultura pelos próprios pecuaristas. Devemos também salientar que o que ocorre na região é um aumento da oferta de trabalho, o que o Brasil está precisando muito.
Normalmente ambientalistas são financiados por ONGs internacionais que jamais querem ver o desenvolvimento do Brasil, pois há séculos atrás, estes estrangeiros destruíram suas florestas e mataram seus habitantes nativos, então há o que se comprovar destes estudos apocalípticos.
Sobre o desmatamento descontrolado do estado do Pará, acho que justamente o Governo Federal, citado na reportagem como o protetor do coração da floresta, nada faz para que se desenvolva um crescimento sustentável na região.
É uma pena ver tanta propaganda negativa em cima da agricultura e pecuária, que hoje são os setores que mais impulsionam o Brasil com emprego e geração de riquezas. Propaganda esta, feita por pessoas que mal conhecem os sistemas de produção. A prova desta geração de riqueza é confirmada pelos números, segundo a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) o agronegócio representou 27% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2001.
Em 2002, o PIB brasileiro aumentou 1,5%, enquanto o do agronegócio aumentou 8,3%. O agronegócio, em função disso, passou a responder por 29% do PIB nacional.
E já em 2003 com o anunciado PIB negativo, o agronegócio já representa mais de 30% do PIB brasileiro. Além da importância no PIB, o agronegócio gerou um superávit de mais de US$20 bilhões na sua balança comercial em 2002, além de mais de 15,3 milhões de pessoas empregadas no setor.
E apesar de toda esta riqueza gerada ainda temos que conviver com a propaganda negativa dos ambientalistas fanáticos. E também não podemos esquecer do MST, que nos causa danos parecidos, pois amedronta quem quer investir no campo.
E aqui vai uma pergunta: Será que este governo já fez as contas de quanto já foi investido na reforma agrária? Esta reforma agrária está gerando riqueza? O quanto teríamos de empregos e geração de renda a mais nestes anos que se passaram, se este dinheiro investido na reforma agrária fosse aplicado na agricultura e pecuária?
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1Leonardo Galvão Netto é agropecuarista e vice-presidente do Sindicato Rural de São José do Xingu – MT
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Parabéns Sr Leonardo. Seu brilhante artigo honra o Sistema Sindical Patronal, pois os brasileiros precisam saber que nos locais mais distantes deste país, existem homens como você que estão contribuindo para o desenvolvimento.
Seu esforço e dedicação a última grande fronteira do Mundo, a Amazônia, certamente será reconhecida pelas futuras gerações que entenderam quem está com a verdade, sem se deixar vender pelos interesses de grupos internacionais.
Abraços de um produtor do sul do Pará que, como você, do Mato Grosso, precisa ser mais respeitado pela sociedade brasileira.
Atenciosamente
Luciano Guedes
Vice Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Pará
Redenção – PA
Caro Leonardo,
Compartilho da sua indignação quanto a postura do ambientalismo em relação aos setores produtivos da Amazônia. Tenha convicção de “nós” que compomos esse setor produtivo devemos nos tornar capazes de discutir com esse ambientalismo tacanho que nos acusa. Entretanto, é preciso que tenhamos alguns cuidados.
Você não vê um ambientalista falando mal do outro.
A postura do sojicultor de Mato Grosso de “pulas de banda” e por a culpa do desmatamento no pecuarista do Pará; a postura do pecuarista do Pará de ficar calado quando alguém culpa o sujicultor do Mato Grosso pelo desmatamento, esse tipo de comportamento e ruim para o setor produtivo da Amazônia de maneira geral. Como eu disse você não vê um ambientalista falando mal do outro.
Se houver uma forma de fazer frente à postura dos ambientalistas, essa forma passa NECESSARIAMENTE, pela união de TODO o setor produtivo da Amazônia. Sojicultores do MT, pecuaristas do PA, MT, RO, arrozeiro de RR, sojicultor do MA, todo mundo deve lutar unido e orquestrado contra a postura burra dos ambientalistas. Se ficarmos um atacando o outro o resultado será, tão somente, o fortalecimento dos ambientalistas.
Em todo caso, seu artigo é uma manifestação legítima de indignação quanto ao ambientalismo e mostra que nós, do setor produtivo devemos nos tornar capazes de enfrentá-lo “juntos” e com mais “racionalidade” do que “pacionalidade”.
Venho travando um briga da quase 5 anos contra o Código Florestal e a Reserva Legal de 80% na Amazônia, que considero um absurdo sob qualquer aspecto que se aborde, entretanto, ao longo de todo esse tempo, posso contar nos dedos de uma de minhas mãos as pessoas que me apoiaram nessa briga.
Acho que nós devemos nos unir. E, na minha leitura, o modo mais fácil de fazer isso é através dos sindicatos rurais, das federações da agricultura e da CNA. Você, assim como os demais representantes dos sindicatos rurais, desempenham um papel fundamental nesse processo.
Parabéns pelo artigo. Continue indignado.
Vamos fazer frente aos ambientalistas convictos.
Eng. Agr. Ciro Fernando Assis Siqueira – “Amazônida”
M.Sc. Gestão Econômica do Meio Ambiente