Auditores do Ministério da Agricultura estarão no Maranhão no final do mês para fazer auditoria sobre o programa estadual de combate à febre aftosa. A medida atende à solicitação da Subgerência de Agricultura do Maranhão para avaliar se o Estado já está apto para sair da condição de risco desconhecido da febre aftosa.
O supervisor de produção animal, Severino Pessoa, foi ontem a Brasília tentar agilizar a viagem dos auditores. A visita ao ministério tem por objetivo ainda fazer uma explanação sobre o desenvolvimento do programa no Estado e solicitar mais recursos para o combate à febre aftosa ao longo de 2002. A solicitação é de R$ 5 milhões para serem investidos na ampliação da infra-estrutura. “Iniciamos o trabalho em nove gerências regionais e este ano estendemos a todo o Estado. Essas nove gerências já estão, de certa forma, bem equipadas. Queremos fortalecer a infra-estrutura nas outras regiões”, explicou Severino Pessoa, ao justificar o investimento.
Ano passado o governo estadual investiu R$ 3 milhões no programa de erradicação da febre aftosa e o ministério R$ 600 mil. De 1995 até 2000 o ministério destinou R$ 2 milhões para o trabalho de combate à aftosa no Maranhão. Com o trabalho desenvolvido até então, Pessoa afirma que o Estado já oferece condições de passar de zona de risco desconhecido para alto risco. Em alguns municípios, a subgerência aposta na mudança de classificação para médio risco, conforme adianta o supervisor. “Desenvolvemos o programa dentro das diretrizes do nacional. Achamos que já estamos preparados para, pelo menos, ser classificados como zona de alto risco e médio risco em algumas regiões”, salientou.
Até o momento foram instalados 235 escritórios de defesa sanitária animal, regionais e de apoio, responsáveis por ações como controle sanitário, recadastramento dos produtores, palestras e fiscalizações. Os 217 municípios maranhenses estão divididos em 18 gerências regionais. As gerências onde o programa está mais avançado são as de Balsas, Imperatriz, Açailândia, Presidente Dutra, Barra do Corda, Pedreiras, Bacabal, Santa Inês e Zé Doca.
Trabalho
De acordo com a subgerência, foram contratados 120 veterinários, que trabalham ao lado de outros profissionais nos escritórios. Também foram adquiridos carros, motocicletas, computadores e materiais necessários ao funcionamento das unidades. “Agora precisamos de mais veículos para dar suporte ao trabalho das unidades”, contou.
A meta do governo estadual é erradicar a febre aftosa até o final de 2003, dois anos antes do prazo estipulado pelo Ministério da Agricultura para comprovar a estrutura operacional. Com um rebanho bovino estimado em 4,5 milhões de animais, há mais de um ano e meio o Maranhão não registra foco de febre aftosa.
O rebanho maranhense atualmente abastece estados como Ceará, Pernambuco e Piauí. Em virtude do atraso no programa de erradicação da febre aftosa, o Maranhão deixa de exercer sua vocação natural de exportador de carne bovina e subprodutos.
Campanha de vacinação
Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Amazonas e Pernambuco começaram neste mês a primeira etapa de vacinação contra febre aftosa. Vinte e quatro milhões de cabeças de gado devem ser vacinadas nestes 5 estados. O Ministério da Agricultura espera imunizar neste ano 360 milhões de animais em todo o País até o fim da campanha.
Em abril, Alagoas e Paraná também iniciarão o período de vacinação.
O término da campanha de imunização do rebanho gaúcho foi prorrogado para o dia 15 deste mês. O prazo anterior estava marcado para 28 de fevereiro.
A meta da Secretaria de Agricultura do RS é qualificar ainda mais o trabalho, atingindo um índice igual ou superior ao da campanha passada, quando foram imunizados 97% dos animais. Até o momento, a vacinação atingiu 95% do rebanho, cerca de 12,7 milhões de reses.
Nas regiões de Bagé, Osório e Soledade, 100% dos bovinos receberam vacina. Estrela, Lagoa Vermelha e Passo Fundo também estão com a vacinação praticamente concluída. Em Palmeira das Missões, foram 60%. A campanha de vacinação teve início no dia 7 de janeiro.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Franci Monteles), Clic RBS/Agrol e Correio do Povo/ RS,adaptado por Equipe BeefPoint