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Indústria amplia fabricação de vacinas

Segundo informações do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), os laboratórios veterinários já estão ampliando suas linhas de produção para atender às necessidades do novo programa de controle contra a brucelose e tuberculose, lançado pelo Ministério da Agricultura em 2001. Segundo as regras do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose (PNCEBT), até dezembro de 2003 todos os estados devem pôr em prática vacinação obrigatória dos rebanhos contra brucelose.

Nelson Antunes, presidente do Sindan, entidade que reúne os laboratórios fabricantes de medicamentos veterinários no País, informa ser extremamente importante a implantação desse programa de erradicação. “Veja o caso da brucelose, por exemplo. A doença não traz apenas problemas econômicos para os rebanhos, com a perda dos animais doentes, mas também ao homem, que pode ser contaminado”, explica o dirigente.

A brucelose, aliás, é causada pela bactéria Brucella abortus, e atinge principalmente bovinos, mas também pode ocorrer em bubalinos, suínos, caprinos e ovinos. Nos animais, as principais formas de contágio são por via oral ou por reprodução; no homem, a ingestão de leite e contato com restos de abortos contaminados e secreções são as maneiras mais comuns de ser infectado pela brucelose.

“O Sindan apóia totalmente o Programa de Erradicação da Brucelose e da Tuberculose, que são doenças extremamente perigosas. O controle da brucelose, por exemplo, é extremamente importante, uma vez que é transmissível ao homem”, afirma Nelson Antunes.

O presidente do Sindan explica ainda que até então não era possível uma campanha para erradicar a brucelose devido ao baixo retorno econômico proporcionado pelas vacinas aos laboratórios, já que os volumes comercializados eram extremamente baixos. “A indústria não tinha interesse em fabricar e poucos produtores adquiriam tais vacinas, mas agora os laboratórios estão investindo para ampliar sua base de fabricação e colaborar com as autoridades para erradicar de uma vez com a doença”, relata Antunes.

Adiantando-se às exigências do PNCEBT, os estados de São Paulo, Bahia, Mato Grosso e Paraná já estão iniciando campanhas contra a brucelose, tornando a vacinação obrigatória a partir desse ano. O último programa oficial de diagnóstico sobre brucelose bovina feito no Brasil já tem mais de 25 anos e apresentava 4% de animais soropositivos na região Sul; 7,5% no Sudeste; 6,8% no Centro-Oeste; 2,5% no Nordeste e 4,1% no Norte. “Mas temos convicção que o problema é atualmente muito mais grave, exigindo mesmo uma ação coordenada do governo e dos laboratórios para impedir a propagação da doença”, entende o presidente do Sindan.

Aftosa: oferta de vacinas pode atingir 400 milhões de doses este ano

Em relação à febre aftosa, o Sindan informa que os laboratórios fabricantes de vacina contra a doença trabalham para colocar à disposição do mercado brasileiro 361,7 milhões de doses – demanda total do ano estimada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) – e outros 40 milhões de doses para recompor os seus estoques estratégicos.

Segundo Silvio Cardoso Pinto, coordenador da Central de Selagem, órgão do Sindan, que faz parte Programa de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), não faltará vacina este ano, salvo ocorram circunstâncias extraordinárias, como em 2001 quando 30 milhões de doses foram requisitadas para abastecer o mercado do Rio Grande do Sul.

“Estamos interagindo com os técnicos do MAPA para acelerar a realização de testes de lotes de vacinas. O objetivo é estarmos preparados para evitar possível falta pontual de vacina contra aftosa especialmente em maio e novembro, meses de pico da vacinação, prejudicando as metas da campanha nacional de erradicação da doença”, explica Silvio Cardoso Pinto.

De qualquer forma, o planejamento da indústria já aponta para recorde de produção de vacinas em 2002. No ano passado, saíram do Centro de Selagem cerca de 317,5 milhões de doses e somente a previsão de demanda do MAPA para este ano é 14% superior. “Só aí já teremos um sólido aumento da oferta de vacinas. Além disso, os laboratórios trabalham para manter estoques estratégicos de 30 a 40 milhões de doses”, ressalta o coordenador do Centro de Selagem.

Fonte: Sindan (por Altair Alburquerque e Nádia Andrade), adaptado por Equipe BeefPoint

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