Mesmo com a seca enfrentada pelo Rio Grande do Sul, o avanço da agricultura em áreas de pecuária e o preço baixo do terneiro em relação ao boi gordo, os produtores esperam que as vendas ultrapassem os R$ 10 milhões neste outono. A projeção de incremento acima de 60% em relação à temporada passada é explicada pelo recorde no volume de feiras oficializadas.
Ocorrerão 42 delas até junho, 19 a mais que em 2003. Devem passar pelas pistas dos sindicatos rurais 38 mil terneiros. Para o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do estado (Farsul), Fernando Adauto de Souza, “O setor sofreu uma desorganização e agora estamos vivendo uma fase de retomada. A exportação de cortes dobrou entre 2002 e 2003 e os frigoríficos voltaram a abater. É um novo cenário”, conta o presidente.
Na avaliação do leiloeiro Eduardo Knorr, da Knorr Remates, com o quilo do boi gordo cotado a R$ 1,50, só venderá terneiros quem precisa de capital de giro. A retenção de bezerros a espera de melhores preços em praças tradicionais também é prevista pela Farsul e apontada como um dos motivos pelos quais a elevação de oferta não acompanhou o ritmo do crescimento das feiras.
Knorr destaca, entretanto, como positiva a relação de troca, pois hoje para cada boi gordo compra-se quase três terneiros. O atual custo de produção do novilho calculado pela Farsul é de R$ 1,88.
Os organizadores garantem que se depender de crédito os negócios irão bem. O gerente de Agronegócio do Banco do Brasil no estado, José Kochhann, adianta que a maioria da verba disponibilizada pelo banco terá juros subsidiados de 4% a 8,75% ao ano, dependendo da linha. “A meta é que haja crédito para o pacote, alavancando os negócios, pois há temor que, sem estímulo, a seca prejudique as vendas”.
Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint