O Japão está esperando que os Estados Unidos dêem o próximo passo para retomar as negociações sobre a normalização do comércio de carne bovina, que chegou a uma situação sem saída com a demanda do país asiático de que todos os bovinos norte-americanos sejam testados para encefalopatia espongiforme bovina (EEB).
O Japão parou de importar carne bovina dos EUA em dezembro passado após o país ter registrado seu primeiro caso de EEB, conhecida como doença da ‘vaca louca’. O país asiático se manteve, desde então, firme na decisão de exigir que os norte americanos testem todos os seus bovinos para averiguar a incidência ou não da doença – assim como o Japão faz – ou implementem medidas equivalentes.
“Nós estamos pedindo que (os Estados Unidos) nos forneçam uma proposta para resolver o assunto o mais rápido possível”, disse um oficial do Ministério da Agricultura do Japão. “Nós estamos prontos para discutir o tema assim que recebermos a proposta”.
Ele disse que as medidas anunciadas até agora pelos EUA foram voltadas para a averiguação se a doença atingiu outros animais do país, ao invés de terem sido direcionadas para suprir as demandas dos países importadores. Os oficiais norte americanos deverão responder ainda nesta semana as questões do Japão, incluindo o fornecimento de detalhes sobre os procedimentos para garantir que os “materiais de risco específico” são mantidos fora da cadeia de alimentos.
Carta a Veneman
O Ministério da Agricultura do Japão disse que não houve resposta oficial dos EUA à carta que o ministro Yoshiyuki Kamei mandou à secretária da Agricultura dos EUA, Ann Veneman, na sexta-feira. Na carta, Kamei disse que ainda era necessária uma discussão cuidadosa sobre o anúncio dos EUA feito em 15 de março de que aumentaria os testes para EEB.
“Eu acredito que é impossível chegarmos a uma conclusão sobre este assunto (EEB) até o final de abril, a menos que os EUA tomem as mesmas medidas que nosso país”, disse a carta.
Veneman reiterou na terça-feira que os EUA não aceitarão a exigência do Japão para o teste em todos os animais, dizendo que esta medida não tem base científica.
Apesar de não haver sinal do fim desta disputa à vista, a qual levou ao fechamento de um comércio de US$ 1 bilhão em carne bovina, alguns membros das indústrias disseram que a retomada parcial do comércio pode ser possível. A processadora, Creekstone Farms Premium Beef, de Kansas, pediu ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) permissão para testar todos os seus bovinos abatidos para EEB, de forma que possa retomar as exportações ao Japão. Ainda não se sabe quando o USDA determinará sua decisão sobre isso.
Fonte: Reuters (por Miho Yoshikawa), adaptado por Equipe BeefPoint