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UE fará auditoria no setor de carnes da Argentina

O sistema sanitário argentino de produção e industrialização de carnes passará por uma importante avaliação da União Européia (UE) entre os dias 19 e 30 deste mês. Uma missão de especialistas e funcionários do bloco europeu realizará uma auditoria focalizada em três pontos chave: o sistema de rastreabilidade do gado, eficiência no controle da febre aftosa e a proibição do uso de anabolizantes na produção.

Tanto o secretário da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação, Miguel Campos, como seu grupo de colaboradores, estão otimistas com relação ao resultado desta visita. “Somos otimistas porque temos avançado em aspectos relacionados à rastreabilidade do rebanho”, disse Campos, referindo-se às resoluções determinadas pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) para a identificação da produção destinada à exportação. Por outro lado, segundo o vice-secretário de Economia Agropecuária, Javier de Urquiza, em pouco tempo se decidirá proibir o emprego de substâncias promotoras de crescimento animal (anabolizantes) para fornecer mais garantias, uma vez que os europeus não estavam satisfeitos com a normativa atual de “suspensão”.

Os anabolizantes foram proibidos no Brasil em 1991, e no Uruguai na década de oitenta, de forma que a Argentina equilibrará também “situações de falta de competitividade” com estes países, segundo analistas da indústria frigorífica. Estas substâncias barateiam em até 12% os custos de produção e são utilizadas principalmente em confinamentos.

Com relação ao controle da febre aftosa, após o último foco da doença detectado em setembro do ano passado em Tartagal (Salta), a Secretaria da Agricultura confia nos informes do Senasa que afirma que a enfermidade está sob controle. De fato, a entidade sanitária decidiu há duas semanas retirar a proibição do transporte de animais das províncias do Norte e começou a negociar com a UE o desbloqueio desta região para vender animais de exportação.

No entanto, como nada é 100% seguro quando se trata de auditorias, o Senasa contratou o ex-funcionário da UE, Olfaur Oddgeirsson, para realizar um ensaio de fiscalização. Em seu informe, Oddgeirsson fez várias observações sobre o sistema de rastreabilidade dos animais e recomendou a proibição dos anabolizantes antes da chegada da missão. O ex-funcionário europeu disse também que deve ser realizada uma reestruturação do Senasa, além de um novo projeto dos manuais de procedimento com relação à febre aftosa.

Fonte: La Nación, adaptado por Equipe BeefPoint

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