Depois de recorrer à diminuição dos abates para buscar o enxugamento das ofertas de cortes bovinos no atacado, os frigoríficos tentaram derrubar de forma agressiva o mercado de boi gordo ontem. As empresas ofertaram R$ 43 pela arroba em São Paulo e R$ 41 no Mato Grosso do Sul (a prazo para descontar o Funrural). Na sexta-feira, a oferta em São Paulo era R$ 45 e no MS, R$ 43.
Corretores afirmaram não ter conhecimento sobre negócios fechados a R$ 43 ontem em São Paulo, mas a área de compras de gado do frigorífico Bertin, em Lins, informou ter adquirido “um pequeno” número de animais por este valor.
A pressão dos frigoríficos decorre do desaquecimento das vendas de carne bovina, que já provocou forte queda dos preços no atacado. Outra estratégia de pressão dos frigoríficos é importar carne argentina, o que já está sendo feito pelo Friboi, segundo o diretor José Batista Júnior. “Os desembarques devem começar na próxima semana”, disse. Ele alega que, com o atual preço do boi no Brasil, é mais vantajoso importar carne da Argentina do que abater. A desvalorização do peso barateou o boi naquele país. Ontem, quando o dólar fechou a 3,90 pesos, a arroba ficou abaixo de US$ 10. No Brasil, está ao redor de US$ 19, segundo Sérgio Penteado, da Hencorp. Isso se reflete nos preços dos cortes. Segundo Batista Júnior, o traseiro proveniente da Argentina equivale a R$ 2,20/quilo.
Para frigoríficos e analistas, a fraqueza no mercado de carne bovina pode ser explicada pela tradicional redução do consumo na época da Quaresma, mas pesa também o menor poder aquisitivo da população. Tem caído, nos últimos anos, o poder de compra, argumenta Batista Júnior.
Apesar de os frigoríficos não estarem abatendo toda a capacidade, o mercado só deve se ajustar após maio, prevê o diretor. No caso do Friboi, houve redução de 30% nos abates. O Bertin cortou em 28%.
Fonte: Valor On Line (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint
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São esses frigoríficos que desarticulam a cadeia da carne bovina no Brasil. Podem ter certeza que o consumidor não pagará menos por essa carne.
Quanto à procedência, quem garante a qualidade ? Por que o preço está mais baixo na Argentina ? Seria apenas a situação política atual ou a questão sanitária, que ainda enfrenta problemas de exportação para a Europa? Outro ponto polêmico é a utilização de hormônios. A Argentina utiliza promotores de crescimento para engorda de bovinos, enquanto no Brasil estes produtos são proibidos. Essa é a carne com teores de anabolizantes que o brasileiro vai consumir!!!