Planejamento alimentar. 2. Estrutura do rebanho e taxa de lotação animal

O segundo passo para a execução do planejamento alimentar de uma propriedade, após o levantamento de índices zootécnicos, é a definição da estrutura do rebanho (número de animais em cada categoria animal). Com isso, é possível calcular-se a taxa de lotação da fazenda durante o período em questão.

Para ilustrar o processo de planejamento alimentar, será tomada como exemplo uma fazenda de gado de corte que se dedica às atividades cria, recria e engorda. Essa propriedade hipotética possui um rebanho de 550 vacas. A estação de monta é feita de outubro a janeiro com monta natural, utilizando-se 1 touro para cada 30 vacas. Os nascimentos ocorrem entre agosto e novembro e a desmama entre março e maio. A avaliação de prenhez das vacas é feita em maio. A fertilidade do rebanho é de 80% e das novilhas de 90%. A taxa de mortalidade de bezerros é de 2% e é feita reposição de 20% das vacas por ano.

As vacas vazias são vendidas no final do inverno, juntamente com as novilhas refugadas aos 24 meses. As novilhas vazias (entraram na estação de monta e não emprenharam) são descartadas com 30 meses no final do verão. Os bois são vendidos em três períodos: 40% com 24 meses, 40% com 30 meses e 20% com 36 meses. São vendidos, portanto, 430 animais ao longo do ano de acordo com a distribuição apresentada na Tabela 1.

Tabela 1: Venda de animais ao longo do ano.

Com estas informações sobre o sistema de produção é possível determinar o número de cabeças em cada categoria animal no verão e no inverno (Tabela 2).

Tabela 2: Estrutura do rebanho, em número de cabeças.

Como o objetivo final do planejamento é definir a necessidade de alimentos, a composição do rebanho deve ser determinada em unidades animal (uma unidade animal corresponde a um animal de 450 kg ou a um animal consumindo 10 kg MS/dia) e não em número de cabeças (Tabela 3).

Tabela 3: Composição do rebanho em número de cabeças e de unidades animal.

Neste exemplo, os cálculos foram feitos considerando-se os períodos de “verão” e “inverno” para um rebanho estável. O planejamento, no entanto, pode ser mais detalhado, fazendo-se os cálculos mês a mês e considerando-se a evolução do rebanho nos casos em que este ainda não esteja estabilizado.

No próximo artigo desta série serão discutidas algumas alternativas de alimentação para este mesmo rebanho.