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Empresas se especializam em carnes com cortes diferenciados

O conceito das butiques de carne, que ofertam o produto com cortes diferenciados visando agregar valor à carne é um mercado que se expande e pode ser observado seja pelo surgimento de lojas especializadas ou em freezers das redes de supermercados que vendem marcas específicas.

Eloy Tuffi, da rede Red Angus Beef, conta que começou a atuar no segmento “por coincidência”, há cerca de um ano, pelo fato de os frigoríficos não pagarem um preço diferenciado pela carne do seu gado, da raça que dá nome à sua franquia. Ele conta que resolveu então investir em lojas que oferecessem o produto em cortes especiais e diferenciados. “Em menos de um ano temos 10 lojas franqueadas nos Estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro”.

Segundo ele, entre os diferenciais de sua rede está o fato de terem certificação de qualidade e rastreamento. Todo o produto vendido nas lojas de sua franquia é fornecido por seu próprio rebanho ou por criadores da Associação Brasileira de Angus e abatido nos frigoríficos Mercosul, no Rio Grande do Sul e no Tamoios (SP). Desses abates a rede compra apenas o traseiro dos bovinos e os cortes são feitos na câmara fria da própria Red Angus Beef.

Tuffi conta que a rede fatura cerca de R$ 400 mil por mês. “Estamos engatinhando, mas espero em breve lhe informar que estou faturando R$ 4 milhões”, aposta. O proprietário da franquia conta que seus principais clientes são profissionais liberais, sendo que 90% são homens das classes A e B.

Já para Stevan Wessel, da Carnes Wessel, o conceito butique de carne está ultrapassado. Ele afirma que o princípio de se fazer uma loja que vendesse utensílios e carnes diferenciadas foi algo passageiro, já que grandes redes de supermercado acabaram copiando esse conceito e substituindo as mesmas.

A Wessel Carnes possui hoje apenas uma loja própria, em São Paulo, e atende prioritariamente restaurantes e redes de supermercados como o Carrefour, Champion, Pão de Açúcar, entre outros. Stevan Wessel conta que o consumidor de seus produtos pertence às classes A e B.

Sua empresa possui vários fornecedores. Segundo ele, “o mercado interno é um subproduto da exportação”, e o que não é destinado a esse fim abastece o mercado interno. “Por isso não dá para ter parcerias específicas com nenhum frigorífico em especial, pois para nenhum deles o mercado interno é prioridade”. Wessel conta que é mais eficaz comprar de frigoríficos em momentos que está sem exportações de algum corte, “o que permite obter qualidade dentro de um preço razoável”. Stevan Wessel afirma que o fato de o frigorífico ter rastreabilidade ou credenciamento para exportar para o Mercado Comum Europeu não quer dizer que ele só abata animais de boa qualidade.

Segundo ele o crescimento da companhia se dá por meio da conquista de novos supermercados. Para Wessel, o segredo do segmento é prezar pela qualidade e aparência do produto, já que não há mais segredo nos cortes da carne. Ele atribui como um dos fatores do sucesso de sua companhia, ao fato de que nos 45 anos que atua no mercado ter buscado construir uma marca de respeito. “Esse é o grande trabalho hoje quem quiser fazer um negócio importante no futuro tem que começar a se preocupar com a condução da marca a partir de hoje”, ensina.

Já para Marcus Moraes, gerente de marketing da Bassi, o conceito de butiques é sólido e ele explica que “uma diferença essencial é o fato de a verdadeira butique ser apenas o ponto de venda da carne, onde não se manipula nada. Esse trabalho é feito na indústria”.

Moraes conta que a Bassi tem como fornecedores alguns poucos frigoríficos homologados, nos quais realizam visitas freqüentes para verificação dos processos. “Somente compramos se ele atingir uma nota mínima nessas auditorias”, afirma. Ele afirma que desde 1999 a Bassi exige certificação de origem da carne de compra. A padronização dos produtos também é exigência na hora da compra, dentre as quais o tamanho e o peso da peça, quantidade de gordura e o grau de marmorização da carne.

A empresa também trabalha prioritariamente com vendas para as principais redes de supermercados do País, porém, possuem duas lojas uma “terceira está prestes e inaugurar”, conta o gerente.

Além de Tuffi, nenhuma das outras fontes informou o faturamento.

Fonte: Paulo Roberto Brino Mattus, da Equipe BeefPoint

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