A Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), da UNICAMP, aproveitará a passagem do 31o aniversário de criação do seu Departamento de Tecnologia de Alimentos, no dia 21 de junho deste ano, para homenagear o Dr. José Christovam Santos, que foi docente da casa e um dos responsáveis pelo desenvolvimento da moderna indústria brasileira de carnes. A homenagem tem por objetivo reconhecer o valor de um dos maiores técnicos brasileiros do setor, no momento em que a indústria nacional da carne quebra recordes consecutivos, contribuindo decisivamente para as exportações e o equilíbrio da balança comercial do país.
É um justo reconhecimento pelos cinqüenta anos de vida profissional dedicados à elevação dos padrões de inspeção, dos projetos de construção, e da qualidade higiênico-sanitária das carnes, fatores fundamentais para um melhor posicionamento do Brasil no comércio internacional.
Em 1952 foi designado encarregado da Inspeção Federal do Frigorífico Armour de São Paulo. Depois passou por treinamento nos Estados Unidos com o objetivo de trazer conhecimentos para modernização do processamento de subprodutos. Em 1955, foi indicado para estudar os problemas das indústrias de carnes e derivados nos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, e Paraná, tarefa que deu origem a diversos trabalhos técnicos.
De 1957 a 1961, chefiou a Inspetoria Distrital da Inspeção Federal, com sede em Barretos, SP. Entre agosto de 1961 e janeiro de 1976, chefiou a Inspetoria Regional do DIPOA – SP, e de fevereiro de 1976 até sua aposentadoria em 1979, chefiou a Defesa Sanitária Animal nesse estado.
Na área acadêmica, em 1966, o Dr. José Christovam Santos venceu o concurso de títulos para Professor Titular da Cadeira de Inspeção e Tecnologia de Carnes da Escola de Veterinária Federal de Goiás, mas optou por não tomar posse no cargo. A partir da década de 70, na FEA, exerceu a docência e a pesquisa na Área de Tecnologia de Carnes e Derivados, até 1995. Em fevereiro de 1972, foi designado para presidir a implantação da “Federalização da Inspeção Sanitária no Estado de São Paulo”, que viria privilegiar o incentivo à construção de matadouros-frigoríficos de médio porte, em substituição aos precários estabelecimentos existentes.
O programa de federalização comandado pelo Dr. Christovam, na área de saúde pública, teve o grande mérito de ampliar de modo significativo o acesso do consumidor brasileiro a carnes de ótima qualidade sanitária. O programa impulsionou, também, o parque industrial efetivamente inspecionado, eliminando a concorrência desleal, com a interdição de 127 matadouros de bovinos e suínos, 123 matadouros de aves, 114 fábricas de conservas e 16 estabelecimentos de laticínios.
Os novos estabelecimentos, construídos a partir do início da federalização, representaram a base da consolidação da indústria tipicamente nacional. Dotados de características próprias, baseadas nos critérios e conceitos desenvolvidos por inspetores veterinários, engenheiros e fabricantes de equipamentos, tornaram-se um padrão de estrutura e funcionalidade. Foi nessa época que surgiram os frigoríficos que ajudaram a fazer a história da moderna indústria da carne, ampliando de modo expressivo o número de empresas nacionais exportadoras.
Fonte: FEA/UNICAMP, adaptado por Equipe BeefPoint