Seca na região Sul e chuvas excessivas no Centro-Oeste, além da incidência da ferrugem asiática em todo o País provocaram uma redução na colheita de soja na atual safra, com perdas de 6,1 milhões. Ainda assim, a cultura mantém a liderança no ranking das exportações, com receitas de US$ 2,47 bilhões de vendas ao mercado internacional entre janeiro e abril deste ano. É um resultado 35% superior às exportações de US$ 1,82 bilhão em igual período do ano passado.
Os bons resultados do complexo soja e de outros produtos como carnes, madeiras, açúcar e álcool fizeram com que o saldo geral da balança comercial do agronegócio apresentasse superávit de US$ 9,09 bilhões até abril, 37,2% a mais que os US$ 6,63 bilhões registrados no primeiro quadrimestre do ano passado.
Frente aos resultados acumulados até abril, o chefe do Departamento de Comércio Exterior (Decex) da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antonio Donizeti Beraldo, estima que ao final do ano a balança do agronegócio apresentará superávit de mais de US$ 28 bilhões. Em 2003, o setor registrou saldo recorde de US$ 25,8 bilhões.
No primeiro quadrimestre deste ano, o conjunto do agronegócio brasileiro exportou US$ 10,68 bilhões, o que representa crescimento de 30,5% na comparação com os US$ 8,18 bilhões obtidos entre janeiro e abril do ano passado. As importações somaram US$ 1,58 bilhão entre janeiro e abril deste ano, valor 1,9% superior ao total de US$ 1,55 bilhão registrado em igual período do ano passado.
O complexo carnes registrou receitas de US$ 1,679 bilhão com vendas ao exterior entre janeiro e abril, 45,4% a mais que em igual período do ano passado, quando o setor exportou US$ 1,15 bilhão.
Beraldo explica que o aumento das receitas de exportação se deve à combinação do crescimento dos volumes exportados e da elevação dos preços médios pagos pelos principais itens do agronegócio brasileiro. No complexo soja, o preço médio praticado foi de US$ 287,2 por tonelada, considerando o período entre janeiro e abril deste ano. É um valor 31,4% superior ao preço médio de US$ 218,5 por tonelada que vigorou no primeiro quadrimestre de 2003.
No complexo carnes, o preço médio praticado entre janeiro e abril deste ano foi de US$ 1.413,50 por tonelada, 34,2% a mais que a média de US$ 1.052,90 por tonelada, em igual período do ano passado. Somente os setores de suco de laranja e de fumo apresentaram retração nas exportações.
Fonte: CNA (Ayr Aliski), adaptado por Equipe BeefPoint