Pelo segundo mês consecutivo, caiu o desemprego na Região Metropolitana de São Paulo. Pesquisa divulgada ontem pelo convênio entre a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) mostra que a taxa de desemprego recuou de 19,7%, em maio, para 19,1% da População Economicamente Ativa (PEA), em junho, e voltou aos níveis apresentados no início do ano.
Isso indica que havia 1,911 milhão de pessoas sem ocupação no mês passado, 49 mil a menos do que em maio. Outro dado positivo revelado pela pesquisa é que o rendimento dos trabalhadores voltou a crescer, depois de quatro meses seguidos de retração. Em maio (último dado disponível), o rendimento médio real dos ocupados cresceu 3,2%, em relação a abril, e passou a corresponder a R$ 975. Na comparação com maio do ano passado, a alta foi de 4%.
Os números da pesquisa Seade-Dieese confirmam a tendência apontada pelos resultados da pesquisa divulgada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente às seis principais regiões metropolitanas do País. Os dados de junho mostraram que o desemprego caiu (de 12,1% para 11,7% da PEA) pelo segundo mês consecutivo e houve crescimento de 1,8% no rendimento médio dos trabalhadores.
Na avaliação dos responsáveis pela pesquisa, os números do mercado de trabalho refletem o início da recuperação do mercado doméstico e a continuidade do bom desempenho das exportações. Tanto é que houve avanço no número de empregos formais.
Consumo
A pesquisa Seade-Dieese mostrou também que a recuperação conjunta do emprego e da renda fez crescer a massa de rendimentos dos trabalhadores – um dos principais indicadores da capacidade de consumo das famílias. Entre abril e maio, essa massa de recursos cresceu 5,4%. Na comparação com maio do ano passado, o aumento chega a 7,4%.
Apesar da queda do desemprego nos últimos dois meses, a taxa média do primeiro semestre ficou em 19,9%, mesma taxa do segundo semestre de 2003. O número médio de desempregados nos últimos seis meses foi estimado em 1,961 milhão, ante 1,962 milhão nos seis meses anteriores. Essa relativa estabilidade refletiu movimentos semelhantes da PEA (menos mil pessoas) e do número de ocupados (menos 6 mil pessoas), na comparação entre os dois períodos.
Fonte: O Estado de S. Paulo (por Marcelo Rehder), adaptado por Equipe BeefPoint