Segundo estudo da Scot Consultoria, de 2001 para 2003, a pecuária brasileira perdeu 4,9 milhões de hectares para a agricultura, cerca de 2,74%, recuando de 179 milhões de hectares para uma área em torno de 174 milhões de hectares. A FNP Consultoria estima que em um período de dez anos, entre 2002 e 2012, as áreas de pastagens do Brasil deverão cair 22,5 milhões de hectares, perto de 9% do existente hoje, ou uma redução de 2,5 milhões de hectares anualmente. A estimativa é mais conservadora que os 50 milhões de hectares apontados pelo governo.
Apesar das estimativas de redução de área, é consenso que haverá crescimento na produção do rebanho. A expectativa da FNP é de que, no mesmo período, o rebanho aumente 8,6% e a produção de carne cresça expressivos 27%. Para a Scot Consultoria, de 2001 a 2003, enquanto a área de pastagem caiu 2,74%, o rebanho cresceu 6,7%, saindo de 176,39 milhões de cabeças para 188,27 milhões de cabeças.
Segundo a Scot, neste processo, o Paraná perdeu 17% de suas áreas de pastagem em dois anos para agricultura enquanto o estado de Mato Grosso perdeu 7% e São Paulo registrou uma redução em torno de 2%.
A troca da pecuária pela agricultura é resultado principalmente da maior lucratividade encontrada em culturas como a soja e algodão. José Vicente Ferraz, da FNP Consultoria, transformou todos os ganhos em sacas de soja para mensurar os lucros. Considerando preços médios de julho passado, segundo ele, a lucratividade do algodão por hectare é de 22 sacas de soja. A lucratividade da soja gira em torno de 16 sacas e a da pecuária em torno de 13 sacas.
Para Ferraz, além da troca de pecuária por agricultura e da aplicação da tecnologia na pecuária, um terceiro movimento importante está acontecendo: o deslocamento da pecuária para as fronteiras agrícolas.
Fonte: Jornal Correio/Uberlândia, adaptado por Equipe BeefPoint