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Pecuária de Corte do Mercosul defende Acordo Comercial com UE

O Fórum Mercosul da Carne, que conta com representantes dos produtores e da indústria de carne bovina dos quatro países do Mercosul, defende que sejam obtidos avanços efetivos nas negociações do acordo comercial que está sendo firmado com a União Européia. Essa mensagem foi levada ontem ao diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Régis Arslanian, e também ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues.

O Fórum está realizando a sua quinta reunião, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília. O objetivo é antecipar-se a mais nova rodada de discussões do comitê negociador birregional Mercosul/ UE, que tem início hoje, com a chegada do principal negociador técnico europeu, João José Pacheco, à Capital Federal.

Para o grupo, é extremamente importante manter o ritmo de negociações e defender a posição do bloco, visando obter cota anual de exportações para a UE de 315 mil toneladas de carne bovina por ano, com tarifa zero. “A pecuária de corte do Mercosul é extremamente competitiva e por isso não podemos perder a chance de fechar um acordo para facilitar as exportações para o mercado europeu”, disse o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira.

Atualmente o Mercosul exporta 230 mil toneladas de carne para o mercado europeu por ano, sendo 130 mil toneladas com tarifa reduzida de 20% e o restante com taxação que equivale a 170%.

“Queremos deixar bem claro que temos de esgotar todas possibilidades de discussão”, ressaltou Nogueira. Ele considera tímida a proposta já apresentada pelos negociadores da União Européia de que o Mercosul tenha cota de 100 mil toneladas de exportação de carne bovina por ano com tarifa reduzida. Juntos, os quatro países do Mercosul têm um rebanho bovino com mais de 250 milhões de cabeças.

Segundo explicou Nogueira, a proposta do bloco de obter cota de exportação de 315 mil toneladas de carne por ano para a União Européia foi preparada com base nas projeções de aumento de consumo e de queda na produção no mercado europeu. “A proposta atende as necessidades de abastecimento da Europa”, afirmou.

O documento preparado pelo Fórum para subsidiar os representantes de governo que estão negociando com a União Européia indica que a cota de 315 mil toneladas anuais representa apenas 5% do consumo do grupo “UE 25”. O texto indica que a própria União Européia estima queda na produção de carne bovina, devido à aplicação de novas regras da Política Agrícola Comum (PAC), que reduz subsídios ao criador europeu. Dessa forma, o Mercosul entende que há espaço para que a UE conceda a cota solicitada de uma só vez e com alíquota zero.

Fonte: Departamento de Comunicação da CNA (por Ayr Aliski), adaptado por Equipe BeefPoint

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