Rondônia: falta frigorífico e sobra boi gordo

Por Alexandre Foroni e Oberdan P. Ermitã¹

Essa é a realidade do estado de Rondônia que hoje apresenta um rebanho de 9,8 milhões de cabeça de bovinos (IRADORN – Maio de 2004) e uma capacidade de abate instalada de 1,6 milhões de cabeça (IDARON).

Com esse rebanho e essa capacidade de abate o estado só pode ter uma taxa de desfrute, no máximo, de 16,5%, baixa comparada com o resto do país. Tendo em vista que nossa taxa de produção tem sido em média de 24% ao ano e que nossas as áreas de pastagem estão no limite de sua capacidade de suporte, vem ocorrendo oferta de animais para abate superior à capacidade instalada no estado. Em outras palavras, para que o rebanho se estabilize, o desfrute deverá superar os 20%, caso contrário, por um lado, continuará sobrando animal e, por outro, haverá redução na taxa de produção.

Rondônia é um estado livre de aftosa com vacinação desde maio de 2003 e mesmo assim a @ do boi de Rondônia tem sido menor que a do Pará que não é livre de aftosa e recentemente apresentou um caso da zoonose.

Hoje o mercado do boi gordo de Rondônia está por volta de R$ 48,00 para @ do boi e no Pará já se fala em R$ 49,00 (Boletim Scot Consultoria).

Um outro agravante no estado está sendo a concentração do abate nas mãos de poucos donos de frigoríficos. Hoje o estado apresenta praticamente 3 donos de frigorífico, sendo que 1 dono, sozinho, abate 65%, e um outro 15%.

Com tudo isso o maior prejudicado continua sendo o produtor.

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¹Alexandre Foroni é Zootecnista e Oberdan P. Ermita é Economista. Ambos são diretores da Método Consultoria, de Pimenta Bueno – RO